Clarice [Crítica da Série]
Um mergulho profundo na história pessoal e desconhecida da agente do FBI Clarice Starling, enquanto ela volta ao trabalho para perseguir assassinos em série, predadores sexuais e navega no mundo político de altos riscos de Washington, DC.
A série acompanha Clarice Starling e acontece um ano depois dos fatos de O Silêncio dos Inocentes. Para os fãs mais agudos de Thomas Harris (Dragão vermelho, O Silêncio dos Inocentes, Hannibal, Hannibal – A origem do mal) o nome Clarice soa bem familiar, mas a série não se trata de Hannibal e o que pode ter acontecido com ele, isso só é mostrado na continuação dos livros ou na adaptação para o cinema, interpretado por um dos maiores atores de Hollywood, Anthony Hopkins (ganhador do Oscar em 1992 por O Silêncio dos inocentes e em 2021 por Meu Pai).
O foco da série é outro e isso fica bem claro no decorrer dos episódios. Hannibal é citado apenas em poucas menções bem rasas que podem passar despercebidas para quem não conhece este personagem. Rebecca Breeds dá vida à protagonista Clarice, o que me deixou muito feliz por toda sua entrega e carinho com a personagem! E conseguimos ver uma Clarice ainda enfrentando os fantasmas do seu passado familiar e os pesadelos causados por Buffalo Bill. Claro que é muito difícil ver Clarice e não imaginar a espetacular interpretação feita por Jodie Foster que deu vida a personagem na adaptação ao cinema em 1992, que lhe rendeu o Oscar de melhor atriz. No entanto, Rebecca foi tão perfeita que consegui escutar o seu sotaque característico, ver os seus trejeitos, sentir a sua insegurança e os seus medos, ao mesmo tempo sua força e inteligência nos momentos de risco, em senti evoluindo junto com ela no decorrer dos episódios.
A série realmente se trata de Clarice Starling, mas podemos ver também Catherine Martin (Marnee Carpenter) umas das vítimas de Buffalo Bill, resgatada por Clarice em O Silêncio dos Inocentes. A produção é uma continuação desse processo e Catherine tem um papel importante no desenvolvimento de Clarice, sendo que os traumas deixados por Buffalo Bill afetam as duas. Ao passar dos episódios tudo isso é trabalhado com cuidado e particularmente fiquei contente com o resultado apresentado neste quesito. E além de resolver os problemas do passado, Clarice está de volta ao trabalho e mais uma vez é jogada aos leões. Embora tenha uma boa equipe, ela ganha olhares preconceituosos e maliciosos dos colegas do FBI, porém a sua personalidade forte não a deixa por baixo, quebrando barreiras e se jogando de cabeça até solucionar o caso.
Apesar da boa impressão que a atriz me deixou e da nostalgia ao relembrar de Clarice, a série peca na sua falta de originalidade. O gênero criminal é bem presente, mas deixou aquela velha impressão de “eu já vi isso antes”, causando um desperdício de elenco, junto com o seu material de origem, que é encantador.
“A história da Clarice Starling já foi contada espetacularmente bem. Essa nova aventura não é ruim, mas não pode reescrever nossas memórias do material superior que vimos no passado.” (Rolling Stone)
Como observação final para quem não conhece o universo de Thomas Harris, a série pode ser um ponto de partida, você pode conhecer quem é Clarice Starling e depois conhecer as outras obras, pode ler os livros ou até mesmo as adaptações do cinema. Recomendo a leitura, mas os filmes também podem te agradar.
Clarice conta com uma temporada de 13 episódios, disponível no catálogo do Prime Vídeo.
Essa eu passo. Parece que não é muito interessante e nem chamou a minha atenção.
Boa semana!
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Até mais, Emerson Garcia