A Mulher Que Roubou Minha Vida [Resenha Literária]

Eu demorei muito mais tempo procurando palavras a fim de começar este post que o WhatsApp para ser desbloqueado no Brasil. Aquelas menos que 12 horas sem o aplicativo me fizeram muito bem, eu pude focar na minha missão de terminar de ler A Mulher Que Roubou Minha Vida. Era mais que uma missão, era uma vontade enorme de chegar ao final, pois Marian me surpreendeu várias vezes contando a história de Stella Sweeney, começando pelo título que a gente lê e acha que ali tem um romance lindo com um homem que se apaixona perdidamente por uma mulher ao ponto de dar sua vida por ela, pois é, e não é bem isso. Depois me surpreendeu novamente na maneira como colocou Stella doente e incapaz de se comunicar ao ser diagnosticada com a Síndrome de Guillain-Barré, doença autoimune que ocorre quando o sistema imunológico do corpo ataca parte do próprio sistema nervoso por engano. Isso leva à inflamação dos nervos, que provoca fraqueza muscular. 
Stella fica muitos e muitos meses no hospital e só consegue se comunicar por meio de piscadas, uma de cada vez, um método inventado por seu neurologista, Mannix Taylor. Eu não vou dizer que me identifiquei com Stella por ser também portadora de uma doença rara, só 70 pessoas no mundo todo relataram ter a mesma condição renal que eu, quer dizer, 69, eu sou a 70ª. Nos muito meses que Stella passa no hospital é Ryan, seu marido que quer muito ser famoso e viver da sua arte, mas não é bem assim que ele consegue sustentar a família, quem passa a tomar conta dos filhos do casal: Jeffrey, um adolescente rebelde de uma maneira diferente e Betsy, uma doce menina que só quer ser feliz. Karen, irmã de Stella passa a administrar o salão das duas, mais ou menos das duas.
Marian conta de maneira bem original a vida de Stella depois que ela adoece e escreve um livro de autoajuda. Não que ela tenha sentado à frente de um computador e escrito um livro, não foi bem assim, mas ela escreveu um livro meio que sem querer, e a esposa do Vice-Presidente dos Estados Unidos aparece na capa de uma revista lendo e Stella é convidada a morar por pelo menos um ano nos States para divulgar seu livro, que ela nem sabia que tinha escrito.
Stella se muda com a família e vive dias de sonho, amor e cansaço, mas as coisas não saem muito bem do jeito que ela queria e é uma surpresa ver como a vida dela dá outra volta e ela tem que lidar com a loucura de Ryan, que não é bem uma loucura. Stella é uma mulher forte e madura, já beirando os 40 anos e com problemas de barriga (me identifiquei totalmente), e toda sua história é contada de uma maneira deliciosa.

Eu nem sei que palavra usar para descrever a leitura prazerosa que este livro me deu, porque apesar de ser uma história cheia de momentos difíceis, a autora me mostrou situações diferentes, novas, interessantes e com personagens muito próximas das pessoas reais, com dores reais, medos reais, situações reais, com umas pitadas de ilusão e doses generosas de bom humor. A história de Stella é aquela que podia ser, mas não foi, porém, isso não importa, porque o importante é o que vem depois.
Eu nunca me decepciono com Marian Keyes, seus livros são sempre inteligentes e envolventes.
Uma curiosidade:
Enquanto eu lia o livro na TV vi duas reportagens sobre a Síndrome de Guillain-Barré, já que ocorreram alguns casos no Brasil que foram associados ao mosquito que transmite o Zika Vírus.
Dados do livro:
Livro: A Mulher Que Roubou Minha Vida
Autora: Marian Keyes
Editora Bertrand Brasil
Nota:
Marise

15 thoughts on “A Mulher Que Roubou Minha Vida [Resenha Literária]

  • 5 de janeiro de 2016 em 00:17
    Permalink

    Esse livro chegou na loja onde trabalho, mas não peguei ele para ler. Da autora, só tive oportunidade de ler Melancia e gostei bastante do trabalho dela. Achei essa bem legal… quem sabe não o leio em 2016?

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    • 5 de janeiro de 2016 em 12:04
      Permalink

      Natália, você trabalha com livros? Como diz uma amiga minha, fiquei com inveja verde e gosmenta, rsrsrsrs. Pode ler todos dela, você vai adorar.

      Resposta
  • 5 de janeiro de 2016 em 00:25
    Permalink

    Oie Marise =)

    Até hoje não li nada da Marian Keys, pois apesar de ler varias resenhas positivas dos livros dela ainda não encontrei aquele que realmente me chamasse a atenção.

    Ótima resenha!

