Do Dundo da Estante: A Cor do Dinheiro
Dirigido por Martin Scorsese, A Cor do Dinheiro (1986) é uma continuação de Desafio à Corrupção (1961), longa metragem sobre Eddie Nelson (Paul Newman), um exímio jogador de sinuca.
Particularmente achei o primeiro razoável. As cenas de jogo são ótimas, mas perde o pique com um romance melodramático, resquícios da antiga Hollywood. Essa continuação é muito mais interessante, dinâmica e sem dramas. Scorsese filma as partidas de bilhar de maneira épica, com planos caprichados e o auxílio luxuoso da sempre ótima Thelma Schoonmaker na montagem.
Paul Newman revive aqui o seu personagem com mais entusiasmo, promovendo um inevitável choque de gerações com o personagem de Tom Cruise (bem, aqui) a quem quer transmitir todo o seu conhecimento no assunto ao vê-lo jogar. A talentosa Mary Elizabeth Mastrantonio também está ótima em cena e mereceu a indicação ao Oscar de atriz coadjuvante.
A direção de arte/cenários, também indicada ao Oscar, é simples e eficiente – estamos diante de salões e mesas de bilhar e isso basta. Um pouco longo (são duas horas de projeção), o filme não chega a entediar e se mantém moderno mesmo tendo aquele clima anos 80 bem explícito. Juntos em cena, o trio de atores é admirável, assim como a trilha sonora e a fotografia.
Indicado ao Oscar pela sétima vez e sem nunca ter vencido, Paul Newman nem se deu ao trabalho de ir a cerimônia, onde foi finalmente premiado!
FICHA TÉCNICA
Título: A Cor Do Dinheiro
Título Original:The Color of Money
Direção: Martin Scorsese
Data de lançamento: 27 de novembro de 1986