Do fundo da Estante: Cães de aluguel [Nostalgia]
A estréia de Quentin Tarantino no cinema continua impactante 27 anos depois: Cães de Aluguel entusiasmou a crítica na época que viu naquele jovem caucasiano um talento promissor, comparando-o, entre outros, à Martin Scorsese em início de carreira. Deve ter sido a última vez em que o Festival de Cannes ficou seriamente agitado.
Com baixo orçamento, e apoio do produtor Lawrence Bender e do ator Harvey Keitel, Tarantino conseguiu tirar do papel o seu sonho de dirigir um longa metragem depois de anos trabalhando numa vídeo locadora aonde tinha acesso a um catálogo dos mais variados tipos de filmes de várias partes do mundo que iam do Trash aos Clássicos. Ele vendeu seus roteiros de Amor à Queima Roupa e Assassinos por Natureza e conseguiu convencer Harvey Keitel a ser o produtor executivo depois de ler o roteiro muito violento inspirado entre outros pelo clássico Rashomon de Akira Kurosawa.
A história, aparentemente simples, tem uma narrativa entrecortada por flashbacks que vão aos poucos revelar quem é o policial infiltrado num grupo de bandidos que fez o assalto a uma joalheria dar errado.
Aqui não há nenhum julgamento moral: são bandidos porque assim escolheram, nada de serem frutos do meio em que nasceram ou vítimas da sociedade. Optaram pelo crime como quem opta por ser vendedor de seguro ou estivador no cais do porto – assim também é em seus futuros trabalhos: Pulp Fiction, Jackie Brown e Kill Bill. Também não há personagem feminino, não porque Taranto não saiba escrever um, mas sim porque nenhum dos bandidos aqui levaria a namorada pra um assalto.
Com encenação caprichada e o frescor de quem está estreando por trás das câmeras, o argumento é reforçado pelos diálogos criativos e por situações inusitadas e angustiantes, como a cena que o personagem de Michael Madsen tortura um policial. A trilha sonora é da melhor qualidade e assim passou a ser em todos os seus filmes seguintes – após ver um filme de Quentin Tarantino, dá vontade de passar numa loja e comprar o CD.
O elenco brilha coletivamente, sem ter um protagonista definido: Harvey Keitel empresta sua postura de durão e nos entrega uma de suas melhores interpretações; Tim Roth, Steve Buscemi, Michael Madsen e o saudoso Chris Penn mostram serviço e suas atuações são marcantes e a, exemplo de Alfred Hitchcock, Quentin faz uma rápida aparição.
Assistir Cães de Aluguel hoje, ainda é uma experiência e tanto, diferente de muitos filmes da mesma época que já envelheceram.
FICHA TÉCNICA
Título: Cães de Aluguel
Título Original: Reservoir Dogs
Direção: Quentin Tarantino
Data de lançamento: 4 de junho 1993
Nota 5/5
Italo Morelli Jr.
nossa boa hein, é do fundo do bau mesmo, eu ja vi esse filme algumas vezes
http://www.tofucolorido.com.br
http://www.facebook.com/blogtofucolorido
Revejo todo ano rs
Que interessante ler essa sua experiência sobre assistir nos tempos atuais um filme mais antigo…
http://www.vivendosentimentos.com.br
Na verdade estou revendo filmes dos anos 70, 80 e 90 que marcaram minha infância e adolescência. Essa coluna é para compartilhar bom filmes antigos com as novas gerações. Espero que gostem tanto quanto eu 🙂
Oi, Italo!
Esse filme é sempre bem elogiado, mas eu nunca assisti. Ele está na lista, junto com Pulp Fiction
Beijos
Balaio de Babados
Veja! Bjs!
Olá,
Por algum motivo, os filmes antigos do Tarantino não me atingem tanto como os modernos. Não consigo absorver essa magia que todos sentem.
até mais,
Canto Cultzíneo
Cães de Aluguel e Pulp Fiction são os melhores dele até hoje
Olá
Boa tarde
Ótima indicação de filme
Vou assistir porque ultimamente decidi assistir filmes que fizeram sucesso no passado e que não pude assistir
Parabéns pela coluna já virei fá
Obrigado! Os filmes antigos nunca são superados pelos remakes, no máximo ganham uma refilmagem ok.