Assassinos da Lua das Flores [Crítica]

Indo contra o fast food do cinema, Martin Scorsese está de volta com um filme de 3h26 min! Certamente uma duração que não é pra qualquer um…

Ambientado em Oklahoma na década de 1920, Assassinos da Lua das Flores é baseado no livro best-seller de David Grann, onde acompanhamos uma série de assassinatos na tribo indígena de Osage, uma terra rica em petróleo.  Com mortes e casamentos se conseguia legalmente as propriedades.

William Hale (Robert De Niro), um rico e influente fazendeiro da região, conta com a ajuda dos seus sobrinhos para comandar o local: Ernest (Leonardo DiCaprio) e Bryan (Scott Shepherd). Inclusive, é ele que alerta Ernest de possíveis benefícios ao se casar com Molly Burkhart (Lily Gladstone), o que acontece.

Os anos passam, Molly sofre de diabete e é uma observadora dos crimes na tribo, perdendo as irmãs no processo. Por outro lado, temos Enerst, um protagonista sem dúvida complexo. Ingênuo, burro, canalha, difícil definir.. Sem dúvida, mais uma grande atuação de DiCaprio, que embora às vezes caricato, principalmente na reta final, consegue expressar bem o cinismo do personagem. 

É preciso também elogiar (sem muita novidade) De Niro na figura do magnata simpático, porém perigoso, que quase verdadeiramente parece uma boa pessoa. E também Lily Gladstone em uma interpretação contida, sem exageros e muito poderosa!

Obviamente o roteiro trabalha com muita profundidade toda a história dos protagonistas, o que seria péssimo se Scorsese não conseguisse fazer isso em mais de 3 horas de filme. Quando, finalmente, as investigações acontecem, já estamos bem familiarizados com toda a situação, completamente por dentro de uma cidade sem lei e personagens sem escrúpulos, convencidos da impunidade. E claramente o roteiro se sobressai, com a violência, com a barbárie e com a força quase silenciosa de Molly. Também é importante ressaltar que apesar da importância do FBI na história real, aqui fica bastante em segundo plano. E a reta final é mais arrastada, lenta, mas não é cansativa. 

A fotografia é simplesmente perfeita, uma ambientação também de encher os olhos e temas bem conhecidos do diretor: família, lealdade, amor e ambição. É mais um filme clássico de Scorsese, como um poema épico, com um tema ainda bem presente, podendo ser possível até mesmo fazer paralelos com outros países como o Brasil. No final, temos uma rádio novela, mostrando semelhanças com podcast true crime, com a participação do próprio diretor

FICHA TÉCNICA

Título: Assassinos da Lua das Flores
Título Original: Killers of the Flower Moon
Direção: Martin Scorsese
Data de lançamento: 19 de outubro de 2023
Paramount Pictures

Michele Lima

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