Acho muito improvável que exista um leitor que jamais tenha ouvido falar do Alexandre Dumas, eu não sou exceção. Sempre ouvir falar dele, mas foi através da Ana que virei fã. Foi ela quem me deu a minha edição amada de “Os três mosqueiros” e me fez apaixonada por esse autor humorado, surpreendente e maravilhoso que é o Dumas.
Em 2011 ela fez um especial falando sobre ele em seu blog, eu não resistir e pedi para que ela republicasse ele aqui, afinal algo tão bom não podia ficar na gaveta.
Bom especial gente, com amor, Pandora.
Alexandre Dumas, pai, nasceu em Villers-Cotterêts, na região francesa de Aisne, em 24 de junho de 1802. Seu nome de batismo era Alexandre Davy de la Pailleterie Dumas e tinha como avós o Marquês Antonie-Alexandre Davy de la Pailleterie e uma escrava negra (não se sabe se liberta ou não) chamada Maria Césette Dumas. Sua descendência negra sempre o acompanhou, sendo vítima de preconceito por alguns.
Filho de um general napoleônico, Thomas Dumas, Alexandre ficou órfão de pai, o que fez com que passasse por dificuldades na juventude. Aos dezessete anos foi trabalhar em um cartório de um amigo da família, Mennesson, que reclamava que o jovem lia mais do que escrevia, destacando-se em suas leituras, entre outros, Voltaire.
Mudou-se para Paris em busca de uma vida melhor, onde começou a escrever peças de teatro que lhe trouxeram estabilidade financeira suficiente para viver como escritor. Seus primeiros sucessos no teatro foram Henrique III e sua corte (1829) e Christine (1830). Após o sucesso no teatro, Dumas montou um estúdio para produzir folhetins para jornais, sendo que tudo que era escrito por seus auxiliares era sempre avaliado por ele.
Em 1940 lançou Os três mosqueteiros, romance que lhe rendeu sucesso internacional e foi transformado em trilogia, sendo seguido dos livros Vinte anos depois (1845) e O visconde de Bragelonne (1848), do qual faz parte a conhecida história d’O homem da máscara de ferro. Também em 1940 foram lançados dois outros grandes sucessos: O conde de Monte Cristo e Os irmãos corsos. Com o grande sucesso de vendas, Dumas viveu tranquilamente viajando às vezes e escrevendo muito. (Lista de obras dele aqui)
Mesmo após ter casado com a atriz Ida Ferrier, em 1840, Dumas manteve casos com outras mulheres, sendo pai de pelo menos três filhos fora do casamento, dentre os quais o autor de A dama das camélias, que recebeu seu nome, o que explica o uso das palavras “pai” e “filho” para distinguir os autores. Por questões políticas, Dumas morou também na Bélgica, na Rússia e na Itália (onde lutou pela unificação do país e, através de amigos comuns, conheceu Giuseppe Garibaldi, que lhe entregou seus manuscritos de batalhas – dentre as quais a Guerra dos Farrapos – e permitiu que elas fossem publicadas).
Alexandre Dumas, pai, faleceu em Puys, perto de Dieppe, em 5 de dezembro de 1870. Michel Lévy Frères publicou todas as obras de Dumas de 1860 a 1884 em 177 volumes, contendo as 91 peças escritas além dos romances. Até 30 de novembro de 2002 o corpo de Alexandre Dumas permaneceu no cemitério de Villers-Cotterêts, quando o presidente francês Jacques Chirac ordenou a exumação do corpo que, numa cerimônia transmitida pela televisão, foi levado para o Panteão de Paris, o grande mausoléu onde filósofos e escritores franceses estão sepultados. Na cerimônia, o caixão foi carregado por quatro homens vestidos de mosqueteiros representando Athos, Porthos, Aramis e d’Artagnan. Chirac reconheceu que Dumas foi vítima de racismo e que enterrá-lo junto a Victor Hugo e Voltaire era uma forma de corrigir o erro. Em seu discurso, o presidente francês disse: “Contigo, nós fomos d’Artagnan, Monte Cristo ou Balsamo, cavalgando pelas estradas da França, percorrendo campos de batalha, visitando palácios e castelos — contigo, nós sonhamos.”
