Kotaro Vai Morar Sozinho [Crítica]
Não resisto a um anime com protagonista criança (apesar do mangá Usagi Drop ter me traumatizado) e logo de imediato eu amei Kotaro vai Morar Sozinho, só que para alguém embarcar nessa história precisa aceitar o absurdo de uma criança viver sozinha. Claro que o roteiro dá uma explicação para isso; Kotaro perdeu a mãe e sofria abusos do pai em casa. Só que o óbvio é ele ir para o serviço social, mas no caso, ele é sustentado misteriosamente e vive sozinho
Kotaro Sato é uma criança ingênua e ao mesmo tempo esperta, fala de maneira engraçada, igual a um personagem de um desenho, tenta ser agradável com todos e acaba ganhando facilmente o carinho dos vizinhos, principalmente do mangaká Shin Karino que passa a praticamente cuidar dele, ainda que Kotaro diga com muita frequência que não precisa de cuidados. Ainda assim, Karino o leva para escola, para a casa de banho (já que o apartamento não tem banheira) e aos poucos vai descobrindo a história do protagonista.
Por mais que tenha situações fofas, com o Kotaro no mercado, fazendo brilhantemente a própria comida, tentando entender os adultos e tentando se comportar como um, é difícil não ter uma sensação ruim quando vemos os traumas do protagonista: violência, fome, abandono, negligência e grande ausência que sente da mãe. E assim anime vai de situações engraçadas e carismáticas para outras melancólicas e tristes. Essa montanha russa de sentimentos permanece nos 10 episódios.
Além de Shin Karino, temos Isamu Tamaru que parece ser bandido, mas ama Kotaro e adora abraçá-lo. É bonito ver toda a comunidade do prédio se revezando para cuidar do protagonista.
Kotaro vai morar sozinho é um anime bonito, com cenas fofas e outras muito tristes, mas que vale a pena conferir. No aguardo da Netflix pela segunda temporada.
Michele Lima