Exploding Kittens [Crítica da Série]

Carente de séries animadas não-japonesas, embarquei com gosto na animação Exploding Kittens da Netflix! Eu nunca joguei o jogo de cartas e tabuleiro do qual foi inspiração para a série, mas a série me divertiu bastante com a história.

Em Exploding Kittens, o céu está cansado com a negligência de Deus e para puni-lo o manda para a Terra em forma de gato para que ele se envolva com os humanos e aprenda empatia. Deus é uma figura excêntrica, egocêntrica e vai parar na casa dos Higgins, uma família que tem problemas de conexão entre eles. A mãe, Abbie (Suzy Nakamura), é ex-militar e gosta de atividades mais radicais, Marv (Mark Proksch) é o pai bonzinho e nerd, a filha Greta (Ally Maki) é claramente superdotada e o filho Travis (Kenny Yates) passa o tempo todo na internet e tenta se livrar do bullying que sofre há anos.

Com personalidades muito diferentes, cabe a Deus, agora como Gativino (Tom Ellis) ajudá-los. Porém, ele não foi o único punido, no inferno a filha do diabo, Belzebu (Sasheer Zamata), também é mandada à Terra como gata e se torna vizinha de Deus.

Cada episódio trabalha um tema, mas o enredo principal da união da família e a relação de Gativino e Gatinhosa são trabalhados ao longo dos nove episódios e confesso, o final me surpreendeu e muito!

O roteiro realmente não tem limites, usa do sagrado e do profano como piadas constantes, algumas óbvias, mas ainda assim engraçadas e um tanto ousadas. E qual problema dos roteiristas com Imagine Dragons eu não sei, mas a banda é referência de muitas piadas na série.

Os traços são bem simples e eu gostaria de ter visto mais do céu, embora o inferno tenha sido um pouco mais explorado, até porque Gatinhosa é um personagem mais complexo do que Gativino, ela até ganha um plot sobre sua mãe. Surpreendentemente existe uma boa química, amorosa inclusive, entre Deus e Belzebu. 

Exploding Kittens não renova o gênero em nada, mas funcionou pra mim como uma série confort em que eu não esperava nada e ri bastante. 

Michele Lima