Eu Nunca… [Resenha da Série]
As provações e tribulações dos jovens têm sido um tema popular na ficção, e por boas razões. Os adolescentes e os 20 e poucos anos estão repletos de ritos de passagem, emoções intensas e inúmeras oportunidades de drama; é um território cheio de dificuldades, relacionado à tudo o que é vivido e onde tudo é agudo, sentimental e tem uma força absurda.
Essas histórias, quando bem contadas, sempre se destacam, mas é preciso muito além da qualidade para fazer com que uma história assim pareça nova. Exige uma perspectiva única, muita empatia e franqueza, e uma vontade de caminhar até as margens de um território tão trilhado. Com Eu nunca…, Mindy Kaling faz exatamente isso, e conta com a ajuda de John McEnroe. Isso também exige muita liderança e, em uma estreia surpreendente, Maitreyi Ramakrishnan também fica marcada por aqui.
Criado por Kaling e Lang Fisher (também de 30 Rock) e inspirado pela própria adolescência de Kaling, a série atinge muitas das batidas que você espera, tanto deste gênero quanto da narrativa. Há primeiros beijos, melhores amigas e humilhações na escola; há momentos de autodescoberta, gritos e muitas lições aprendidas. E porque é Kaling, há tanto uso magistral quanto comentários da comédia romântica que queremos ver, mas, além dessa familiaridade, existem várias correntes potentes de originalidade.
É a história de Devi, uma adolescente de origem indiana-americana, que perdeu o movimento das pernas após a morte inesperada de seu pai (ex-herói de Heroes, Sendhil Ramamurthy), uma doença presumivelmente de natureza psicológica. Agora caminhando de novo, ela precisa voltar para a escola, e seu foco considerável é direcionado para não lidar com a dor ou nutrir seu relacionamento com ela. Com uma mãe durona (Poorna Jagannathan) uma prima que não sabe a beleza que tem (Richa Moorjani), nem sua rivalidade acadêmica com o rico Ben (Jaren Lewison), e com duas amigas que ajudam ou não nesse momento, temos aqui a chave pra série funcionar!
O que mais impressiona na série, particularmente após os primeiros episódios introdutórios, é que ela combina absolutamente com a intensidade do foco de Devi – e desde que foi narrada por McEnroe, a narração também combina, (a narrativa aqui foi inspirada por razões que não vou estragar, mas muito antes dessa revelação, faz todo o sentido, e eu iria adorar saber de onde eles tiveram essa idéia).
No entanto, o programa nunca esquece o que Devi gasta tanto tempo tentando ignorar: a morte de seu pai e as montanhas de questões não resolvidas em torno dessa perda. Esta é uma comédia, e ela se envolve em muitos dramas durante a temporada toda. Embora ela possa não estar ciente do que a está levando a acabar nessas situações difíceis, o programa sempre se lembra. Isso faz desta série uma comédia que também é uma exploração incrível da dor. Não é a primeira a gerenciar essa façanha, mas é um pico infernal para escalar, e o ar lá em cima é rarefeito.
Nada disso seria possível sem Ramakrishnan, uma jovem atriz que respondeu a uma chamada aberta de Kaling para ganhar o papel sem um único crédito em seu currículo. (Como Devi, ela é super-empreendedora). Poucas atuações de estreia já corresponderam à sua garantia e empatia; Ramakrishnan oferece as linhas de punção mais arrojadas de Kaling e Fisher com tanta graça natural que nenhuma delas chega perto de perfurar a realidade; ela é totalmente humana, imperfeita e frágil, mesmo quando o drama é intenso (e geralmente é). O território emocional mais rico também nunca se sente forçado. A vez de Ramakrishnan rivaliza com performance como a de Christina Applegate em “Disque amiga para matar”, em sua capacidade de tricotar os trágicos e altamente cômicos juntos em um misto poderoso.
Eu nunca… é divertida e obrigatória para adolescentes e não adolescentes, graças ao seu foco nas pequenas coisas. A Netflix seria tola ao abandonar esse programa prematuramente.
FICHA TÉCNICA
FICHA TÉCNICA
Título: “Eu nunca…”
Título Original: Never Have I Ever
Direção: Mindy Kaling, Lang Fisher
Data de Lançamento: 1 de maio de 2020
Nota: 5/5
Netflix
Natália Silva
Olá, Natália.
Essa série está fazendo sucesso mesmo. Você é a quarta pessoa que vejo indicando ela só hoje hehe. Não vou assistir no momento porque estou meio de ressaca e não consigo me focar em nenhuma série ou filme, mas vou querer assistir sim.
Prefácio
Oi, Nat!
Todo mundo falando bem dessa série, mas não ando muito na vibe de ver coisas teen sabe… mas já está na lista
Beijos
Balaio de Babados
Oi
eu assisti e gostei, gosto de séries do estilo são boas distrações, que bom que curtiu essa e espero que tenha uma segunda temporada, esse tempo dela ignorando a morte de seu pai acaba deixando sua vida e seus sentimentos mais confusos.
http://momentocrivelli.blogspot.com/
Oi, Natália
Eu assisti a série e me emocionei, me diverti e chorei na mesma medida. Achei a ideia genial e gostei muito de ter a cultura indiana em xeque na obra. Senti que a Devi me irritava em alguns momentos, mas sei que faz parte do desenvolvimento do personagem. Ansiosa para a segunda temporada!
Beijo
https://www.capitulotreze.com.br/
Oi! Acabei de ler uma crítica positiva da série a agora encontro mais essa. Definitivamente vou ter que conferir. Bjos!! Cida
Moonlight Books
Oi Natália, tudo beem?
Eu curti bastante essa série… e olha que não tinha grandes expectativas, me surpreendeu positivamente!Blog Entrelinhas
Resenha incrível. Com certeza vou assistir essa série.
Bom fim de semana!
Jovem Jornalista
Instagram
Até mais, Emerson Garcia
Essa série!!! Fiquei de cara quando terminei de ver em um dia!! Eu viciei, devorei, assisti do início ao fim sem culpa e estou aqui torcendo desesperadamente por uma segunda temporada.
Vidas em Preto e Branco