    Beijos;***

    Ane Reis.
    mydearlibrary | Livros, divagações e outras histórias…
    @mydearlibrary

    Resposta
    • 5 de janeiro de 2016 em 12:06
      Permalink

      Ariane, se você não se importar com histórias fortes, leia "Tem Alguém Ai?" É emocionante.

      Resposta
  • 5 de janeiro de 2016 em 12:41
    Permalink

    Oi, oi!

    Sou suspeito pra falar dos livros da Marian Keyes. Simplesmente amo essa mulher e esse dom que ela tem de nos fazer ficar com raiva e ao mesmo amar uma história.

    Tu já leu "Los Angeles"? Esse foi o último livro que eu li dela e adorei. <3

    Não conhecia "A mulher que roubou minha vida", mas parece ser bom. Vou procurá-lo quando for à livraria.

    Bjs!

    Não me venha com desculpas

    Resposta
  • 5 de janeiro de 2016 em 14:11
    Permalink

    Oi, Marise!
    Esses virus estão causando um estrago aqui no Nordeste, infelizmente.
    Eu tinha uma ideia completamente diferente desse livro e agora me arrependo de não ter comprado #todoschora
    Beijos
    Balaio de Babados

    Resposta
  • 5 de janeiro de 2016 em 15:10
    Permalink

    Olá, tudo bem?
    Sinceramente, não dava nada por esse livro e nem pelo trabalho da autora, mas me surpreendi com a resenha. O enredo parece ter sido muito bem trabalhado. Talvez acabe dando uma chance.

    Desbrava(dores) de livros – Participe do top comentarista de janeiro. Serão dois vencedores!

    Resposta
  • 5 de janeiro de 2016 em 18:53
    Permalink

    Olá, Marise.
    Eu já li quase todos os livros da autora. Só falta os dois últimos e esse é claro hehe. Só não gosto deles serem folhas brancas hehe. Eu já sei que vou gostar porque até agora não consegui não gostar de nenhum dos livros dela. Achei interessante a abordagem dessa doença, que eu desconhecia até então.

    Blog Prefácio

    Resposta
  • 5 de janeiro de 2016 em 22:01
    Permalink

    Oi Marise!
    Eu li três livros da Marian Keyes até hoje e meio que tinha decidido que não ia ler mais nada dela, porque esses 3 eram muito parecidos. Mas esse aí é totalmente diferente! Fiquei com vontade de ler.

    Beijos,
    Sora – Meu Jardim de Livros

    Resposta
  • 5 de janeiro de 2016 em 23:31
    Permalink

    Marian Keyes é uma autora que sempre me divirto ao ler seus livros. Esse livro me chamou a atenção por causa do título. Gostei da resenha e espero ler ainda esse ano.
    Abraços Mika
    Pensamentos Viajantes

    Resposta
  • 6 de janeiro de 2016 em 02:44
    Permalink

    Nossaaaaa! Até que enfim uma boa resenha elogiando esse livro, só encontrei mas recomendações. Fico feliz por você ter gostado pois estou com ele encostado aqui na estante e não tinha uma forcinha a mais pra lê-lo. Porém, essa forcinha chegou! Hahahaha. Amei a resenha, me ajudou bastante. Agora vamos lá desencostar esse livro!!!! Bjssssss
    Menina da Livraria

    Resposta
  • 7 de janeiro de 2016 em 23:59
    Permalink

    Oi Marise! Eu tinha lido a sinopse e achei que era uma história superficial, mas agora ao ler sua resenha vi que é o contrário, a trama parece ser intensa e edificante.

    Bjos!! Cida
    Moonlight Books

    Resposta
  • 14 de janeiro de 2016 em 18:46
    Permalink

    Este comentário foi removido pelo autor.

    Resposta
  • 14 de janeiro de 2016 em 18:49
    Permalink

    Oi Marise,

    Acho que já li uns cinco livros da Marian, desses gostei imensamente de É Agora… ou Nunca e Cheio de Charme. Acho até que os livros da autora não deveriam ser classificados como chick-lit, pois a maioria tende a tratar de assuntos mais sérios. Vi o anúncio de lançamento desse e estou louco para comprar, já que é o único que falta em minha coleção. Pelo título, também esperava uma história de amor mais levinha, levei um tapa na cara. Ansioso para ler.

    Abraços,

    http://milvidasparaler.blogspot.com.br/

    Resposta
  • 25 de janeiro de 2016 em 13:55
    Permalink

    Oi Marise.

    Fiquei bem curiosa com esse livro. Como a personagem pode ter escrito um livro sem saber? kkkk Só lendo para saber né! Eu tenho um livro dessa autora aqui na minha estante, mas ainda não o li (como a maioria dos que estão ali, kkkkk). 😛 😀 Bjoks da Gica.

    umaleitoraaquariana.blogspot.com

    Resposta

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