Pinóquio por Guillermo del Toro [Crítica]

O Pinóquio por Guillermo del Toro já está na Netflix! Confesso que depois do live-action da Disney (que muita gente reclamou, mas eu gostei), me senti saturada da história e com dificuldade no começo dessa animação, mas depois que a gente entende que realmente os caminhos seguidos pelo protagonista são outros, muitas sombrios e adultos, o longa engata bem.

A história original de Carlo Collodi é cheia de lições e agora as lições aprendidas por Pinóquio nessa versão vão muito além de ser menino obediente, mas envolve também a humanidade, imortalidade e família que escolhemos ter. 

Pinóquio aqui segue mais ou menos a história que já conhecemos, mas com significativas modificações. Geppetto constrói Pinóquio numa cena carregada de raiva, é um espírito da floresta que dá vida ao boneco, mas o grilo falante, Sebastião (em portugês) ainda tenta dar bons conselhos ao menino de madeira. Pinóquio é enganado por fama e diversão, mas Geppetto encontra rapidamente o garoto que acaba no teatro de marionete por motivos bem diferentes do filme da Disney. Não tem Ilha dos Prazeres, mas temos o cenário da Itália na Segunda Guerra Mundial, onde crianças são soldados e Pinóquio por ser de madeira é novamente usado pela ganância humana. Ainda temos a baleia monstro e o desespero de Pinóquio para salvar seu pai.

Guillermo del Toro inclui temas como fascismo e totalitarismo na obra, mas não aborda com muita profundidade, mas está claramente presente a crítica. O luto é o tema mais forte, assim como a morte. Toda a estética do filme é impactante, mas o cenário pós-morte é meu preferido, bem como as conversas do protagonista com a representação da Morte (no original dublado por Tilda Swinton). E ainda vale destacar que temos um Geppetto mais ranzinza e que se tornou alcoólatra com a morte do filho. Também me surpreendi positivamente com o personagem Spazzatura (original de Cate Blanchett).

Enfim, a versão de Pinóquio de Del Toro e Mark Gustafsson é mais melancólico, mais triste, mais adulto, mas diverte em alguns momentos e encanta bastante.

FICHA TÉCNICA

Título: Pinóquio por Guillermo del Toro
Direção: Guillermo del Toro e Mark Gustafsson
Data de lançamento: 24 de novembro de 2022
Netflix

Michele Lima

One thought on “Pinóquio por Guillermo del Toro [Crítica]

  • 9 de janeiro de 2023 em 16:31
    Permalink

    Quero muito assistir essa versão. Parece ser marcante e inesquecível!

    Boa semana!

    O JOVEM JORNALISTA está no ar com muitos posts interessantes. Não deixe de conferir!

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    Até mais, Emerson Garcia

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