Senna [Crítica da Série]

Gabriel Leone em Senna

A série Senna chegou no catálogo da Netflix com muitos burburinhos! Mas para além das polêmicas, a produção brasileira mostrou extrema qualidade técnica!

Enredo

Na série vamos acompanhar a carreira do piloto brasileiro Ayrton Senna da Silva (Gabriel Leone) que foi um ídolo do automobilismo não só no país! Fatidicamente morre em Ímola, após uma batida fatal em um fim de semana bem conturbado. Eu tinha 10 anos quando ele morreu e foi a primeira vez que enfrentei o luto. Talvez quem não tenha vivido nessa época, acabe não tendo a dimensão da importância do Ayrton para o Brasil.

A série, apesar de chapa branca (ou seja, pouco se tem das imperfeições do protagonista), mostra bem as características do Senna, tal como a ambição em chegar na Fórmula 1, seu modo perfeccionista, sua maneira de lidar com os carros e incrível persistência! Não é à toa que Senna é um dos maiores pilotos da Fórmula 1!E entre seu início de carreira até o fim de sua vida, a série também nos mostra um pouco das suas relações familiares, vida amorosa, suas rivalidades, com destaque para Alain Prost (Matt Mella) e seu enfrentamento com o presidente da FIA, Jean-Marie Balestre. Senna também tinha algumas questões com a imprensa e a série decidiu juntar vários jornalistas em um só personagem, Laura (interpretada por Kaya Scodelario, falando em português).

As corridas

Senna e Prost na série Senna
O ponto alto da série é sem dúvida as corridas, usando efeitos especiais de muita qualidade, direção, fotografia e trilha sonora que nos coloca dentro do carro do Senna e quando não, ainda nos fazem sentir a emoção que ele sentia na pista. A tensão criada durante as disputas e os detalhes de algumas corridas, fazem com que Senna seja a maior produção nacional da Netflix. Qualidade técnica impressionante.

Elenco

Outro acerto da série fica por conta do elenco, Gabriel Leone consegue transmitir muito bem o modo do Senna, nas corridas e seu jeito mais gentil fora delas. Pâmela Tomé está impecável como a Xuxa, simplesmente idêntica! Gabriel Louchard faz um Galvão Bueno mais fanfarrão, o que eu achei bem engraçado e adorei ver Kaya Scodelario em uma produção brasileira, apesar da sua personagem ficar bem avulsa várias vezes na trama.

Roteiro e Polêmicas

O roteiro é o maior problema da série. Alguns diálogos são piegas e de modo geral, por ser uma série de 6 episódios, obviamente muita coisa fica de fora. Senti a audiência da famosa “Volta dos deuses” do incrível episódio em que Senna ajuda a salvar o piloto Érik Comas durante uma corrida, outras rivalidades como a que teve com Nigel Mansell e sua relação com pilotos brasileiros. Entre um episódio e outro a série dá saltos temporais gigantes, fazendo com que seja um resumo bem pobre da carreira do piloto.

E se por um lado, a série deixa de lado pontos importantes da carreira do Senna, por outro entrega um episódio inteiro sobre a Xuxa. Sabemos que quando existe o dedo da família Senna a tendência é retratar a Xuxa como a viúva dele. E eu até entenderia um episódio inteiro sobre esse romance porque eram duas figuras públicas, mas a Xuxa foi introduzida de maneira bem rasa.

E ainda temos o caso de Adriane Galisteu, a mulher com quem o Senna viveu nos últimos tempos antes de sua morte. Não se trata aqui de defender de maneira infantil ou mediúnica sobre quem o Senna gostava mais. Só que uma série que se propõe mostrar a vida do piloto deveria no mínimo ter dado o espaço que cabe a Galisteu na vida do Senna. E como se não bastasse todos os rumores sobre a família odiar a Galisteu, a clássica cena dela na moto do Senna foi reproduzida com ele e a Xuxa.

Concluindo

 Kaya Scodelario em Senna
Senna não conta todos os pontos importantes nem da carreira e nem da vida do piloto. Falha em ambos os casos. Talvez um pouco mais de episódios teria resolvido essa questão. Mas tecnicamente a série está perfeita! O som dos motores do carro, a fotografia, a ambientação dos anos 80/90, a direção impecável de Júlia Rezende e Vicente Amorim e o talento do elenco fazem com que a série seja, apesar das falhas do roteiro, boa e de alta qualidade. 

Michele Lima

One thought on “Senna [Crítica da Série]

  • 9 de dezembro de 2024 em 14:48
    Permalink

    Parece ser uma série bem legal. Fiquei curioso em assistir.

    Boa semana!

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    Até mais, Emerson Garcia

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