Mortal Kombat [Crítica do Filme]

As duas tentativas de transpor o game para as telas nos anos 90 dividiram opiniões: o primeiro de 1995 é tido como a melhor adaptação de um jogo para o cinema até hoje e a continuação lançada em 1997 é tido como um dos piores filmes de todos os tempos. Existem os fãs mais tranquilos que se dão por satisfeitos com a diversão oferecida e existem os fãs mais emocionados que não se conformam com a falta de história e coerência, como se o jogo tivesse alguma…
Vinte e quatro anos depois e com um orçamento maior, mais tecnologia e mais capricho visual, um novo Mortal Kombat é lançado e novamente os fãs se dividem. Adaptar um game de sucesso para o audiovisual nunca será uma tarefa fácil e o resultado nunca será unânime. No caso, este novo longa prometeu muito no trailer e o resultado final não faz questão alguma de agradar nem a nostálgica plateia que frequentou os fliperamas nos anos 90 e nem quem nunca ouviu falar dos personagens. Mortal Kombat é um entretenimento de ação violento e com um fio de história, assim como o jogo o é. Se os três filmes fossem idênticos aos jogos em todos os sentidos, não teriam razão de existir e com a tendência de se fazer trilogias, é compreensível que este recomeço fique devendo em alguns aspectos, principalmente na “história”.
A polêmica já começa porque o protagonista Cole Young (Lewis Tan) nem existe nos jogos. Certamente estará no próximo, mas até então não era necessário introduzir um lutador de MMA que vive de perder lutas quando já existem nos jogos dezenas de outros personagens mais interessantes. Um belo dia, ele descobre fazer parte de uma linhagem rara e é esse motivo pelo qual vem sendo caçado por guerreiros vindos de outro mundo enviados pelo imperador Shang Tsung.
Para proteger sua família, ele se junta a outros lutadores e treina para enfrentar os maiores campeões de combate do universo que pretendem invadir a Terra quebrando as regras do torneio. E dá-lhe fan service em meio a muita pancadaria e litros de sangue. Roteiro? Até existem algumas linhas, porém se ele é superficial ou não, fica a critério do espectador, que se tiver bom senso vai entender que se trata de um filme baseado num jogo de luta e não uma adaptação de um clássico da literatura mundial.
O elenco é ok e o enfoque aqui é nas coreografias das cenas de ação, e para isso eles servem. O destaque fica com o personagem Kano, interpretado pelo ator John Lawson, responsável pelo “alívio cômico” e pela nova (e polêmica) caracterização da vilã Mileena, que ficou a cargo da talentosa e esforçada Sisi Stringer. Mileena não é humana e em sua primeira aparição nos jogos foi interpretada por uma atriz e dublê branca. Quando se tornou asiática em um dos jogos, ninguém reclamou como reclamaram pelo fato de Sisi Stringer ser negra. O novo visual de Mileena é ótimo e tem que ser oficial no próximo jogo, sim.
Os efeitos visuais são bem superiores aos dos filmes anteriores e mesmo assim não conseguem tornar o resultado final mais especial. O personagem Goro, por exemplo, era todo mecânico no longa de 1995 e deu um baita trabalho para a produção. Já o Goro atual é todo digital e não rende tanto quanto se esperava, dada a sua importância como vilão e sua estrutura física superior a de todos os outros personagens.
Anunciado como filme de origem de uma trilogia (ou talvez quatro filmes e se nada der certo a partir do segundo, serão apenas dois filmes mesmo), esse reboot de franquia não faz feio e se impõe como um ponto de partida promissor para os próximos longas. Não faltam personagens e nem atores ávidos por trabalho. Se a intenção não é fazer uma trilogia do mesmo nível que os “Batman” do diretor Christopher Nolan, que pelo menos coloquem na tela os personagens mais importantes e que não falte nem os golpes especiais e nem os golpes fatais, responsáveis por consagrar a grife Mortal Kombat.
TRAILER

FICHA TÉCNICA
Título: Mortal Kombat
Diretor: Simon McQuoid
Data de Lançamento: 20 de maio de 2021
Warner Bros. Pictures
Italo Morelli Jr. 

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