Mais fotos da cerimônia
aqui.
Ah, e uma última questão. Lembra do debate sobre a propaganda de banco em que o
Machado de Assis foi representado por um branco? Bom, mesma discussão aconteceu sobre Dumas ser representado nos cinemas por
Gerard Depardieu, um ator branco.
Veja aqui.
Ah, não percam os próximos posts. Na próxima segunda a Ana falará sobre os mosqueteiros mais famosos da literatura e do cinema.
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Quem é ele: O homem responsável pela existência de três das histórias que mais amo: Os três mosqueteiros, O Conde de Monte Cristo e O homem da máscara de ferro. Eu admiro o trabalho de Dumas e fico feliz que suas histórias até hoje sejam lembradas.
Bjos!! Cida
Moonlight Books
Oi Ana!
Eu nunca li os livros do Dumas, mas vi os filmes baseados neles e adoro as histórias.
Que legal saber mais sobre ele, ele era mulherengo, hein? 🙂
Beijos,
Sora – Meu Jardim de Livros
Oi, tudo bem? =D Primeira vez te visitando!
Gostei muito do post, super informativo. Acho que só assisti ao filme do Homem da Máscara de Ferro, mas lembro que eu achava sensacional.
Beijos,
Priscilla
http://infinitasvidas.wordpress.com
Que postagem legal Ana. Adorei conhecer um pouco da vida de Dumas. Já li dele Os três mosqueteiros, O conde de Monte Cristo e assisti ao filme O homem da máscara de ferro. Não sabia nada sobre Alexandre Dumas até agora e achei bem curioso o fato de ele ser de ascendência negra. Não sabia dessa história de sua remoção para o Panteão de Paris. Adorei descobrir todas essas informações, só não entendi a razão de ter sido escrito este post. Ficou faltando, eu creio, uma justificativa pois o blog é sobre filmes, livros, música e séries. Ah! O último link está "quebrado".
Sou Alberto Valença do blog Verdades de um Ser e colaborador do Meu pequeno vício. Agora criei também um blog de viagens – O seu companheiro de viagem
Verdades de um Ser
O seu companheiro de viagem
Oi, Alberto, a ideia era a Jaci Pandora fazer a apresentação do especial, já que foi a pedido dela que estou republicando a série que fiz no meu blog em 2011 (também a pedido dela). Ah, e já atualizei o link final. Obrigada!
Muito boa a postagem! Bem completa e explicativa. Acredita que nunca li Os três mosqueteiros?
Beijos,
Monólogo de Julieta
Nunca li nada dele, mas morro de vontade!
Ótimo post *.*
Beijinhos :*
Sankas Books
Olá, Meninas.
Eu adorei a postagem. Apesar de amar Os três mosqueteiro e O conde de Monte Cristo, nunca nem tinha visto nenhuma foto do autor. Belíssima postagem, adorei saber mais sobre a vida dele.
Blog Prefácio
Eu amei quando você fez esse especial no seu blog!
A sua pesquisa foi cuidadosa e o resultado ficou primoroso. Está sendo ótimo reler tudo aqui. Não lembrava de certos detalhes. Afinal, faz anos que você escreveu essas postagens.
Obrigada, Pandora, por resgatar essas postagens fabulosas.
Um abraço, povo!
Blog || Fan Page
Oi.
É uma pena que não existam mais escritores como Alexandre Dumas e Jane Austen.
Ele era excelente. Simplesmente escreveu dois clássicos da literatura como Os três mosqueteiros e O conde de Monte Cristo.
Abraços.
Diego || Diego Morais Viana
Li a Tulipa Negra dele também, que maravilha de livro.
Um dos melhores romancistas que já existiram.