Maligno [Crítica do Filme]

Filmes de terror com amigo imaginário que não é nem amigo e nem imaginário já virou chacota. Chamar um espírito demoníaco que mata aos montes de “amigo imaginário” já é a constatação do fracasso e foi isso que aconteceu com o péssimo Z – Amizade Maldita, de 2019. Não que este Maligno seja algo original, mas pelo menos tenta contar uma boa história de terror, usando bem os clichês, caprichando no (absurdo) plot e, pasmem, introduzindo cenas de ação estilo Matrix.
Essa fórmula poderia dar errado se não tivesse a assinatura da grife James Wan. Ele, que deu novo fôlego ao gênero terror com as franquias Jogos Mortais e Invocação do Mal, também ajudou a esgotá-lo com tantos filmes derivados. Este Maligno é uma tentativa de dar um reset e iniciar um novo ponto de partida. Se vai dar certo ou não, vai depender da ganância dos estúdios. É óbvio que o final iria deixar uma brecha para continuações, mas ao mesmo tempo em que apresenta uma conclusão satisfatória. Se for mantido como obra única, sem quatro ou cinco sequências, sem reboot e sem virar série de TV, Maligno certamente irá adquirir uma aura de filme cult, daqueles que ganham até livros escritos por fãs focados num único personagem.
Madison (Annabelle Wallis, de Annabelle e a Múmia) está grávida de seu namorado pilantra e violento. Ao ser empurrada por ele contra a parede, Madison fratura a nuca e perde o bebê. Um estranho ser invade a casa e mata o agressor, dando início a uma série de assassinatos que são testemunhados à distância por Madison através de sua mente. Com o auxílio de sua irmã (Maddie Hasson) Madison precisa provar para a dupla de detetives (George Young e Michola Briana White) que ela e o assassino não são a mesma pessoa. O bom do roteiro é que algumas pistas são fornecidas de maneira sutil e não tenta enganar o espectador com um plot que muda tudo o que se viu até então. A narrativa é bem construída e lembra os bons tempos do Cine Trash graças ao seu verniz anos 90. Até o CGI tem aquela falta de definição proposital só pra não se parecer com um filme atual.
Se Annabelle Wallis ainda não aprendeu a atuar (mesmo porque as personagens que interpretou até agora foram bem sofríveis e Madison é sem dúvida a melhor ) o show todo fica por conta do maligno em questão. O personagem tem tudo para entrar na galeria dos vilões mais marcantes dos filmes de terror, algo que só a mente criativa de James Wan poderia imaginar.
Maligno merece os elogios que vem recebendo e até as críticas, o que prova que sua intenção não era ser uma obra-prima do terror e sim um daqueles filmes feitos de maneira calculada para faturar e divertir como era nos anos 80 e 90. Ninguém tá pensando em Oscar…
Trailer
FICHA TÉCNICA
Título: Maligno
Título Original: Malignant
Direção: James Wan
Data de lançamento: 9 de setembro de 2021
Warner Bros. Pictures
Italo Morelli Jr. 

4 thoughts on “Maligno [Crítica do Filme]

  • 5 de outubro de 2021 em 16:17
    Permalink

    Oi Ítalo. Acho que faz tempo que a indústria não cria algo realmente impactante no gênero terror. Infelizmente eu não gosto de filmes do tipo, mesmo que sejam horríveis de tão ruim kkkk passo longe!
    Beijo
    https://capitulotreze.com.br/

    Resposta
  • 5 de outubro de 2021 em 23:05
    Permalink

    Oi, tudo bem?
    Eu gosto de filmes de terror e já faz tempo que não assisto nenhum. Estava na dúvida se colocava esse na minha lista ou não, mas quando você falou 'James Wan' já entrou na lista.. hahahaha… tudo que esse homem faz eu quero assistir!

    Até mais;
    http://universo-invisivel.blogspot.com/

    Resposta
  • 6 de outubro de 2021 em 18:29
    Permalink

    Eu vi o poster quando fui ao cinema na semana passada. Adorei sua resenha. Não dava nada por esse filme.

    Boa semana!

    Jovem Jornalista
    Instagram

    Até mais, Emerson Garcia

    Resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Dorama: Uma Família Inusitada Crítica: A Esposa do meu marido
Dorama: Uma Família Inusitada Crítica: A Esposa do meu marido