O Farol [Resenha do Filme]

Maior acerto da produtora A24 até agora, O Farol é um inegável produto do expressionismo alemão, que combina muito bem com a proposta. Há tempos não se via no cinema algo tão vem feito com essa estética.
No início do século XX, Thomas Wake (Willem Dafoe, soberbo) é o responsável pelo farol de uma ilha isolada e bem longe da costa do Maine. Ele contrata Ephraim Winslow (Robert Pattinson, na melhor interpretação de sua carreira) para substituir o ajudante anterior. Ele fica com todo trabalho pesado e proibido de acessar o farol, o que o deixa cada vez mais obcecado em descobrir o que acontece por lá. 
À medida em que estranhos acontecimentos quebram a monotonia do lugar, Ephraim surta pouco a pouco e Thomas parece não colaborar para impedir que o pior aconteça. Ambos travam um verdadeiro embate físico e psicológico pra nenhum fã de filmes-cabeça botar defeito. Com seu formato de tela quadrado, sua impressionante fotografia em P&B, efeitos sonoros e música perturbadores, O Farol é um intrigante e incômodo filme, que remete aos clássicos filmes da Era de Ouro de Hollywood, devidamente atualizado. 
Bastante ousado e com uma atmosfera propositadamente sufocante, o longa joga o tempo todo na tela elementos bizarros/fantásticos que causam mal estar e tiram o máximo da entrega dos atores – só faltou uma cena de sexo explícito entre eles pra complementar o excesso de loucura, mas foi melhor mesmo ter ficado apenas na imaginação de quem assiste, já que qualquer coisa ali poderia acontecer devido a tensão sexual entre os dois. 
O diretor Robert Eggers (de A Bruxa) faz uma bela homenagem a vários escritores como Edgar Allan Poe (que curiosamente morreu enquanto escrevia o conto O Farol, diferente deste), H. P. Lovecraft, Harold Pinter, Sam Shepard e a cineastas como Ingmar Bergman, Stanley Kubrick, Robert Flaherty, Jean Epstein, Jean Grémillon e principalmente ao filme A Morte num Beijo (1955) do diretor Robert Aldrich.
Com este trabalho, Eggers já fez a lição de casa para o remake do clássico alemão Nosferatu (1922) que irá comandar. Grande candidato a melhor filme cult de 2019.

Imperdível.
Trailer:
FICHA TÉCNICA
Título: O farol
Título Original: The Lighthouse
Direção: Robert Eggers
Data de lançamento no Brasil: 2 de janeiro de 2019
Nota: 5/5

Italo Morelli Jr. 

7 thoughts on “O Farol [Resenha do Filme]

  • 4 de janeiro de 2020 em 20:29
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    Hey Italo! Tudo bem?
    Primeira vez que vejo falar nesse filme e já coloquei ele na minha lista. Gosto quando a trama é pesada assim e deixa coisa subentendidas.
    Obrigada por comentar lá no blog.
    Volte sempre!

    | Blog Misto Quente |

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  • 4 de janeiro de 2020 em 22:26
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    Já faz um bom tempo que eu ouço falar desse filme e principalmente da atuação dos atores. O trailer me deixou bem intrigada, mas essa história de trama pesada me deixa com o pé atras porque sou a pessoa mais medrosa do mundo então ainda estou na dúvida se assisto ou não ahahahaha

    Abraços
    http://www.auniversitaria.com/

    Resposta
  • 5 de janeiro de 2020 em 10:34
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    Oi Italo,
    Eu não conhecia o filme e por mais que eu não tenha assistido te digo que estou encantada por essa produção. Parece muito cuidadosa e bonita, e realmente não é um estilo usal nos dias de hoje.
    beijo
    http://estante-da-ale.blogspot.com/

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  • 5 de janeiro de 2020 em 11:06
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    Oi, não conhecia o filme mas me deixou bem curiosa sou acostumada a vê essa tipo de filme por causa do meu pai. E agora vicei também KKK beijos e um ótimo domingo.

    Segredosdamarii.blogspot.com

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  • 5 de janeiro de 2020 em 13:20
    Permalink

    Olá, Italo.
    Eu fiquei sabendo sobre esse filme no jornal de manhã cedo acho que na sexta passada hehe. E quando vi que era em preto e branco e os atores, eu já fiquei muito interessada nele. Assim que der vou assistir.

    Prefácio

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