Mickey 17 [Crítica do Filme]

Robert Pattinson em Mickey 17

A ficção científica é geralmente vista como uma jornada espacial, com subtextos de guerras e como uma sociedade hipotética vive suas histórias numa jornada do heroi. Por outro lado, há filmes dentro desse gênero que constroem mais do que meras tecnologias avançadas e extraterrestres, inserindo camadas complexas ou críticas indiretas ao nosso cotidiano na Terra.

O novo longa de Bong Joon-ho, vencedor do Oscar de melhor diretor e melhor filme por Parasita (2019) e protagonizado por Robert Pattinson, é baseado no romance Mickey 7, escrito por Edward Ashton em 2022. A publicação é bem recente, mas foi uma escolha acertada trazê-la ao cinema, e carrega grandes nomes que fazem a diferença na finalização. Sem dúvidas, é uma produção que deve ser recebida sendo muito mais que um mero futuro distópico.

Em Mickey 17 acompanhamos a humanidade lutando contra seus próprios feitos ao destruir o planeta pelas mudanças climáticas. Empresas e grupos políticos criaram formas de enviar humanos em expedição para tentar colonizar um mundo gelado chamado Niflheim. Mickey (Pattinson), um jovem que não se sente útil, alista-se no programa de “descartáveis”, para ser enviado em missões suicidas.

Após sua morte, o upload de sua mente é feito e introduzido em seu mesmo corpo reimpresso, como se fosse uma nova versão, quantas vezes forem necessárias para conseguirem seu objetivo. No entanto, ele acaba ficando preso em uma caverna ao lado de animais alienígenas. Mickey, voltando à sua nave, depara-se com seu duplicado, já que havia sido declarado morto e precisam manter essa dupla, mesmo com suas dualidades distintas, para não serem descobertos devido à ilegalidade. Assim, reavaliando seus conceitos e propósitos diante da colônia e do pior emprego já realizado.

Robert Pattinson em Mickey 17

A cosmologia que gira em torno da trama do filme se assemelha a diversos outros projetos, como, por exemplo: Wall-E, Exterminador do Futuro, Matrix, etc. No entanto, o principal foco é a crítica social excelentemente imposta sobre a ética de se colocar uma pessoa como “dispensável”, voluntária para experimentos de mortes constantes e a fazer o ser humano suportar a dor física como psíquica ao falecimento até seu ressuscitamento. Além de invadir um habitat natural, como ocorre na natureza, o filme mostra o ponto de vista de animais extraterrestres que defendem seu espaço e são tranquilos se não provocados.

Já a atuação de Robert Pattinson é brilhante, conseguindo transmitir características de personalidades distintas para cada versão, agonia vivida por esse trabalho vivido e seu amadurecimento com cada Mickey. Um dos pontos baixos do projeto é o antagonista, interpretado por Mark Ruffalo, que é caricato e destoa de toda a ambientação, mas tem seu propósito na crítica narrativa realizada no filme: um comandante narcisista, rico e com sede de poder.

O toque do cineasta deixa marcas profundas nessa exploração espacial de identidade, sendo divertida, instigante e assustadora.

FICHA TÉCNICA

Título: Mickey 17
Data de Lançamento: 6 de março de 2025
Direção: Bong Joon-ho
Warner Bros Pictures 

Lucas Venancio

One thought on “Mickey 17 [Crítica do Filme]

  • 6 de março de 2025 em 12:51
    Permalink

    Parece ser uma importante proposta. Fiquei com curiosidade de assistir.

    Boa semana!

    O JOVEM JORNALISTA está no ar cheio de posts novos e novidades! Não deixe de conferir!

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    Até mais, Emerson Garcia

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