Senna: o Brasileiro, o Herói, o Campeão [Crítica]

Senna, ao menos para mim, era sinônimo de um domingo feliz, mesmo quando ele perdia, pois o mais importante era que eu tinha minha família reunida nas manhãs de domingo só para assistir a Formula 1, que inevitavelmente, perdeu parte da graça depois de sua morte. Demorei a assistir a esse documentário, dirigido por Asif Kapadia e lançado em 2010, porque eu sabia que com toda certeza iria precisar de alguns lencinhos para conter minhas lágrimas e foi assim mesmo.

O documentário inicia quando Senna começa a se destacar nos karts e seu primeiro ano na Fórmula 1, passando por toda sua carreira, mas dando ênfase a rivalidade com Prost, deixando de lado sua rivalidade com Mansell, além de mostrar entrevistas inéditas não só de Ayrton, como também de Prost e os comentários da família. Interessante notar que o documentário não nega que Ayrton só conseguiu se tornar piloto porque sua família era rica, mas também admite que só isso não faria de Senna o gênio que era. Tão genial que se tornou um mito mundial, maior prova disso é que o documentário não é nacional e sim da britânica Working Title (de Quatro Casamentos e Um Funeral).

Outra coisa interessante do documentário é que mostra o próprio Senna falando das dificuldades da carreira, em ter que deixar a família e amigos para ter que ficar na Europa e suas críticas à modalidade que o consagrou como campeão, uma vez que para ele, a Formula 1 tinha muita política nos bastidores.

Também gostei de ver novamente, mas agora com detalhes, sua incrível vitória em 1988, na corrida que lhe deu o título mundial, uma vez que Senna teve problemas na largada, ficando em décimo sexto, mas se recuperando maravilhosamente. Depois de sua vitória em 88, a McLaren se divide entre Prost e Senna e o documentário mostra bem que a rivalidade dentro da equipe, ficando mais acirrada ainda por conta do jogo político envolvido. Prost e Ayrton eram rivais dentro e fora das pistas, nada como a “marmelada” que a Ferrari fazia entre seus dois pilotos, já que na época era cada um si e Deus por todos.

O diretor Asif Kapadia e o roteirista Manish Pandey conseguem recriar a realidade e a tensão do momento das corridas, não poupando ninguém, nem mesmo o presidente da FIA na época, o francês Jean-Marie Balestre. O documentário deixa bem claro que a política na Fórmula 1 é bem mais forte do que os resultados nas pistas e que a rivalidade Prost-Senna resultou muito bem comercialmente para a modalidade.

Ainda podemos ver as narrações do Galvão, a cena clássica em que Xuxa o beija várias vezes em seu programa e Adriane Galisteu, que também aparece em uma ou duas cenas. No entanto, o enredo se concentra exclusivamente na carreira do piloto e não mostra nada sobre suas relações pessoais, portanto, não nos explica os motivos que levaram a família a excluir Adriane Galisteu dos funerais do piloto. Xuxa poderia ser a ex, mas Adriane era a atual e sinceramente não consigo imaginar a dor pela qual ela passou, pois nem se despedir dele ela conseguiu fazer direito.

Apesar de algumas omissões no enredo, como a rivalidade com Piquet e Mansell, Senna: o Brasileiro, o Herói, o Campeão serve muito bem para fazer com que a gente possa conhecê-lo melhor como profissional e matar um pouco da saudade do piloto, em uma época em que a Fórmula 1 fazia muito mais parte das nossas vidas.

Filme até o momento disponível para alugar nno Google Play e prime Video por 6,90.

Michele Lima

One thought on “Senna: o Brasileiro, o Herói, o Campeão [Crítica]

  • 6 de maio de 2024 em 13:20
    Permalink

    Parece ser um documentário cheio de informações e curiosidades. Fiquei com vontade de assistir. 30 anos sem o ídolo né? Uma pena.

    Boa semana!

    O JOVEM JORNALISTA está no ar cheio de posts novos e novidades! Não deixe de conferir!

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    Até mais, Emerson Garcia

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