A Freira 2 [Crítica]

O Vinho de Jesus tem poder! 

Enésimo capítulo da franquia Invocação do Mal e até agora o pior. Para compensar os vários alívios cômicos do anterior, a introdução caótica de A Freira 2 não demora nem cinco minutos. Igreja suntuosa, menino, barulhos, Valak aparece e frita o padre até torrar. Na tentativa de arrebatar o espectador logo de cara, esse prólogo, se fosse um curta-metragem, seria perfeito. 

O problema é o que vem a seguir…

Os sobreviventes dos eventos passados, Maurice (o esforçado Jonas Bloquet) e irmã Irene (uma irreconhecível Taissa Farmiga) irão juntar forças novamente para derrotar Valak que já tinha sido destruída no filme anterior quando a destemida Irene cuspiu o sangue de Jesus na cara da Freira que emergia da água como se estivesse na abertura do Fantástico. Sério!

Antes disso, Valak possui Maurice e por isso volta a atacar. Depois de cinco anos, sendo mais de dois de pandemia, ninguém pediu, mas A Freira 2 foi realizado. O público e até os fãs da franquia que não são bobos, já estão fartos de tantos filmes derivados de um único que realmente é bom: o primeiro Invocação do Mal, uma boa compilação de clichês de filmes de possessão, bem dirigido e com um elenco competente. Nada de novo, mas tão bem estruturado que empolgou até o mais desanimado colecionador de filmes de terror. 


A Freira 2 conta com três (!!!) roteiristas, e por isso não é de se estranhar a confusão da trama e a decupagem mal feita. Em vários momentos não é possível saber em que data ou localização determinada cena está ocorrendo. Romênia, França e Portugal parecem ser o mesmo lugar.

Com jumpscare aos montes, reconstituição de época impecável e direção de arte/fotografia caprichados, A Freira 2 repete vários elementos dos filmes anteriores, como o diabão cinza esverdeado e a criançada chata de Annabelle, os jogos de claro-escuro de Invocação do Mal e a nonsense de A Maldição da Chorona, cujo diretor é o mesmo de Invocação do Mal 3 e deste A Freira 2. O plot twist que mistura a lenda do demônio Valak com a mito da Santa Luzia é de um absurdo sem tamanho. Até para o sobrenatural deveria existir limites para que nenhuma produção cinematográfica caísse no limbo das continuações desnecessárias de filmes desnecessários – isso só desidratou a boa estreia de Invocação do Mal e nada acrescentou.

Hollywood precisa parar com histórias de demônios europeus que só a igreja católica apostólica romana é capaz de derrotar, isso já saturou e virou piada.

FICHA TÉCNICA

Título: A Freira 2
Título: The Nun II
Direção:  Michael Chaves
Data de lançamento: 7 de setembro de 2023
Warner Bros Pictures

Italo Morelli Jr

One thought on “A Freira 2 [Crítica]

  • 12 de setembro de 2023 em 13:32
    Permalink

    Após essa resenha, esse longa eu passo.

    Boa semana!

    O JOVEM JORNALISTA está em HIATUS DE INVERNO do dia 21 de agosto à 14 de setembro, mas comentarei nos blogs amigos nesse período. O JJ, portanto, está cheio de posts legais e interessantes. Não deixe de conferir!

    Jovem Jornalista
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    Até mais, Emerson Garcia

    Resposta

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