Falando a Real [Crítica da Série]

A Apple TV não é um streaming badalado e acredito que nem é vontade deles ser. Também não possuem um catálogo amplo como o da Netflix, mas claramente colocam a qualidade acima da quantidade! É assim com Ted Lasso, por exemplo, é assim também com Shrinking, Falando a Real em português.

Em cinco minutos eu já estava apaixonada pela série que conta com a brilhante participação de Harrison Ford como o rabugento, mas excelente Dr. Paul. Ele é chefe e mentor (mesmo sem a sua vontade) do protagonista Jimmy (Jason Segel), um terapeuta que perdeu a esposa em um acidente e passou um ano de luto extremo, deixando de lado a filha Alice (Lukita Maxwell). Durante esse tempo, ela ficou muito mais com a vizinha Liz (Christa Miller) do que com o pai.

Jimmy está tentando melhorar, mas não é fácil recuperar a confiança da filha e muito menos voltar à normalidade. Um dia em uma das suas sessões com uma paciente, ele começa a falar a real para ela, mas de um modo bem direto e objetivo: ou você termina seu relacionamento tóxico ou procura outro terapeuta. Uma atitude não muito bem vista por Paul que acredita que um terapeuta precisa ajudar seus pacientes a chegarem a suas conclusões sozinhos. No entanto, deu certo (pelo menos por um tempo). Jimmy se empolga e usa esse método em vários pacientes! O que seria problemático do ponto de vista ético, se torna sensacional do ponto de vista do espectador. 

O caso mais intenso e importante de Jimmy é com Sean (Luke Tennie), um jovem rapaz que volta cheio de traumas da guerra e passa a ser muito violento com qualquer coisa. Em um esbarrão em um bar ele simplesmente deixa a outra pessoa desacordada de tanto bater nela. A relação de Jimmy e Sean é um dos pontos positivos da série, o terapeuta leva o rapaz para praticar luta e assim extravasar. E Sean até acaba morando na casa da piscina do protagonista! Algo que claramente extrapola a questão médico/paciente, mas que gera outras questões interessantes, já que Alice e Sean ficam bem amigos.


Não posso deixar de falar também de Gabs (Jessica Williams) que parece uma personagem secundária, mas se torna uma das mais importantes da série. A colega de trabalho de Jimmy é espirituosa, alegre, divertida, mas ela também sente falta de sua melhor amiga, a esposa do protagonista e a relação dela com Jimmy é bem interessante. Já Liz é a vizinha intrometida fácil de gostar, uma mãezona com dificuldade de lidar com o tempo livre depois que os filhos foram para a faculdade e está apavorada com a aposentadoria do marido. Derek (Ted McGinley) é aquele personagem que aparece pouco, mas quando aparece é sempre bom. A série foca bastante também no drama familiar de Paul com sua filha e com Parkinson que o personagem sofre. Sem contar a relação dele com a Alice que é ótima, sempre gerando excelentes diálogos.

Falando a real é uma comédia dramática tão boa que fica difícil não ver os 10 episódios rapidinho! Muitos palavrões, excelentes diálogos que tocam em temas importantes como o luto, divórcio, sexo, terceira idade, grandes recomeços para todos os personagens. Tudo de forma muito divertida e densa ao mesmo tempo. Alguns episódios, inclusive, têm plot twists incríveis!

Enfim, vale a pena demais ver Falando a Real (Shrinking), uma série de alta qualidade em meio a tantas outras que apresentam o mais do mesmo. 

Michele Lima

One thought on “Falando a Real [Crítica da Série]

  • 11 de abril de 2023 em 16:25
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    Fiquei com vontade de assistir. Parece ser bem promissora.

    Boa semana!

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    Até mais, Emerson Garcia

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