Triângulo da Tristeza [Crítica]

Quando localizamos a cartilha sobre Triângulo da Tristeza, uma produção vencedora da Palma de Ouro do Festival de Cannes 2022 e indicada para três categorias no Oscar (Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Roteiro Original), podemos concluir sem dúvidas que é um dos grandes destaques da temporada. Porém, o longa dirigido e escrito por Ruben Östlund, deixará em linhas opostas as visões dos espectadores e grandes debates.

Um casal de modelos influenciadores digitais, Carl (Harris Dickinson) e Yaya (Charlbi Dean) buscam sempre a perfeição diante das redes sociais mesmo com dilemas em inversão. Eles recebem um convite para viajar a bordo de um iate de luxo ao lado de pessoas da alta sociedade que é comandado por um capitão alcoólatra protagonizado por Woody Harrelson.

No longa, o diretor leva uma proposta de sátira em dramas sobre diferentes perspectivas da sociedade com alto padrão de vida e suas subordinações. Além do foco de nossos protagonistas que cria conexão mais assídua com o público da atual geração e suas “atuações” em postagens na internet para retratar uma realidade distorcida.

Essa distorção é legal notar no realçamento de câmeras por Östlund, que cria a sensação de desconforto a quem for experimentar o filme. E principalmente pelo afastamento que o marketing do projeto propõe, como a reunião do elenco no ensolarado iate ao adverso pôster de uma pessoa vomitando com roupas íntimas.


A trama é introduzida em capítulos como um livro, mas que fica mais claro quando a entendemos como “camadas” para análise comportamental da sociedade que o cineasta quer contar sua história e não somente a passagem de ambientes. O ridículo com a presença do melodrama cria discussões bizarras que vão desde o limite que o dinheiro pode comprar até debates políticos conturbados.

Entretanto, essas passagens de tempo podem acabar desagradando o público que se sente melhor com montagens mais lineares no desenvolvimento, mas definitivamente é uma ousadia que tem propósito para usualidade. Essa bagunça da inversão é a chave central para analisar o tema principal sobre como o limite da riqueza pode ser travado durante um momento de conflito.

As consequências de alguns fatos são esquecidas durante essas passagens bruscas, perdendo o dinamismo que aí sim fica devendo se comparar a um roteiro mais tradicional que pode atrair o espectador para a obra retratada, não a tornando cansativa e pedindo mais contexto. Um ponto a se destacar fica para a personagem Abigail (Dolly De Leon) que retrata a complexidade da crítica realizada para um desfecho inusitado do todo.

O longa acaba criando esse olhar diferente para a união apresentada, com isso vai levar a discussões sobre sua narrativa e conclusão. Assim, construindo a clássica divisão e polêmica para com a estrutura do ponto de vista do “ame ou odeie, 8 ou 80”.

FICHA TÉCNICA

Título: Triângulo da Tristeza
Título Original: Triangle of Sadness
Direção: Ruben Östlund
Data de lançamento: 16 de fevereiro de 2023
Diamond Films

Lucas Venancio – @Lucksre

One thought on “Triângulo da Tristeza [Crítica]

  • 8 de fevereiro de 2023 em 14:46
    Permalink

    Interessante. Parece ser uma trama bem criativa e despojada.

    Boa semana!

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    Até mais, Emerson Garcia

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