A Guerra da Luz [Resenha Literária]
Já faz mais de 300 anos desde O Retorno e a humanidade finalmente consegue se levantar contra os temidos terraítas, liderados de um lado por Arlen Fardos e seus amigos, e de outro pelo Jadir Ahmann, líder supremo do povo krasiano, que enfim decidiu deixar Krasia e marchar em direção as terras verdes a fim de conquistar o território e aumentar o exército para a temível Guerra Santa. Porém, neste terceiro volume de Ciclo das Trevas, A Guerra da Luz, do autor Peter V. Brett, publicado no Brasil pela Darkside Books, a história volta um pouco no tempo para nos contar do início de uma importante personagem do povo krasiano, Inevera.
A esposa de Ahmann nos foi introduzida nos volumes anteriores, mas sua trajetória até chegar a posição de poder que já se encontra ainda não era muito clara. Assim como toda criança krasiana, Inevera tem seu destino revelado aos nove anos, em seu Hannu Pash, que ao contrário dos meninos precisa de uma única previsão das dama’ting para ser conhecido. Superando quaisquer expectativas, a garota é selecionada e se torna nie’dama’ting, aprendiz da única classe de mulheres que tem algum tipo de autonomia e respeito entre os krasianos.
Assim como aconteceu com Arlen, Leesha, Rojer, Jardir, Abban, e outros personagens importantes, vamos acompanhar todo o processo de evolução de Inevera e conhecer pelo seu ponto de vista, não apenas a relação com Ahmann e a situações em que a personagem foi fundamental nos livros anteriores, mas também todo o seu aprendizado e como ela chegou a posição de Damajah, líder das dama’ting das doze tribos de Krasia, e não apenas Damaji’ting, que é a líder das dama’ting de cada tribo, e a força que esse “cargo” representa.
O poder de Inevera está longe de ser apenas devido ao casamento com Ahmann, mas sim em sua capacidade surpreendente de ler os dados de ossos de demônios, os alagai hora, e de sua fé nos planos de Everam, que a levaram a tomar cada decisão e também a guiar o líder Krasiano, muitas vezes o forçando a tomar decisões amargas. Essa crença é um dos principais motivos de eles terem marchado em direção as terras verdes e a trama principal deste terceiro volume, que é responder quem afinal de contas é o Salvador da humanidade. Ahmann ou Arlen?
Com o ataque dos príncipes terraítas a ambos no volume dois, nós descobrimos uma nova espécie de demônio, e agora vamos conhecer melhor seus planos. O período de maior poder para essa espécie é durante a lua nova, e desta vez eles buscam a destruição dos dois seres humanos que são vistos por eles como potenciais unificadores da raça humana contra o poder demoníaco.
Na profecia conhecida pelos homens, esta pessoa é a única capaz de unificar os povos e mandar os terraítas de uma vez por todas para o abismo de Nie. O mais legal é que os próprios terraítas não enxergam apenas um deles como O Salvador, mas que ambos tem o potencial de ser.
O conflito ficou muito claro para mim desde o primeiro livro, quando Ahmann ainda não havia sido amplamente explorado, quando ele e Arlen são divididos em lados opostos, quando na verdade deveriam estar lutando lado a lado. Mas sabemos que isso não aconteceu devido a uma traição do líder krasiano. A solução encontrada por Arlen para esse impasse é revelada no final, em um cliffhanger de tirar o fôlego no final do livro 3.
A Guerra da Luz deixou a desejar em alguns pontos, no entanto, sendo o principal a forma como Inevera é abordada. Sendo uma personagem tão forte, poderosa e linda, como podemos ver na capa deste volume, achei que ia ter algo muito diferente, mas ao contrário, apesar de contar um pouco de sua trajetória, acho que dos outros personagens teve muito mais destaque nos livros anteriores, e o autor ficou devendo mais profundidade. Não sei se ele quis fazer nós, leitores, termos empatia por ela, mas a verdade é que eu já amava a ardilosa Damajah, mesmo ela sendo representante do “lado mau” da história.
