Top Roberto Carlos: Jovem Guarda

Eu sou, provavelmente, a única criatura nascida nos anos 90 que, aos dez anos, era com-ple-ta-men-te apaixonada por Roberto Carlos. São fases da vida, né? Meu apego maior sempre ficou com as canções dos anos 60. Quando eu achava que tava desapegada de RC, me vi comprando o “Almanaque da Jovem Guarda” do Ricardo Pugialli. Começou, então, a minha fase de estudiosa de JG e, principalmente, maior defensora do movimento. Também achei que era uma fase, mas quando precisei de um tema pra minha monografia, olhei pra minha estante e o que mais tinha era livro sobre esse período. Ou seja, consegui a façanha de colocar Jovem Guarda na minha monografia de graduação – mais de dez anos depois daquele meu amor infantil por RC. É, talvez não tenha sido só uma fase da vida, mais provavelmente é uma constante da vida. Eu e RC, RC e eu. 
Enfim, ano passado, aproveitando que fim de ano é o período mais RC do ano com o tradicional especial na Globo, fiz um top RC à pedido da dona Michele Lima. A ideia é que isso vire uma tradição aqui, então o tema desse ano é: anos 60 (porque vamos respeitar a cronologia da vida). Vou resistir a repetir tudo que disse ano passado – e também vou tentar resistir a repetir canções, começando por “Quero que vá tudo pro inferno”, canção mais simbólica da Jovem Guarda, mas que já foi citada ano passado. Ou seja, vamos esquecer a lógica de sucessos e aplicar a lógica de ‘favoritas da Ana-apaixonada-por-RC-aos-10-anos’.
O calhambeque (Álbum: É proibido fumar [1964] – Versão de Erasmo Carlos para ‘Road hog’ [John D. Loudermilk / Gwen Loudermilk])
Ok, essa não era das minhas favoritas, mas é um clássico da época e um dos primeiros sucessos do Roberto, o que o encaminhou para a apresentação do programa Jovem Guarda. Além disso, na época do meu estágio de Magistério, dei essa música para os meus alunos e eles gostaram. Outra coisa: esse ano tive que contar a história narrada na música, porque a filha de uma amiga a ouviu em uma fest (provavelmente um remix, mas vá lá, tá valendo). Ou seja, eu não podia deixar de fora. 
O velho homem do mar (Álbum: Jovem Guarda [1965] – Composição: Roberto Rei)
Essa música definitivamente não está entre os maiores sucessos, mas sempre me encantou, provavelmente por ser uma história. Claro que levei ela para os meus alunos e eles gostaram tanto que um deles, num dia de desenho livre, lembrou de colocar o velho homem do mar, o que quase me fez ir às lágrimas (não chorei porque não tenho coração, vocês sabem) e quase dar pulinhos quando ele me deu o desenho de presente. E preciso confessar algo: de alguma forma sempre relacionei essa música ao livro “O velho e o mar”, o que me fez ler o livro em uma manhã dias depois de dar a música aos alunos. Não, não tem nada a ver com o livro, mas o importante é que ela me levou a Hemingway, né?

O gênio (Álbum: Roberto Carlos [1966] – Composição: Getúlio Cortes) 
Outro dos não-sucessos que dei aos meus alunos e eles adoraram. Aliás, foi a primeira música de Roberto Carlos que dei a eles – com a proposta deles adivinharem quem cantava. Outra letra que é uma narrativa (bom, estranho seria se, com dez anos, eu gostasse das músicas de dor-de-corno, né?). Ainda hoje me pego cantando essa música e lamento imensamente que ela não seja lembrada por RC nos dias de hoje. Desse álbum também são as ótimas “Negro gato” (também composta por Getúlio Cortes) e “É papo firme” (composta por Renato Corrêa e Davidson Gonçalves).
Maria, carnaval e cinzas (Álbum: San Remo 1968 [1976] – Composição: Luiz Carlos Paraná)
Canção defendida por RC no III Festival da Record, em 1967. Essa foi a primeira participação do Brasa no festival, até então, exclusivo aos artistas defensores da MPB. Poucas semanas antes tinha acontecido a “Passeata contra a guitarra elétrica”, liderado por Elis Regina e Jair Rodrigues, apresentadores de “O fino da bossa”, programa que rivalizava com a ‘juventude transviada’ do pessoal da Jovem Guarda. Ou seja, o contexto dessa música é cheio de tretas, o que não tira a beleza da música. Tenho um carinho especial por ela. 
Canzone per te (Álbum: San Remo 1968 [1976] – Composição: Sergio Endrigo)
Não posso deixar essa de fora, afinal foi com essa canção que o RC voltou com o título de San Remo, o que foi divulgado por aqui como uma façanha inédita, o que não foi. Antes do Brasa outros estrangeiros interpretaram canções vencedoras no aclamado festival de San Remo, na Itália. É outra canção que foge do repertório da Jovem Guarda, sendo assim o início do desapego de RC pelo rock, mas o que veio a seguir deixaremos pro especial do ano que vem, que será dedicado aos anos 70. Aguardem. 
Até 2018!
Ana Seerig

5 thoughts on “Top Roberto Carlos: Jovem Guarda

  • 23 de dezembro de 2017 em 12:18
    Permalink

    Olá, Ana.
    Eu gosto dele. Ontem foi dia de ficar na frente da tv hehe. Mas nenhuma dessas que você escolheu estão entre as minhas favoritas hehe.

    Prefácio

    Resposta
  • 23 de dezembro de 2017 em 14:42
    Permalink

    Oi, Ana. Eu deveria mostrar esse post pra minha tia, porque ela também assim como você é completamente apaixonada por RC. Eu fico zoando ela porque ela tem 32 anos e parece uma criança quando fala das músicas dele, e claro, ontem foi dia de ficar na Tv com ela cantando ao lado as músicas dele. Eu acho muito divertido, ele é um compositor maravilhoso mas não sou tão fã assim.
    Beijos
    http://www.suddenlythings.com/

    Resposta
  • 23 de dezembro de 2017 em 17:30
    Permalink

    oieee
    eu também curto as canções do Roberto e escutava muito na infância e na pré adolescência.
    muito legal você ter colocado a Jovem Guarda na sua monografia hehe
    com certeza você assistiu o especial ontem na globo e não deve ter perder nenhum hehe
    Meus pais são fanáticos por ele, ainda agora minha mãe estava ouvindo Nossa Senhora na cozinha hehehe
    beijão
    Karina Pinheiro

    Resposta
  • 23 de dezembro de 2017 em 19:58
    Permalink

    Oi!!! Que post bacana, Roberto Carlos marcou uma geração e ficará na memória de todos sempre. E com os especiais de natal, é impossível não associar. Todos aguardam para ouvi-lo cantar. Bjos ❤

    Click Literário

    Resposta
  • 24 de dezembro de 2017 em 03:48
    Permalink

    oi
    confesso que as únicas músicas que escuto dele são as que escuto pela tv ou que pessoas colocam, mas legal saber que você gosta dele, algumas músicas acho boas.

    momentocrivelli.blogspot.com.br

    Resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Dorama: Diva à Deriva Dorama: Nosso Destino 5 doramas dublados no Star+ Saiba tudo sobre A Noite das Bruxas!
Dorama: Diva à Deriva Dorama: Nosso Destino 5 doramas dublados no Star+ Saiba tudo sobre A Noite das Bruxas!