Categories: Uncategorized

Meu nome é Dolemite [Resenha do Filme]

Que bom que a Netflix aceitou a empreitada de produzir junto com Eddie Murphy, Meu nome é Dolemite, cinebiografia do ator Rudy Ray Moore (1927-2008), já que os grandes estúdios cada vez menos se interessam por filmes que sejam de super herói…Se bem que o personagem retratado aqui foi uma espécie de herói para os seus admiradores. Nem todo herói usa capa…
Eddie Murphy tem apenas 58 anos e uma carreira extensa. Vindo do Stand Up Comedy (assim como Rudy Ray Moore), só nos anos 80, Eddie protagonizou os ótimos 48 Horas (1982), Trocando as Bolas (1983), Um Tira da Pesada (1984), O Rapto do Menino Dourado (1986) e Um Príncipe em Nova York (1988) e ainda dirigiu e protagonizou Os Donos da Noite (1989) – todos sucessos de crítica e público. Já na década de 90, Eddie só fez escolhas erradas – O Príncipe das Mulheres (1992), Um Distinto Cavalheiro (1992), Um Vampiro no Brooklyn (1995), O Professor Aloprado (1996), Dr. Dolittle (1998) e Os Picaretas (1999) – uma decepcionante sequência de bombas, salvo apenas pela dublagem do dragão Mushu em Mulan (1997). A virada do milênio começou mal: só em 2002, Eddie lançou Showtime, Sou Espião e aquele que é o pior filme de sua carreira e um dos piores da história: Pluto Nash. Triste.
A década passada só não foi um verdadeiro desastre em sua carreira graças a dublagem do Burro em quatro filmes da franquia Shrek e em Dreamgirls (2006), cinebiografia das Supremes, pelo qual ganhou um Golden Globe e foi indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante, interpretando um personagem equivalente ao James Brown.
E com tantos erros e acertos, ninguém melhor do que ele para interpretar Rudy Ray Moore e é possível até comparar a carreira de ambos. Nos anos 70,  Moore era um vendedor de discos e resolveu vender ali mesmo na loja aonde trabalhava, seus shows de Stand Up Comedy cheios de rimas e palavrões, gravados em vinil.
O sucesso estrondoso, o fez sonhar mais alto: produzir um filme em Hollywood só com atores negros. Todo o processo das filmagens é mostrado de forma leve e hilária, com uma reconstituição de época impecável, o que resultou no longa Dolemite (1975), sucesso só de público. Sua determinação em vencer na vida é inspiradora e comovente, e é muito bom ver Eddie Murphy de volta aos grandes personagens que o consagraram, num filme que se assiste com prazer. Merece e muito, uma indicação ao Oscar mais do Joaquin Phoenix pelo Coringa.
A direção de Craig Brewer (do ótimo Ritmo de um Sonho) é notável e todo elenco está bem – com destaque para Wesley Snipes, Da’Vine Joy Randolph e Craig Robinson.
É muito bom ver o grande Eddie Murphy de volta e Meu nome é Dolemite felizmente não é seu único projeto – em breve veremos Um Tira da Pesada 4 e Um Príncipe em Nova York 2.
Trailer
FICHA TÉCNICA
Título: Meu nome é Dolemite
Título Original: Dolemite Is My Name
Direção: Craig Brewer
Data de lançamento: 25 de outubro de 2019
Nota 4/5
Netflix

Italo Morelli Jr.

Na Nossa Estante

Share
Published by
Na Nossa Estante

Recent Posts

Elio [Crítica do Filme]

Atualmente o grande problema da Pixar é se superar e se reinventar. Uma tarefa nada…

10 horas ago

A Meia-Irmã Feia [Crítica]

A diretora e roteirista norueguesa Emilie Blichfeldt teve uma idéia genial: usou como pano de…

6 dias ago

Um Natal Ex-Pecial [Crítica]

Na Netflix, os trabalhos de Natal já começaram e o primeiro filme que vi foi…

2 semanas ago

Uma Batalha Após a Outra: A decepção do Ano

Definitivamente, este novo trabalho do diretor Paul Thomas Anderson (Boogie Nights, 1997), é como o…

2 semanas ago

Até o Último Samurai [Crítica]

Até o Último Samurai é uma série disponível na Netflix, baseada no mangá de Shogo…

2 semanas ago

Wicked: Parte II [Crítica]

A peça musical Wicked é um dos grandes sucessos da Broadway. Lançada em 2003, tornou-se…

2 semanas ago

Nós usamos cookies para melhorar a sua navegação!