X – A Marca da Morte [Crítica]

Por mim, todos os filmes de terror atuais podiam ser nessa pegada Grindhouse anos 70, típico produto pra ser exibido nos drive-in que voltaram a existir durante a pandemia.

Quentin Tarantino já havia trazido luz a esse tipo de cinema em A Prova de Morte (2007), considerado um “trabalho menor” pelos tagarelas de plantão, quando na verdade se trata de um ótimo exemplar do gênero. Junto com ele, o diretor Robert Rodriguez veio com Planeta Terror e ambos dividiram crítica e público que esperavam algo menos antigão e mais moderno. O pós-terror popularizado pela produtora A24 nem foi invenção deles, visto que esse estilo já existia desde os anos 70, e a mesma A24 ciente de ter saturado o tal pós-terror mirou (e mitou) em outro segmento que nunca enjoa: o slasher movie. E nesta fusão entre o grindhouse e o slasher que X – A Marca da Morte se sustenta muito bem. O diretor Ti West já pode vender um curso pros futuros jovens cineastas que desejem percorrer esse caminho. West não só fez algo criativo como bebeu em fontes antigas, homenageando algumas obras-primas sem fazer da nostalgia um nostalgismo sem propósito.

A trama simples se passa em 1979 e coloca uma equipe de filmes pornôs numa zona rural, cujo idoso casal de proprietários inicia o massacre. Tem sexo gráfico (não explícito), gore e momentos repugnantes. Ti West também escreveu o roteiro e editou as imagens, e são pra ele todos os elogios que o longa vem recebendo. Além de entregar um dos melhores filmes de terror dos últimos anos, ele aproveitou as locações e equipe para filmar em segredo Pearl, justamente a prequela de X – A Marca da Morte protagonizado por Mia da Silva Goth, que é neta da atriz brasileira Maria Gladys. Mia, que vem constituindo uma carreira sólida no terror, tem função dupla no filme: ela interpreta a protagonista Maxine e a serial idosa Pearl, numa atuação corajosa. Em geral o elenco todo está ótimo, inclusive o rapper Kid Cudi, dividindo as cenas com Brittany Snow, Jenna Ortega e Martin Henderson. As inúmeras referências vão desde Psicose (1960) passando por O Massacre da Serra Elétrica (1974) até Evil Dead (1981) e o plot twist ficou apenas para o final, deixando aquele gancho para uma possível continuação.

Por tantos pontos a favor é que X – A Marca da Morte  ganha o selo Cine Trash de qualidade e sim, merecia ser exibido as 3 da tarde na TV Bandeirantes.

FICHA TÉCNICA

Título: X – A Marca da Morte
Título Original: X
Direção: Ti West
Data de Lançamento:
PlayArte

Italo Morelli Jr.

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