Os Pergaminhos Vermelhos da Magia [Resenha Literária]

Com plots medianos e um final um tanto quanto bombástico, Os Pergaminhos Vermelhos da Magia é um livro feito especialmente para os fãs, embora, claro, um leitor não conhecedor do mundo de Cassandra Clare, possa também se envolver.
A trilogia inspirada em dois personagens recorrentes da outra série da autora, Os Instrumentos Mortais, apresentará aventuras extras vivenciadas entre o feiticeiro Magnus Bane e seu novo namorado Caçador de Sombras, Alec Lightwood. Nesse primeiro volume da trilogia, a trama se passa cronologicamente entre o terceiro (Cidade de Vidro) e quarto (Cidade dos Anjos Caídos) volume da série Os Instrumentos Mortais, contando um pouco mais sobre as férias do casal pela Europa. Tendo como única finalidade conhecer um pouco mais um do outro, Magnus e Alec acabam se deparando no meio de uma investigação para impedir que um novo culto mortal acabe invocando um poderoso demônio e assim coloque em risco a paz no universo das sombras novamente. Seriam eles capazes de salvar seus poucos dias juntos? Ou seu relacionamento está fadado a fracassar?
Narrado em terceira pessoa, o livro divide seu ponto de vista entre Magnus e Alec, intercalando-os de capítulo para capítulo. E nesse sentido, Cassandra Clare é genial. Ela constrói muito bem a relação entre eles, inclusive reforça os laços já apresentados nos outros livros de suas séries. Para um verdadeiro fã do casal, esse livro é um fanservice bem executado.
Minhas ressalvas, na realidade, são pontuais, e podem facilmente se dividir em três pontos. O primeiro é justamente o personagem Alec. Embora sua personalidade nesse livro em questão esteja bem mais suportável, ainda sim, não consigo desvinculá-lo de suas atitudes na segunda parte da série de Os Instrumentos Mortais. Na realidade, seu comportamento nesse primeiro volume da trilogia parece, inclusive contraditório a tudo o que cronologicamente irá acontecer, tornando suas ações ainda mais questionáveis, já que o relacionamento entre eles parece tão firme e seguro aqui.
O segundo problema também envolve o mesmo protagonista, mas a falha recai diretamente no autor parceiro que divide a obra com Clare, Wesley Chu. Seus capítulos finais que narram a maior parte dos combates apresentam uma queda considerável na escrita. As cenas descritas acabam sendo confusas, e eu particularmente, não conseguia me situar no cenário. Tive muita dificuldade na hora de imaginar determinadas ações dos personagens, principalmente quando a descrição envolvia batalha corporal. Até mesmo o cenário é complicado de visualizar e não fica muito claro para o leitor, ora parecendo uma coisa, ora parecendo outra.
Por fim, minha falta de ligação com o casal é o que mais pesa. Embora goste de Magnus (e confesse que seus capítulos são os melhores, não só pelo humor, mas também pelo estilo da escrita, já que é Clare quem os narra) ainda sim, não consegui ter qualquer outro vínculo pelo par em si. Entendo sua importância representativa como um dos primeiros casais LGBTQ+ na literatura de fantasia, entretanto, não consegui estabelecer um sentimento mais profundo com nenhum dos envolvidos. E isso dificulta minha experiência empática pessoal. Eu não me importava com o destino deles romanticamente falando. Estava bem mais concentrado nos mistérios da trama em si. No entanto, isso é apenas uma opinião muito particular, e o livro não deve ser tido como algo ruim por esse fato. Pelo contrário, o enredo é muito envolvente e flui com facilidade, tendo terminado a leitura com a certeza de que muito provavelmente irei querer ler os volumes seguintes.
A edição física da obra é um ponto a se levar em conta. Tendo trocado a capa brilhante pela metalizada, devo ressaltar o quão linda e positiva foi essa troca, apresentando um ar muito mais arrojado para a edição, principalmente com essa ilustração, que em muito reflete partes do cenário devido ao efeito.
Sendo assim, Os Pergaminhos Vermelhos da Magia são uma pedida bem-vinda, principalmente no caso de você já acompanhar as obras da autora. É um prato cheio com referências a outros personagens ou até mesmo pelo destaque que os protagonistas recebem, ganhando uma dimensão muito maior dentro desse cenário. No entanto, caso não tenha lido nenhum outro livro de Clare, recomendo pelo menos a leitura dos três primeiros volumes de Os Instrumentos Mortais. Embora a narrativa invista um certo tempo para situar os novos leitores para que eles sejam capazes de entender o contexto central, ainda sim, certos elementos talvez os deixem um tanto perdido. Para uma experiência mais proveitosa, a dica de ler os três volumes deve ser tomada como essencial.
FICHA TÉCNICA
Título: Os Pergaminhos Vermelhos da Magia – As Maldições Ancestrais # 1[
Autores: Wesley Chu e Cassandra Clare
Nota: 3/5
Onde Comprar: Amazon
 

Emerson Andrade

16 thoughts on “Os Pergaminhos Vermelhos da Magia [Resenha Literária]

  • 18 de março de 2020 em 13:38
    Permalink

    Não conheço esse livro, e para falar a verdade, não conheço as obras da Cassandra. Mas tenho lido tantas resenhas sobre esse livro, falando sobre essas ressalvas, que não sei se valerá a pena ler. =s
    Bjks!

