Do Fundo da Estante: A Bela e a Fera [Crítica da Série]

Linda Hamilton já havia estrelado O Exterminador do Futuro (1984) quando protagonizou esta versão para a TV de A Bela e a Fera, antes de imortalizar de vez a personagem Sarah Connor em O Exterminador do Futuro 2 – O Julgamento Final em 1991. Foi entre seus dois melhores trabalhos no cinema que Hamilton interpretou a advogada Catherine Chandler, que ao sair de uma festa é raptada, espancada e deixada à beira da morte em pleno Central Park. Eis que surge uma criatura misteriosa que a salva e cuida de seus ferimentos. A tal figura é Vincent (Ron Pearlman, no papel de sua vida), que mora num labirinto de túneis embaixo das ruas de Nova York juntamente com seu “Pai” e outros habitantes. Ele é um híbrido de homem e leão, cuja aparência assustadora esconde um bom coração. Clichê sim, mas e daí?
O tal “Pai” é um homem mais velho e mentor espiritual de todos que vivem ali no mundo subterrâneo. De início, Catherine se espanta com Vincent mas aos poucos vai se afeiçoando a ele, formando o improvável casal que justifica o título da série.
Após uma recuperação que durou dez dias, Catherine retorna a superfície, jurando manter segredo sobre Vincent e a população dos túneis. Ela começa a fazer aulas de defesa pessoal, deixa seu posto de trabalho confortável na empresa de advocacia de seu pai e se junta ao Manhattan District Attorney como assistente de outro advogado.
Com apenas três temporadas (sendo as duas primeiras focadas exclusivamente no romance do casal), A Bela e a Fera foi um enorme sucesso na época, principalmente entre o público feminino. Tudo era convincente e o casal tinha muita química. Numa estratégia muito errada, a rede de TV norte-americana CBS quis, a partir da terceira temporada, mirar no público masculino e os problemas começaram. Linda Hamilton engravidou, teve que deixar a série e uma outra personagem foi introduzida e até que bem aceita pelo público. A mudança brusca da então série romântica que passou a ser investigativa, não conseguiu atrair muitos homens para a audiência, o que decretou seu cancelamento com apenas 11 dos 22 episódios habituais.
Nem assim A Bela e a Fera deixa de figurar entre as melhores e mais nostálgicas série dos anos 80. Seu visual é interessante e a direção de arte, bastante cuidadosa, nos serve um universo que mescla paixão e fantasia, sendo inclusive indicada e vencedora no Globo de Ouro e no Emmy. Pouco conhecido e numa época sem Google Images, Ron Pearlman atuava debaixo de muita maquiagem e sua aparência era um mistério pra muitos espectadores. Em boa atuação, ele nos faz enxergar Vincent além da aparência e admirá-lo. Pearlman foi muito bem escalado para o personagem que agradou em cheio as plateias femininas. Seu Vincent é envolvente e carismático, quase fazendo desaparecer seu visual grotesco

Linda Hamilton está bem e sua Catherine é doce e corajosa, uma personagem singular em meio a outras da época. Hamilton não é particularmente “bela” mas tem irradia muito charme e é um típico rosto dos anos 80, o que facilitou sua identificação com o público.
Não dá pra imaginar outro casal de atores senão eles, tanto que sem Linda a série chegou ao fim.
A Bela e a Fera (1987 – 1990, 55 episódios).
Italo Morelli Jr.

2 thoughts on “Do Fundo da Estante: A Bela e a Fera [Crítica da Série]

  • 22 de maio de 2021 em 18:55
    Permalink

    Oie,
    Não fazia ideia da existência dessa série e fiquei muito curiosa, especialmente pela quantidade de episódios. Parece ser bem cativante!
    Beijos, Fantasma Literário

    Resposta
  • 26 de maio de 2021 em 18:55
    Permalink

    Eu vi o remake dessa série e adorei. Quero muito ver essa versão, mas ela é muito difícil de ser encontrada. Parabéns pela resenha tão bem escrita.

    Boa semana!

    Jovem Jornalista
    Instagram

    Até mais, Emerson Garcia

    Resposta

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