Roma [Resenha do Filme]

O novo filme do diretor mexicano Alfonso Cuarón já nasceu clássico. É daquelas obras-primas que há muito tempo o cinema não produzia. Belo, com a fotografia em P&B mais linda que já vi na vida, lento e contemplativo sem ser chato e arrastado. Roma nos arrebata pela simplicidade ao contar a saga da empregada doméstica Cleo (a excelente estreante Yalizta Aparício, séria candidata ao Oscar de melhor atriz) no bairro de Roma, México em 1970.

Cuarón, vencedor do Oscar de melhor direção por Gravidade, realiza aqui o seu melhor trabalho e deve (e merece) ganhar outro Oscar na mesma categoria. A maneira nostálgica com que conduz a trama nos transporta a Era de Ouro de Hollywood e ao Neo Realismo italiano, período de onde vieram as obras mais importantes e clássicas da história do cinema.

A produção caprichosa pode ser vista desde os mínimos detalhes dos cenários até a captação impecável do som e a linda trilha sonora. Produção máxima da Netflix até o momento, não fica devendo nada a outros clássicos como Amarcord de Frederico Fellini e Fanny e Alexander de Ingmar Bergman.

Daqueles filmes grandiosos pra se guardar na memória e no coração, Roma tem uma antológica cena da praia que já entrou pra história da Sétima Arte e o final é no mínimo inesquecível.

Num ano de tantos grandes personagens e interpretações femininas, torço para que a jovem mexicana Yalizta Aparício, de apenas 26 anos, consiga uma das cinco vagas na categoria de melhor atriz no Oscar 2019. Sua atuação tocante e verdadeira, é cheia de nuances e talvez o fato de ser estrangeira não atrapalhe, uma vez que as atrizes mexicanas Katy Jurado, Salma Hayek e Adriana Barraza já concorreram.

FICHA TÉCNICA
Título: Roma
Diretor: Alfonso Cuarón
Data de Lançamento: 14 de dezembro de 2018
Nota 5/5
Netflix

Italo Morelli

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