O Gambito da Rainha [Crítica da série]

O Gambito da Rainha é nova série da Netflix com apenas 7 episódios estrelada por Anya Taylor-Joy. É uma daquelas histórias que quando a gente começa a assistir não para mais. Elizabeth Harmon tem um carisma incrível ao ser uma garota órfã prodígio que descobre um talento nato para o xadrez.
Baseado no livro homônimo de Walter Trevis, vamos acompanhar a vida de Elizabeth desde que ela perde a mãe e passa a viver num orfanato para meninas. É lá que conhece o zelador do local que a ensina jogar xadrez e percebe cedo o talento dela. Elizabeth é precoce em muitas coisas, inclusive desenvolve um vício para calmantes ainda criança, já que as pílulas eram dadas no orfanato para acalmar as meninas. A protagonista usava os efeitos dos remédio para imaginar um tabuleiro de xadrez no teto para jogar.
Adotada, Elizabeth cria uma relação muito boa com sua mãe adotiva Alma Wheatley (Marielle Heller), uma relação de condescendência entre ambas. Alma é uma mulher amargurada, perdeu um filho, o marido não se importa muito com ela. E ao se afastar o marido também a deixa na miséria, até que ela descobre que pode ganhar dinheiro com os talentos de Elizabeth e passa a agenciá-la. No entanto, Alma é bastante compreensiva com Elizabeth e a todo momento a incentiva a ter vida social e não encarar o xadrez como a única coisa importante em sua vida.
Se Elizabeth apresenta uma grande facilidade para o xadrez, não se pode dizer o mesmo de sua vida social. Quase sempre sozinha, ela não tem muitos amigos, apenas aquele que ela conhece nos torneios, mas ainda assim ninguém muito próximo. Elizabeth descobre que é muito mais confortável ficar só e se dá bem com sua solidão. Essa característica mais introspectiva é bem mostarda pela atriz Anya Taylor-Joy numa interpretação bastante contida, mas ainda assim notável seu olhar desafiador encontrado em outros personagens da atriz. 
A série tem uma produção tão boa que parece que é baseada em fatos reais. A ambientação dos anos 60 é perfeita, o figurino, trilha sonora, tudo muito bem produzido. E ainda temos as partidas de xadrez que a série consegue deixar cheias de emoções, com muita adrenalina e suspense. Apesar do talento da protagonista, os desafios que Elizabeth passa tanto na vida pessoal quanto nos campeonatos deixa tudo bastante instigante. 
Vale destacar também outros personagens na série como o fotógrafo Townes (Jacob Fortune-Lloyd), o campeão de xadrez Benny (Thomas Brodie-Sangster), Harry (Harry Melling) que é uma pessoa boa, mas que par mim se aproveita de um momento frágil da Beth e Jolene (Moses Ingram) que reaparece no momento perfeito da série.
Mais do que acompanhar uma série sobre uma garota prodígio no jogo de xadrez, acompanhamos um história de amadurecimento: a primeira menstruação, o primeiro amor, a primeira derrota, o vício em tranquilizantes, alcoolismo, as frustradas tentativas de se socializar, entre outras coisas. Enfim, O Gambito da Rainha nos mostra com muitos detalhes a vida de Elizabeth Harmon, tanto que no final das contas gostaria que ela tivesse existido. 

Trailer 


 Michele Lima

6 thoughts on “O Gambito da Rainha [Crítica da série]

  • 15 de novembro de 2020 em 15:01
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    Conheço pouco da série mas estou animada para assistir depois de ver vários comentários positivos. Me parece uma série que me chamaria atenção.

    Abraço

    Imersão Literária

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  • 15 de novembro de 2020 em 16:02
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    Oi Mi! São tantas séries saindo que não consigo acompanhar, esta eu ainda não tinha visto. A jornada da protagonista parece muito realista e interessante, acho que veria, sim. Bjos!! Cida
    Moonlight Books

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  • 15 de novembro de 2020 em 17:01
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    Oi Michele 🙂
    Que coincidência, assisti ontem ao trailer e fiquei na dúvida se valia a pena assistir a esta série. Agora fiquei com imensa vontade de conhecer a conturbada trajetória da protagonista.
    Beijos

    Mundo da Fantasia

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  • 15 de novembro de 2020 em 20:36
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    Oi Mi
    Meu namorado me indicou essa série ontem KKKKK Não sei se assistiria porque realmente não tô vendo nada na TV, mas por ter uma protagonista cativante e carismática fica mais fácil adicionar na lista.
    Beijo
    https://www.capitulotreze.com.br/

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  • 16 de novembro de 2020 em 00:40
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    Oi, Mi! Tudo bom?
    Eu tô vendo muita gente indicar e amar essa série, mas continuo zero a esquerda UHASUHASUHASUH no momento tô me atualizando nas séries da HBO, então foco total em Lovecraft Country e His Dark Materials. Vou tentar ver essa mais pra frente!

    Beijos, Nizz.
    http://www.queriaestarlendo.com.br

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  • 16 de novembro de 2020 em 02:09
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    Ei, Michele, tudo bem? Eu tava vendo o cartaz dessa série ontem, e só olhando eu achei que era uma coisa. Agora lendo a sua resenha, descobri que é uma coisa completamente diferente, eu acho que vale a pena dar uma oportunidade para a série e eu adoro xadrez!

    Books House

    Resposta

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