Leia.Seja.: Dia Mundial do Livro
A Leia.Seja. é uma campanha realizada pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), que tem como objetivo mostrar o papel transformador que a leitura pode proporcionar à sociedade. Essa campanha começou na Bienal Internacional do Livro do Rio, quando um time de peso vestiu a camisa da campanha para se transformar em personagens históricos da literatura nacional e internacional!
Pensando na campanha em comemoração do Dia Mundial do Livro, celebrado no dia 23 de abril, nossa colaboradora Bianca Gonçalves comentou um pouco a sua relação com os livros que começou já na infância!
Confira:
Nós falamos sobre livros o tempo todo. E engana-se quem pensa que é algo fácil. Para a maioria dos blogueiros, escrever sobre sua leitura é uma forma de compartilhar com o mundo seus próprios sentimentos, já que nem sempre temos alguém por perto que tenha o mesmo amor pela leitura que nós. Direta ou indiretamente, acabamos por incentivar a leitura de certa obra. E tudo tem um começo.
Pensem agora, qual foi o livro que fez com que você percebesse que amava ler? Aquele que despertou uma vontade sem fim de ter seus próprios livros, de ler ainda mais? Eu comecei a ler muito nova, e a leitura pra mim sempre foi um uma válvula de escape da realidade. Na época, a compra de livros era praticamente impossível, já que na região onde moro as livrarias são escassas. Aos nove anos já lia gêneros diversos. Minha mãe não restringia o que podia ou não ler, e foi aos dez que conheci a escrita de Machado de Assis, através do livro Memórias Póstumas de Brás Cubas. Não entendi praticamente nada, mas nessa época minha mãe morava num sítio em Goiás, super isolado, e dentre os demais livros que ela tinha (quadrinhos, obras infantis), esse era a novidade. Senti medo por ser um livro narrado por um morto, demorei a entender que se tratava de uma ficção.
Depois desse livro, fiquei um pouco triste por não ter compreendido nada de um enredo. Peguei uma coletânea de contos, e a patroa da minha mãe me indicou o conto Noite de Almirante, do mesmo autor. Ahhhh e esse eu pude compreender. Considerei um conto triste, mas até hoje levo para vida o principal objetivo do enredo: o de não criar muitas expectativas. Pra mim, até então, o objetivo dos livros eram o de ensinar, mesmo que por meio de uma ficção. Eu não via como hobby. Até os quadrinhos eu enxergava como um ensinamento.
No ensino médio, as obras tidas como obrigatórias eram devoradas por mim. Eu já havia lido praticamente todas mesmo antes da obrigatoriedade, mas claro que não compartilhava esse fato com meus colegas. Então, um professor escolheu um livro para eu ler num trabalho de escola: Macunaíma. Como senti raiva dessa escolha. Enquanto minhas amigas portavam obras como Dom Casmurro, A Moreninha, eu teria de ler um livro sobre um anti-herói? Com uma edição horrível. E a escrita? Misturava Tupi-guarani com português. Eu tinha de ler com o dicionário na mão, e por três vezes procurei meu professor, contrariada, para que trocasse o livro. Ele não atendeu meu pedido. E não sei exatamente em qual página isso aconteceu, mas de repente minha avó apareceu no quarto para olhar o que tanto me fazia rir. Macunaíma, um clássico da literatura nacional, foi o primeiro livro que me fez rir. Foi o primeiro livro que me mostrou a magia dos elementos fantásticos por conter o folclore indígena tão presente no enredo. E foi Macunaíma, meu livro predileto da vida, que me mostrou o quanto a leitura é encantadora. Eu consegui me transportar para dentro de um enredo a partir desse livro. Poucas pessoas gostam. Ele não é um livro muito favoritado por aí. Mas eu amo pelo fato de ter sido através dele que esse encanto surgiu.
Hoje, os livros não me passam apenas conhecimento. Também não são apenas válvulas de escape. Pra mim é magia, e se ele não tiver o poder de me transportar, não considero uma boa leitura. Macunaíma sempre terá um lugar importante no meu coração de leitora por ter me mostrado o quanto os livros são poderosos, podendo despertar vários sentimentos no leitor. E para você? Qual o livro que te fez amar a leitura?
Para mais informações: http://www.snel.org.br/
Bianca Gonçalves ( Também autora do Pausa para Pitacos)
Oi
não conhecia a campanha, gostei do relato dela, ela ia mais pros clássicos, quando eu era criança não lia muito, mas sempre ganhava do meu pai contos de fada e no ensino fundamento pega alguns na biblioteca da escola, só virei viciada mesmo no ensino médio.
http://momentocrivelli.blogspot.com
Oi Bianca!
Nossa, que texto lindo <3 Muito bom.
Minha história com os livros começa ainda criança. Meu pai nunca soube ler, mas ele sempre me incentivou a isso. Sempre comprava HQs, Mangás ou aqueles classicos infantis que vendia nas escolas para que estivesse sempre lendo algo. No ensino médio, tive algumas experiências traumaticas lendo obras de Machado. Não era meu momento, então, me aventurei nas peças de Shakespeare e foi onde comecei. Sonhos de uma Noite de Verão foi o primeiro livro todo que eu li e me diverti pacas. Depois dei uma pausa e voltei no hype de Crepusculo. Daí em diante não parei mais. Por isso acho que a saga é tão importante para mim. Não pela qualidade da historia em si, mas pelo que ela representa. Ela despertou o leitor que havia em mim e que tava adormecido e eu amo isso, e vou sempre ter um lugar especial para ela aqui 🙂
Abraços
David
http://territoriogeeknerd.blogspot.com.br/