Vejo um rumo triste também com Leesha, outra personagem feminina de muito destaque, e que para mim foi um dos pontos que mais me fez gostar da série no início. Sempre achei desnecessário ela ser estuprada no livro um, mas relevei porque achei que o autor fosse fazer algo disso. Veio o livro dois e nada, e neste menos ainda, com o envolvimento sexual dela não apenas com Jardir, mas com outro personagem nada a ver. E nem era por tesão, porque muitas vezes ela diz que lembra do krasiano e queria que fosse ele.
O que me preocupa é que o foco saiu do desenvolvimento dela como ervanária e líder da Clareira, para os seus envolvimentos amorosos. Acredito que foi intenção do autor? Quero acreditar que não, porém não tenho como ter certeza, então acaba sendo decepcionante.
Por outro lado, apesar de alguns comportamentos adolescentes às vezes, Renna, prometida de Arlen, além se tornar mais forte como pessoa, se torna uma guerreira cada vez mais poderosa, e isso foi um ponto positivo, que não equilibrou a questão de diminuir o papel da Leesha como ervanária e líder, mas pelo menos não vemos o foco totalmente em seu relacionamento com o Protegido e sim nela como pessoa em busca de sua identidade fora do casal. Depois de tudo que ela sofreu, ficaria muito decepcionada se o rumo dela fosse ser apenas mulher de Arlen.
O poder de Rojer com a rabeca continua um mistério, mas para adicionar uma dose extra, duas mulheres se juntam a ele, e vemos que o poder pode aumentar ainda mais. Acho que ele é o personagem que mais demonstra que não mudou em sua essência e está evoluindo de acordo com a necessidade e com o tempo, mas também sabe aproveitar as coisas boas que surgem em sua vida, apesar de todo o caos. Talvez esse seja o personagem que mais quero o foco no volume quatro.
Por fim, quero dizer que mesmo sendo um calhamaço um pouco assustador de 749 páginas, o maior da série até agora, a escrita da Peter V. Brett é simplesmente maravilhosa e envolvente. Teve algumas partes muito descritivas, que não sou muito fã, mas a vida é assim mesmo, e apesar destes trechos, é impossível não se ver envolvida por esse mundo e pelos personagens criados pelo autor.
O quinto e último volume da série foi lançado em inglês ano passado, quase que ao mesmo tempo em que por aqui saia o livro 3. Acredito que aqui no Brasil, ainda vá levar mais dois anos para a série inteiramente publicada, mas a espera certamente vale a pena.
FICHA TÉCNICA
Título: A Guerra da Luz Ciclo das Trevas # 3
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Oie
Esta série não chama muito minha atenção, mas achei legal a trama.
Beijinhos
https://diariodeincentivoaleitura.blogspot.com.br/
Oi Lu, tudo bem?
Ainda não conhecia esse, valeu pela dica!
Blog Entrelinhas
Eu não conhecia essa série e mesmo não sendo o tipo de livro que eu costumo ler. Tenho que reconhecer, que o enredo é bem interessante sim, valeu pela dica.
Mil Beijos!
http://pensamentosdeumageminiana.blogspot.com.br/2018/01/resenha-do-livro-pequenas-grandes.html
Olá! esse livro é lindo! Adorei a dica, parece ter uma história bem bacana.
ótima dica!
beijos,
Jéssica
pitadadecinemaeleitura.blogspot.com.br
Oi, Luciane!
Nossa que são cinco livros!!! Eu pensando que eram só 3 e já estava preparada pra começar a ler.
Eu também não sou muito fã de muita descrição, mas segue o baile né?
Beijos
Balaio de Babados
Oi Luciane,
Não conhecia a série então fiquei um pouco perdida enquanto lia sua resenha, mas deu para perceber que a proposta do autor é interessante.
*bye*
Marla
https://loucaporromances.blogspot.com.br/
Oi! Não é exatamente o tipo de livro que costumo ler, então acabou não chamando muito minha atenção.
Beijo!
http://www.controversos.com
Oi Lu!
Cinco livros e pra acabar com a minha vida, ainda mais sendo da Darkside que sao bem salgados os preços, mas confesso que por mais que ame fantasia, esse lado mais historico ou medieval nao me convidam muito a ler 🙁 Eu sempre imagino que va ser lenta, por mais positiva que seja a resenha.
Abraços
David
http://territoriogeeknerd.blogspot.com.br/