Pânico [Crítica do Filme]

Todo grande clássico quando ganha uma franquia os fãs sentem medo de acontecer o pior, ou seja, ser ruim. Pânico conseguiu seguir por longos anos e agora volta com uma verdadeira homenagem ao primeiro de 1996. 

A cena inicial já mostra o quanto o filme vai beber na fonte do primeiro, com muito sangue, tensão, referências e muito sarcasmo. Quando Tara (Jenna Ortega) diz que prefere filmes de terror mais inteligentes, sabemos que o assassino no telefone jamais a perdoará por não gostar de um bom slasher. E a metalinguagem que sempre foi presente na franquia não fica a desejar aqui também, pelo contrário, o uso da figura de linguagem cria satisfatórias referências deixando o roteiro divertido e inteligente.


Tudo está ligado ao filme original e principalmente a Billy Loomis (Skeet Ulrich), o primeiro assassino em série. Logo descobrimos, em uma cena bem explicativa, sobre como funciona um fandom e que por isso, o assassino está revisitando o tema do primeiro filme. Assim, temos um grupo de amigos, um namorado e todos os suspeitos. Dewey Riley (David Arquette) volta depois de Sam pedir ajuda e é o primeiro a perceber que Sidney (Neve Campbell) e Gale (Courteney Cox), podem estar em perigo, claro que contrariando o pedido do policial, elas chegam na cidade.

Além de trabalhar muito bem velhos conceitos da própria franquia fazendo os fãs delirarem a cada referência, Pânico também trabalha com bons clichês e sabe criar uma boa tensão. A cena de Wes (Dylan Minnette)  no banheiro em referência a Psicose é sensacional, assim como toda a sequência do personagem na cozinha. Wes é filho da delegada da cidade e bem como todos os personagens, exceto Richie (Jack Quaid), todos estão ligados a alguém do primeiro filme. E devo dizer que apesar da excelente seleção de elenco, o grupo ainda é menos interessante do que o do original, isso porque a trama foca bastante em Sam que tem surtos psicóticos que a fazem ouvir e ver o pai morto.

A revelação dos assassinos não é muito impactante, mas todo o processo para descobrir quem eles são funciona, com muitas mortes, facadas e sangue jorrando em tela como todo bom slasher. Tem polícia tonta que nunca chega, pais ausentes, adolescentes idiotas, fazendo coisas idiotas, todos os elementos do gênero presente. E se Pânico sempre foi uma franquia de mulheres empoderadas, neste o mesmo se repete. Sidney, Gale, Sam e Tara!

Pânico ri de si mesmo, das sequências e reboots antecipando as críticas comuns nesses casos. Ao mesmo tempo que não se leva a sério, o roteiro leva a sério a paixão dos fãs pela história, tão a sério que a homenagem ficou de qualidade. 

Trailer

FICHA TÉCNICA

Título: Pânico
Título Original:  Scream
Direção: Matt Bettinelli-Olpin, Tyler Gillett
Data de lançamento no Brasil: 13 de janeiro de 2022
Paramount Pictures Brasil

Michele Lima

2 thoughts on “Pânico [Crítica do Filme]

  • 16 de janeiro de 2022 em 16:14
    Permalink

    Oi Mi! Eu gostei bastante de voltar para este universo e o filme me agradou muito. Realmente os pais ausentes foi algo que me chamou muita atenção, assim como a policia que nunca chegava, mas vamos relevar. A homenagem a franquia original foi muito legal. Bjos!! Cida
    Moonlight Books

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