It: Capítulo 2 [Resenha do Filme]

It – A Coisa fez um enorme sucesso em 2017 deixando os fãs do Stephen King felizes, já que nem sempre os livros do autor ganham boas adaptações. Quase dois anos depois temos a continuação da história em It: Capítulo 2.

A cena inicial é forte, violenta, homofóbica e descobrimos que Pennywise está de volta, após 27 anos do ocorrido no primeiro filme. Mike (Isaiah Mustafa) foi o único que não saiu da cidade, sempre atento a volta do macabro palhaço, pesquisando maneiras de derrotá-lo. Quando descobre sua volta, Mike liga para todos do grupo, lembrando do juramento que eles fizeram na infância.

Uma vez fora de Derry, todos eles se esqueceram quase de tudo que aconteceu na cidade, mas ainda assim voltam. E as lembranças vão chegando aos poucos e o medo volta com tudo. Apenas Billy (James McAvoy) não resiste a ideia de ir embora da cidade, mas todos os outros sim, o que é bem compreensível. No entanto, o grupo está marcado por Pennywise e se não conseguirem derrotá-lo nesse ciclo, vão morrer. Sem muitas opções o grupo segue as ordens de Mike que descobriu a origem do palhaço e uma maneira de vencê-lo. Cada um parte em busca de um artefato para o ritual final.

Bervely (Jessica Chastain) está casada com um marido abusivo, demonstrando que não é fácil sair do ciclo de abusivo. Antes o pai, agora o marido. E a protagonista precisa, assim como todos, enfrentar antigos medos e reviver memórias esquecidas, e um sentimento amoroso, formando um triângulo com Billy e Ben (Jay Ryan).

Ben foi o que mais mudou fisicamente, antes gordinho, agora um homem alto, bonito, musculoso, rico e com sucesso, mas no fundo continua a mesma pessoa boa de sempre, sem esquecer Bervely.

Bill continua o líder do grupo, agora um homem casado e um autor de sucesso, único problema é que ninguém gosta dos finais dos seus livros, motivo de piada várias vezes durante o filme. É com Bill que temos referência à própria Warner e a aparição de Stephen King.

Richie (Bill Hader) se tornou um comediante famoso e continua sendo o alívio cômico em diversos momentos por conta de suas piadinhas. O mais interessante é que Richie tem um segredo que em nenhum momento eu tinha percebido. E todos do grupo é o mais resistente à ideia de ficar na cidade. Já Eddie (James Ransone) continua sendo meu personagem favorito. Ele se tornou analista de riscos, o que condiz com sua personalidade, e continua hipocondríaco. Eddie é o alívio cômico mais natural do filme e o que mais sofre também. Por fim, Stanley (Andy Bean), mentalmente o mais afetado de todos, o elo mais fraco.

À medida que o grupo vai relembrando os fatos eles vão passando por várias provações provocadas por Pennywise que parece brincar claramente com o medo deles. E o palhaço parece que voltou mais assustador e macabro do que antes, se é que é possível.

O longa continua nos dando sustos, mas é muito mais carregado no drama e no suspense do que no terror. E apesar de Pennywise voltar mais impiedoso e com sede de vingança, o filme de modo geral assusta menos do que o anterior. E o final apresenta uma resolução mais fácil do que eu gostaria, um tanto rasa, esperava algo a mais. No entanto, o fim conseguiu arrancar de mim algumas lágrimas….

O filme tem 2 duas e 45 minutos, mas a história não é cansativa, o roteiro e direção são bem dinâmicos e constrói muito bem a trama a ponto de nos envolver até o final. Os personagens são os mesmo, só que adultos e o longa passa um tempo nos mostrando que alguns medos nunca foram embora. Além disso, temos o elenco infantil de volta em cenas inéditas, o que foi excelente. A mescla de passado e presente funcionou muito bem.

Em suma, assim como o primeiro, It: Capítulo 2 não é um filme exclusivamente de terror, temos um bom drama vividos pelos personagens, a sensação de tensão durante toda a história, e um ar nostálgico. Não foi impactante como primeiro, talvez por já conhecermos Pennywise e suas táticas, mas ainda assim consegue nos deixar angustiados.