Do Fundo da Estante: Passageiro 57 [Resenha do Filme]
Filmes de ação nos anos 90 eram assim: simples e eficientes e nem herói e nem o vilão contavam com efeitos especiais – era tudo na real, sem pirotecnias, quase de maneira artesanal, mesmo porque o orçamento enxuto não permitia.
No caso deste ótimo Passageiro 57, o mocinho é o competente Wesley Snipes, que um ano antes mostrou serviço no excelente Febre da Selva do diretor Spike Lee. Snipes também brilhou em Por uma noite Apenas (1997), pelo qual ganhou a Copa Volpi de melhor ator no Festival de Veneza. O papel do vilão foi recusado pelo nosso saudoso Raul Cortez e foi parar nas mãos do igualmente competente Bruce Payne. O inesquecível vilão de Alan Rickman em Duro de Matar fez escola e Payne segue a fórmula e assim passa longe da caricatura. Suas feições de psicopata colaboram e seus trejeitos friamente calculados também. Não fossem esses dois atores tão bem escalados, Passageiro 57 certamente não teria feito o mesmo sucesso nos cinemas, home vídeo e nas noites de segunda via tv de tubo nos lares mundo afora.
Wesley Snipes é John Cutter, respeitado especialista em anti-terrorismo que entrou em depressão após o assassinato de sua esposa quando era refém de um ladrão em um pequeno mercado. Ele se sente responsável pela morte e acaba optando por um trabalho rotineiro de instrutor de segurança para vôos. Então, Sly Delvecchio (Tom Sizemore), um velho amigo, o convence a aceitar um cargo de consultor em segurança numa companhia aérea, mas para ser confirmado no cargo ele precisa ir para Los Angeles e, por coincidência, Charles Rane (Bruce Payne), o mais famoso sequestrador de aviões dos últimos anos, está sendo mandado preso da Flórida para a Califórnia no mesmo avião. Quando Rane e seus cúmplices passam a controlar o avião, assassinando membros da tripulação, Cutter, o anônimo Passageiro 57, entra em ação para deter o criminoso. Ele é ajudado por Marti (Alex Datcher), uma aeromoça com quem tinha se desentendido dias atrás durante um treinamento.
O diretor Kevin Hooks possui uma extensa carreira em séries de TV, antes e depois de Passageiro 57, porém não vemos aqui nenhum vício televisivo – é puro cinemão pipoca, feito com admirável competência. Com exata noção de ritmo e extraindo ótimas performances de todo o elenco (incluindo Elizabeth Hurley, que era famosa apenas por ser casada com Hugh Grant), Hook fez aqui uma versão claustrofóbica de Duro de Matar, já que a ação se passa dentro de um pequeno espaço, no caso o interior de um avião. É óbvio que, por motivo de espaço, as filmagens não foram realizadas dentro de um avião, e sim dentro de cenários que lembrassem um. Vale destacar o trabalho do diretor de arte que nos faz sentir que a ação realmente está acontecendo num avião de verdade. O jogo de “gato e rato” funciona porque não faz o espectador de trouxa com um plot twist a cada cinco minutos, tornando crível a história.
O que fez Passageiro 57 envelhecer um pouco e perder boa parte de sua relevância, foi o ataque terrorista de 11 de Setembro de 2001, onde terroristas sequestraram aviões e ficou escancarada a fragilidade da defesa dos EUA – e que John Cutter só existe mesmo na ficção.
Muitos filmes com o mesmo tema foram realizados depois, como por exemplo o bom Momento Crítico (1996), mas nenhum deles consegue ir além do que Passageiro 57 apresentou, e por isso ele continua sendo merecidamente referência na categoria.
FICHA TÉCNICA
Título: Passageiro 57
Título Original:Passenger 57
Diretor: Kevin Hooks
Data de lançamento:
Nota: 4/5
Italo Morelli Jr.
Oi Italo,
Eu particularmente curto filmes antigos, bate uma nostalgia em vê-los.
Esse eu confesso que não assisti, mas pelas características fiquei bem curiosa.
Bjs
https://diarioelivros.blogspot.com/
Oi Italo, nossa, lembro bem deste filme, ele ficou marcado na memória, talvez pelo ator, adoro o Wesley Snipes, adorava ver os filmes que ele aparecia..
Beijos Mila
Daily of Books Mila
Olá, Italo.
Mesmo sem a suposta qualidade dos filmes de hoje em dia, ainda prefiro os filmes antigos. Esse mesmo eu amava. E era super fã do autor, assistia todos seus filmes hehe.
Prefácio
Eu amava os filmes de ação dos anos 90 e assistia todos. Esse eu lembro vagamente de ter assistido e concordo com alguns pontos que mencionou. Como não lembro de tudo, não posso concordar com tudo kkk, mas já bateu uma nostalgia aqui.
Abraço
Imersão Literária
OI Italo!
Eu acho que fico meio fora de contexto porque o unico filme de ação que eu vejo hoje em dia é com super herois e ainda sim, sao alguns, nem todos KKKKKKKK Então manjo bem pouco dos dessa decada, quem dira dos anos 90. Mas parece bom. Quem gosta muito e meu pai. Ele vive reassistindo o que curtia na epoca.
Abraços
Emerson
http://territoriogeeknerd.blogspot.com/
Recentemente eu vi exatamente o Momento crítico. E achei o mesmo que você, na época o orçamento não permitia tantos efeitos especiais e era tudo feito na força bruta mesmo. Eu não conheço o Passageiro 57, mas vou anotar a dica para assistir nesse final de semana.
Bjks!
Mundinho da Hanna
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Não vi o filme ainda, mas fiquei curioso por assistir.
Bom fim de semana!
OBS.: O blog está de volta com novos posts. Não deixe de conferir!
Jovem Jornalista
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Até mais, Emerson Garcia