    Mundinho da Hanna
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    • 20 de março de 2020 em 11:46
      Permalink

      Oi Hanna!
      Se você não for muito chegada a fantasia, é um empecilho. Mas se for, arrisque. A Cassandra satura um pouquinho, mas escreve muito bem.

      Abraços
      Emerson

      Resposta
  • 18 de março de 2020 em 14:56
    Permalink

    Oie,
    Eu não li nenhum dos livros da série os instrumentos mortais, mas amo o Magnus pela série. Acho que não faz muito sentindo para mim, ler este sem ler a série, mas fiquei super curiosa para saber como foram essas férias.
    Achei a capa bem linda.
    Beeijo!!!

    Grazy Carneiro
    Meus Antídotos

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    • 20 de março de 2020 em 11:48
      Permalink

      Oi Grazy!
      Se você quiser arriscar e conhecer sem ler Instrumentos, pode ler também. A recomendação no final é só pra entender melhor todas as referencias sabe. Mas da pra ler de boas. Inclusive tanto o Magnus quanto Alec tem muito dos da série.

      Abraços
      Emerson

      Resposta
  • 18 de março de 2020 em 15:07
    Permalink

    Oi, Emerson! Tudo bom?
    Eu felizmente estou quase 100% vacinada contra a CC depois da papagaiada que foi TDA, então zero vontades de voltar pros livros dela. Tem 1% meu querendo TENTAR Chain of Gold, apesar de sentir que ela vai fazer a mesma coisa de sempre e eu só vou ficar com raiva. Veremos nos próximos episódios se o ranço deixar HUUHASHUASUHSAHUASHUSAHUAS

    Beijos, Nizz.
    http://www.queriaestarlendo.com.br

    Resposta
    • 20 de março de 2020 em 11:49
      Permalink

      Oi Nizz!
      Menina eu to DOIDO, SEDENTO POR Chain of Gold, mas só porque é dos vitorianos. Eles são perfeitos <3 Da uma chance que esse vai ser sucesso, tenho certeza. Ela não erra tanto quando investi em trilogias.

      Abraços
      Emerson

      Resposta
  • 18 de março de 2020 em 16:39
    Permalink

    Oi, Emerson!
    Então né… tu já sabe minha opinião. Até que foi bacaninha esse livro e talvez eu continue a série…
    Beijos
    Balaio de Babados

    Resposta
    • 20 de março de 2020 em 11:49
      Permalink

      Oi Lu!
      Depois daquele final eu vou ter que continaur KKKKKKKKKK

      Abraços
      Emerson

      Resposta
  • 18 de março de 2020 em 19:07
    Permalink

    Oi, Emerson
    Comentei até com a Lu o tanto que a Classandra Clare não me chama atenção. É tipo a Sarah J. Maas pra mim, muita gente gosta mas eu mesma não me impressiono com suas obras. Vi que a maioria das resenhas também não foram tão positivas :c
    Beijo
    http://www.capitulotreze.com.br/

    Resposta
    • 20 de março de 2020 em 11:50
      Permalink

      Oi Miriã!
      Eu gosto da Cassandra, mas tenho a teoria que ela trabalha bem melhor quando o assunto é trilogia. Se parte pra série ela peca muito. Quando ela não resolve extender demais até que dá pra levar. Mas entendo sua posição. Talvez seja o fato delas sempre contarem uma historia parecida.

      Abraços
      Emerson

      Resposta
  • 18 de março de 2020 em 20:06
    Permalink

    Oi, Emerson!
    Não sabia dessa série entre a série Instrumentos Mortais.
    E muito menos que era sobre Alec e Magnus.
    Bom, todo mundo sabe que Magnus é um personagem infinitamente melhor que o Alec, então não estou surpresa que você goste mais dos capítulo dele, hehe.
    Gosto da série, mas acho que não tenho vontade de ler esse livro.

    Beijoooos

    Teca Machado
    http://www.casosacasoselivros.com

    Resposta
    • 20 de março de 2020 em 11:51
      Permalink

      Oi Teca!
      KKKKKKKKK não da pra negar viu. Magnus reizinho demais.

      Abraços
      Emerson

      Resposta
  • 18 de março de 2020 em 20:10
    Permalink

    oI
    Só li dois livros da autora, mas gosto dos personagens por conta do que assisti na série, não sei se leria o livro, mas até que parece ser interessante mesmo que tenha encontrado alguns problemas na leitura.

    http://momentocrivelli.blogspot.com/

    Resposta
    • 20 de março de 2020 em 11:51
      Permalink

      Oi De!
      Se tu gostava deles na série, então tu vai amar esse livro pq tem muito dos personagens de la! Da uma chance se puder.

      Abraços
      Emerson

      Resposta
  • 19 de março de 2020 em 03:16
    Permalink

    Eu li ele recentemente e foi ótimo! Recomendo bastante para os fãs e realmente gostei desse extra que a autora presenteou os fãs.

    Beijos

    Imersão Literária

    Resposta
    • 20 de março de 2020 em 11:52
      Permalink

      Oi Ley!
      Concordo. Diferente dos infinitos livros de contos, esse foi melhorzinho e até mais aceitavel.

      Abraços
      Emerson

      Resposta

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