O diabo de cada dia [Resenha do Filme]

O diabo de cada dia é uma adaptação do livro O mal nosso de cada dia de Donald Ray Pollock publicado pela DarkSide® Books!
Não gosto muito das comparações entre livros e filmes por serem mídias diferentes, mas posso dizer que O diabo de cada dia consegue pegar muito bem a essência do livro, trazendo todo o horror da história de Pollock.
Na trama vamos acompanhar alguns personagens de uma cidade no interior de Ohio em que coisas horríveis acontecem algumas por conta de fanatismo religioso e outras simplesmente pela maldade humana. A história começa com Willard Russell (Bill Skarsgard), um homem que voltou diferente da guerra e que ao ver a esposa à beira da morte começa a matar animais em oferenda para que Deus a salve. Russell tem uma visão muito distorcida sobre Deus e isso afeta até mesmo seu filho, Arvin.

Arvin (Tom Holland) não tem uma infância fácil e ao perder a mãe passa a morar com a avó Emma (Kristin Griffith) onde é criado com Leonora (Eliza Scanlen), que também perdeu os pais quando criança, uma moça bondosa e ingênua que tem o rumo de sua vida mudado quando o pastor Preston Teagardin (Robert Pattinson) chega na cidade. Ainda temos a dupla Roy (Harry Melling) e Theodore (Pokey LaFarge) que no passado cometem uma atrocidade, o casal de assassinos Sandy (Riley Keough) e Carl (Jason Clarke) e o xerife corrupto Lee Bodecker (Sebastian Stan), irmão de Sandy.

O longa é dirigido por Antonio Campos, ambientado nos anos 60, e apresenta uma narrativa lenta onde o drama é focado no horror em que as atitudes dos personagens nos provocam. Uma história cheia de pessoas desagradáveis, muita violência, onde a religião e o uso dela movimenta a trama. O fanatismo religioso é o ponto de partida, Willard acredita que os sacrifícios de animais podem salvar sua esposa, Roy prega em nome de Deus e mata também e o Pastor Preston usa a fé em benefício próprio, enganando, manipulando, seduzindo, entre outras coisas. O casal Sandy e Carls nos provoca sensações terríveis, violência pura, com felicidade em matar. Já Arvin tem sua vida afetada pelo passado, um personagem complexo, difícil, que tenta até certo ponto agir de modo diferente do pai, ainda que tudo que tenha passado com ele tenha sido marcante em sua vida. 

Robert Pattinson está excelente no papel do Preston e nos entrega um personagem extremamente hipócrita e igualmente real. E Tom Holland segura muito bem a trama, saindo completamente de seus papéis mais habituais nos mostrando um Arvin sério e sombrio. Já Sebastian Stan tem um participação não muito forte, um personagem que faz mais sentido quando tudo se conecta.
Algumas diferenças entre o livro e filme são bem visíveis, algumas até que positivas, uma vez que Roy e Theodore da obra de Pollock me parecem em alguns momentos mais avulsos do que foram no filme. E o longa funciona muito bem sozinho, sem precisar que ninguém leia o livro para entender. Também achei positivo escutar a voz próprio autor narrando no longa. 
O diabo de cada dia não foi um filme que tenha me marcado, mas é uma história que gera reflexão sobre o uso da religião e sobre as atrocidades humanas, é violento (embora inacreditavelmente mais leve do que o livro) com boas atuações!

Trailer

FICHA TÉCNICA
Título: O diabo de cada dia
Título Original: The Devil All the Time 
Direção: Antonio Campos
Data de estreia: 16 de setembro de 2020
Nota: 3,5/5
Netflix

Michele Lima

7 thoughts on “O diabo de cada dia [Resenha do Filme]

  • 24 de setembro de 2020 em 14:10
    Permalink

    Oi, Mi! Tudo bom?
    Eu amei esse filme, mas fiquei a maior parte do tempo ?????? ASUHHUASUHSAUHASUHASUHAS por isso foi tão bom.
    O elenco tá absurdoooo, principalmente menino Tom. Que atuação!

    Beijos, Nizz.
    http://www.queriaestarlendo.com.br

    Resposta
  • 24 de setembro de 2020 em 17:32
    Permalink

    Olá, Michele.
    Eu achei o filme interessante mas para quem tem estômago bom o que não é meu caso hehe. Já fiquei imaginando as cenas e acho que não vou gostar.

    Prefácio

    Resposta
  • 24 de setembro de 2020 em 17:40
    Permalink

    Oi Mih, tudo bem?

    Confesso que esse não é um gênero de filme que costumo assisti, mas desde que vi o trailer e li algumas criticas fiquei disposta a dar uma chance para a história. Só fiquei meio assim com a parte de sacrifício de animais. Qualquer coisa que cause sofrimento aos animais me causa uma reação muito ruim.

    Beijos;*
    Ariane Reis | Blog My Dear Library.

    Resposta
  • 24 de setembro de 2020 em 20:40
    Permalink

    Oi, Mi

    Estou me preparando psicologicamente para assistir a este filme! hahahaha
    O elenco é sensacional e produções que abordam religião, fanatismo e a maldade humana sempre funcionam comigo. Espero gostar.

    Beijos
    – Tami
    https://www.meuepilogo.com

    Resposta
  • 24 de setembro de 2020 em 22:19
    Permalink

    Pra mim o auge foi o Pattinson pregando e o sotaque. Nossa, que eu ri mas com respeito porque tava muito engraçada a voz dele.
    Beijos
    Balaio de Babados

    Resposta

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