Nada de Novo no Front [Crítica]

A grande aposta da Netflix para a temporada de premiações é sua adaptação do romance alemão, Nada de Novo no Front (2022), que retrata a Primeira Guerra Mundial. O livro foi um sucesso de vendas no país em 1929 e banido pelo nazismo por “boicotar” o discurso representado. O desafio da plataforma foi levar a obra para ser realizada em terra nativa e se distanciar do longa americano feito em 1930 que já conseguiu levar o Oscar de Melhor filme e direção naquele ano.  

Em 1917, a Alemanha está sofrendo com um enorme número de baixas diante da guerra no conflito contra a França. O jovem Paul Baumer (Felix Kammerer), se alista para integrar as forças armadas alemãs perante a propaganda romantizada representada pelo nacionalismo militar, mas com pouca informação sobre a realidade acaba encarando os horrores vividos no front.

O diretor Edward Berger, insere elementos contrastantes em relação ao primeiro filme inserindo mais elementos da política que envolve o tratado de armistício entre as duas nações com o foco no personagem de Matthias Erzberger (Daniel Bruhl) ao paralelo do terrível confronto. Entretanto, em diversos momentos parece distanciar o drama da cosmologia principal.

A ambientação construída com elementos práticos leva uma intensa imersão ao espectador, como os soldados na “Guerra das Trincheiras”. Já nos demais tópicos que compõem o filme colocam um toque fabuloso em cada um deles para que a narrativa seja deslumbrante, mostrando o peso da batalha, suas cargas emocionais chocantes e angústia por uma resolução do cessar fogo.

Nessa nova perspectiva do projeto, o cineasta apresenta os mínimos detalhes muito bem desenvolvidos no triste contexto em que vivem as tropas e conduzidos pela bela atuação de Kammerer. Mostrando o teor antiguerra, patriotismo, valor da vida, busca da paz, na perda de amizades e sonhos interrompidos ou novos laços afetivos que já iniciam com prazo de validade indeterminado.    

Em suma, a política sendo mais explorada entre a espetacular linha tênue condutora da trama mostrando dualidade de perspectivas são interessantes para representar o cenário da época gerando reflexões, porém não se encaixando com o drama e jornada do protagonista que é brilhante.

FICHA TÉCNICA

Título: Nada de novo no Front
Título Original: Im Westen nichts Neues
Direção: Edward Berger
Data de lançamento: 28 de outubro de 2022
Netflix

Lucas Venancio – @lucksre 

2 thoughts on “Nada de Novo no Front [Crítica]

  • 2 de março de 2023 em 12:17
    Permalink

    Olá Mi, tudo bem?
    Nossa não conhecia nem o livro nem o filme e já fiquei com vontade de ler. Ele aparentemente aborda assuntos interessante e com certeza eu vou querer assistir pois gosto deste tipo de tema.
    Beijinhos, Tham
    4 You Books Mania

    Resposta
  • 2 de março de 2023 em 15:38
    Permalink

    Parece ser um filme incrível. Gosto de filmes com essa temática de guerra.

    Boa semana!

    O JOVEM JORNALISTA está no ar com muitos posts interessantes. Não deixe de conferir!

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    Até mais, Emerson Garcia

    Resposta

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