Até o último homem [Resenha do Filme]
Conferimos a Cabine de Imprensa de Até o último homem |
Até o Último Homem (Hacksaw Ridge, 2016, Austrália) é o quinto filme dirigido por Mel Gibson depois de um hiato de 10 anos e, para não perder o costume, ele elege aqui um personagem que é vítima de suas convicções e é perseguido. O próprio Mel se sente assim na vida real: alcóolatra, adicto, agressor de mulheres e antissemita, ele quer se colocar numa confortável posição de vítima ao realizar filmes com alto teor heróico ou religioso. Foi assim em Coração Valente (que lhe rendeu o Oscar de melhor diretor) e A Paixão. Difícil de entender o senhor Gibson.
Baseado em fatos reais, Hacksaw Ridge em tradução literal, é o Cume de Hacksaw, um penhasco de mais de 120 metros de altura localizado em Okinawa no Japão. É lá que ocorrem algumas batalhas durante a Segunda Guerra Mundial e onde o soldado adventista Desmond Doss se recusa a pegar em armas e faz o trabalho de socorro e resgate dos soldados.
Desmond realmente existiu e é interpretado por Andrew Garfield, numa atuação contida e sem exageros. A forma como o personagem é construído nos dá a impressão de que ele sofre de distúrbios psicológicos acompanhados de um fanatismo religioso exagerado e mesmo assim consegue enfrentar as autoridades e se filiar ao pelotão sem fazer uso de armas de fogo. Nota-se que a história é bastante romanceada, jogando tintas fofas em Desmond o tempo todo. Como diz o ditado: “Biografia boa é aquela não autorizada”.
As cenas de guerra são de uma perfeição técnica absoluta, num grande trabalho da equipe de mixagem de som, do editor de imagens e do diretor de fotografia, mas nada que já não se tenha visto em Platoon, Nascido para Matar e o Resgate do Soldado Ryan. Já Gibson exagera na estilização da violência, fazendo um verdadeiro balé de cabeças explodindo, jorros de sangue, tripas voando e ratos devorando os corpos – a câmera lenta entra em cena, lógico.
O elenco de coadjuvantes é ótimo: Hugo Weaving (Matrix) é o pai alcoólatra e violento, Rachel Griffiths (O Casamento de Muriel) é a mãe submissa e sofrida, Teresa Palmer (Meu namorado é um Zumbi) é o interesse amoroso e Vince Vaughn (Os Estagiários) rouba a cena no papel do sargento durão, mas de bom coração.
Apesar de emocionar em alguns momentos, os diálogos por muitas vezes incomodam pelo teor piegas e sentimental. Nas mãos de um roteirista mais ousado e de um diretor mais imparcial, Até o Último Homem poderia ter sido um dos grandes filmes de guerra da história do cinema. Infelizmente, não foi dessa vez… Segundo registros, Desmond salvou entre 50 e 70 soldados gravemente feridos e em outubro de 1945, o presidente Harry Truman o condecorou com a Medalha de Honra por seus serviços prestados. Faleceu em março de 2006 aos 86 anos.
Trailer:
FICHA TÉCNICA
Título: Até o último homem
Título Original: Hacksaw Ridge
Diretor: Mel Gibson
Data do lançamento: 26 de janeiro de 2017
Italo Morelli
Oii!!
Tem uns filmes muito bons do Mel Gibson, ele é mesmo das antigas hehe. Hoje os filmes são totalmente diferentes dos que eram sucesso antigamente, pois a produção é incrível. Mesmo assim, atores o Gibson são marcados na história dos cinemas.
beijos
http://mecontanoblog.blogspot.com.br
Este comentário foi removido pelo autor.
Oi! Não sou de assistir filmes assim, então nem ouso opinar. Mas confesso que fiquei curiosa para assistir. Pelas críticas e elogios feito. Bjos ♥️
Click Literário
Olá, Ítalo
Eu assisti ao trailer só para saber mais ou menos o teor e o tom do filme, mas é algo que eu não assistiria. Não curto nada relacionado a guerras, sabe? Acho que o único filme com esse teor que eu assisti na vida foi Sniper Americano. No mais, sua crítica está muito bem escrita.
Beijo
– Tami
http://www.meuepilogo.com
Oi Italo!
Estou querendo ir assistir esse filme no cinema mesmo, gostei muito da tematica e também porque tem Andrew Garfield <3
Bjs!
http://www.auniversitaria.com
Oi, Italo!
Se eu fosse assistir esse filme, seria por causa do Andrew Garfield, mas o roteiro em si não me chamou atenção.
Beijos
Balaio de Babados
Promoção Quatro Anos de Minhas Escrituras
Oi, Italo. Eu não conhecia o filme mas fiquei bem interessada na história. Mesmo se tratando de livros de guerra, que eu raramente gosto de ver, achei a trama interessante até porque gosto desse viés mais emocional nos diálogos.
Beijo! Leitora Encantada
Olá, Italo.
A premissa do filme não é tão diferente do que encontramos em outros filmes: fanatismo e heroísmo exacerbado. Ainda assim, quero conferir, apesar de saber que a obra não me agradará totalmente.
Ótima análise.
Obs.: concordo plenamente com o “Biografia boa é aquela não autorizada”.
Desbravador de Mundos – Participe do top comentarista de janeiro. Serão dois vencedores, dividindo 4 livros.
Não me lembro de ter assistido nada dirigido Por Mel Gibson. Esse, mesmo que tenha um diálogo sem graça, acho que seria um bom começo. Vou procurar pra assistir. Bjs
Taynara Mello http://www.indicarlivros.com
Fanatismo religioso não, fidelidade a Deus. Hoje o evangelho não é seguido como deveria, quando alguém o faz, é fanático? Quem dera eu conseguir ser tão fiel assim, também sou Adventista do sétimo Dia e não é nada fácil observar os mandamentos do Senhor, prova disto é que a maioria das religiões retiram o sábado dos seus mandamentos e procuram observar só os outros nove, o fato é que os mandamentos são dez!
Maravilhosa produção, todos os elementos deste filme estão muito bem cuidados. Quando leio que um filme será baseado em fatos reais, automaticamente chama a minha atenção, adoro ver como os adaptam para a tela grande, acho que são as melhores historias, porque não necessita da ficção para fazer uma boa produção. Gostei muito de Até o último homem filme não conhecia a história e realmente gostei. É impossível não se deixar levar pelo ritmo da historia, achei um filme ideal para se divertir e descansar do louco ritmo da semana.