Românticos Anônimos [Crítica]

Românticos Anônimos, disponível na Netflix, é inspirado no filme franco-belga Les Émotifs Anonymes. Apresenta uma história sensível sobre saúde mental em uma união entre Coreia do Sul e Japão que deu muito certo. A direção é de Sho Tsukikawa, também responsável pelo live-action de Yu Yu Hakusho, e a protagonista é interpretada pela sul-coreana Han Hyo-joo.

Na série, acompanhamos Hana Lee, uma jovem chocolatier brilhante que tem escopofobia (medo irracional de ser observado) e trabalha de forma anônima para a boutique Le Sauveur. Quando o dono do lugar morre, a vida de Hana muda completamente. A confeitaria é adquirida por uma grande empresa e o novo chefe da protagonista é Sosuke Fujiwara (Shun Oguri), um homem com germofobia (medo de germes) que está sob grande pressão familiar para dar um novo rumo ao negócio.

Hana e Sosuke fazem terapia com a mesma psicóloga, embora não saibam disso, e ambos se esforçam para lidar com seus problemas emocionais. Hana tenta diversas vezes se revelar como a Chocolatier Anônima, mas sem sucesso, além de tentar confessar seus sentimentos por Hiro (Jin Akanishi), amigo de Sosuke. O protagonista é um homem inteligente e logo percebe que a nova atendente da loja sofre de escopofobia, revelando a Hana seus próprios problemas com germes. A partir daí, os dois passam a se ajudar, praticando entre si formas de superar os traumas. Mais do que uma história sobre saúde mental, eles se unem em prol da confeitaria. Sosuke enfrenta obstáculos para gerenciar a Le Sauveur, e Hana é a pessoa certa para ajudá-lo.


Toda a trama respeita a sensibilidade dos problemas dos protagonistas, sem recorrer à comédia, mas com uma abordagem leve que dá suavidade à narrativa. Assim, o drama não se torna pesado e o relacionamento de Hana e Sosuke se desenvolve gradualmente. O romance pode parecer discreto, mas combina com o tom mais introspectivo que o dorama propõe.

A ambientação, repleta de chocolates, é de dar água na boca, e o doce funciona perfeitamente como elo entre os protagonistas. Os coadjuvantes são simpáticos, embora tenham pouca força na história.

Românticos Anônimos tem a doçura de um bom chocolate, mas pode não agradar quem prefere tramas mais aceleradas e cheias de reviravoltas. Particularmente, a introspecção não me desagradou, e achei que o dorama tratou com empatia a questão da saúde mental, além de apresentar protagonistas carismáticos. É uma produção aconchegante e envolvente.

Michele Lima

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