Do Fundo da Estante: Uma linda mulher [Nostalgia]

Melhor live action da Cinderella (com algumas licenças poéticas, é claro), Uma Linda Mulher completará 30 anos em 2020 e segue intacto em sua proposta. O improvável conto de fadas entre um magnata (Richard Gere) e uma prostituta (Julia Roberts) mais do que funciona. Isso porque o roteiro não força nenhum tipo de situação absurda e mistura de leve, romance e comédia. A química entre Richard Gere e Julia Roberts é tanta que o diretor Garry Marshall não deve ter tido muito trabalho – ambos atuam com tanta naturalidade que será um crime se algum dia alguém fizer um remake com outro casal de atores.
Gere é Edward, um magnata que está solitário e carente. Passeia por Hollywood Boulevard a procura de uma companhia feminina para o final de semana. Conhece então a prostituta Vivian (Roberts) e se encanta por seu charme e simplicidade. O sorriso marcante de Julia Roberts e sua vasta cabeleira trouxeram um novo tipo de beleza – simples e cativante – o que a fez se tornar a maior e mais bem paga estrela de Hollywood nos início dos anos 90.

Sim, já sabemos de antemão que irão se apaixonar e se envolver e nem por isso o interesse em assistir diminui. Estamos diante de um dos melhores filmes dos anos 90 e que não fica datado, as novas gerações estão conhecendo e gostando muito.
Cada história de amor tem as suas peculiaridades e Uma Linda Mulher tem tantos detalhes corriqueiros que até parece banal, mas nunca é. A direção não pesa a mão quando o conflito de classes explode na tela, como na cena em que Vivian, vestida de maneira despojada, é mal tratada numa loja de grife na Rodeo Drive. A antológica cena do escargot no restaurante chic também é um exemplo dos cuidados que o diretor demonstra pra evitar o humor pastelão. O equilíbrio entre o mundo (nada romântico ou engraçado) da prostituição e a fábula do príncipe encantado nunca mais se repetiu com tanta maestria. O diretor Gary Marshall até tentou repetir a façanha com Richard e Julia, se reuniram novamente em 1999 e realizaram o fraco Noiva em Fuga.
É claro que Uma Linda Mulher não tem só o casal central em cena. O time de coadjuvantes não poderia ser melhor: Ralph Bellamy, Hector Elizondo (indicado ao Globo de Ouro de melhor ator coadjuvante), Jason Alexander e a ótima Laura San Giacomo no impagável papel da melhor amiga de Vivian.
Julia foi indicada ao Oscar de melhor atriz e só não ganhou porque Kathy Bates estava no páreo com Louca Obsessão.
Eu sempre a considerei boa atriz, como já havia mostrado anteriormente em Flores de Aço (ganhou o Globo de Ouro e concorreu ao Oscar) e Linha Mortal, onde foi o destaque do elenco. Gere sempre foi o falso bom ator, mais carismático do que propriamente intenso. Mas aqui ele serve muito bem ao seu personagem e o eternizou sem grandes esforços, amadurecendo futuramente em outros trabalhos.
De vez em quando acontecem homenagens e relançamentos digitais ou nas telas do cinema, sempre com excelente retorno financeiro, porque histórias de amor jamais sairão de moda.
FICHA TÉCNICA
Título: Uma linda Mulher
Título Original: Pretty Woman
Diretor: Garry Marshall
Data de lançamento no Brasil: 27 de julho de 1990.
Nota: 5/5
Italo Morelli

10 thoughts on “Do Fundo da Estante: Uma linda mulher [Nostalgia]

  • 23 de agosto de 2019 em 15:05
    Permalink

    Oie Italo!

    Uma Linda Mulher é maravilhoso! Já não sei quantas vezes eu e minha mãe assistimos ele.
    Nunca tinha parado para pensar na "semelhança" dele com a Cinderela, mas realmente tem um que de similaridade mesmo. Claro, com as licenças poéticas.

    Beijos;***
    Ariane Reis | Blog My Dear Library.

    Resposta
  • 23 de agosto de 2019 em 22:39
    Permalink

    Concordo com tudo o que você escreveu
    Simplesmente maravilhoso

    Resposta
  • 24 de agosto de 2019 em 04:41
    Permalink

    Que saudade desse filme! É lindo de observar como as mensagens servem tanto como um tapa na cara até hoje – mas triste de perceber que ainda precisamos tanto desses alertas sociais. Amei a resenha!

    semquases.com

    Resposta
  • 24 de agosto de 2019 em 11:01
    Permalink

    Oi Italo!
    Eita nesse ce foi longe viu KKKK
    Eu acho que vi varias vezes passando na sessao da tarde mas nunca foi um filme que me agradou muito. Achava legal a premissa por causa da atriz em si, mas nao era muito apegado ao longa em si. Via nos momentos de desocupação.

    Abraços
    David
    http://territoriogeeknerd.blogspot.com/

    Resposta
  • 24 de agosto de 2019 em 11:41
    Permalink

    Oi Italo,
    Um dos melhores filmes da minha vida! MARAVILHOSO!
    Julia Roberts ícone de moda nesse filme, que garota nunca sonhou em usar o clássico vestido vermelho e o preto de gala? Assisto sempre que passa na TV, rs.
    beijos
    http://estante-da-ale.blogspot.com/

    Resposta
  • 25 de agosto de 2019 em 18:18
    Permalink

    Esse filme é tão lindo. Eu vi ele tem um ou dois anos, não sei. Acho tão bonito. Como disse, a gente sabe o que vai acontecer, mas a gente assiste e se apaixona mesmo assim.

    Vidas em Preto e Branco

    Resposta
  • 27 de agosto de 2019 em 00:54
    Permalink

    O clássico dos clássicos. Concordo com você que não veremos uma parceria como essa.
    Boa semana!

    O blog JOVEM JORNALISTA está em HIATUS DE INVERNO, de 20 de julho à 29 de agosto. Mas tem post novo. Nesse período comentaremos nos blogs amigos.

    Até mais, Emerson Garcia

    Jovem Jornalista
    Fanpage
    Instagram

    Resposta

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