Entrevista com Erin Beaty de O Beijo Traiçoeiro

Para quem ainda não conhece a Erin Beaty, ela é a autora de O beijo traiçoeiro que é o primeiro livro da trilogia do mesmo nome. Ela nasceu e cresceu em Indianópolis, Indiana. Formou-se na Academia Naval dos Estados Unidos com diploma em engenharia aeroespacial e serviu à Marinha como oficial de armas e instrutora de liderança (só para vocês verem o poder da mulher!). Ela e o marido têm cinco filhos, dois gatos e uma horta, e moram onde quer que a Marinha os leve (e atualmente está de mudança para a Coréia do Sul!).
O blog conseguiu uma entrevista exclusiva com a autora e ela não apenas respondeu as minhas perguntas, como gravou um vídeo para os leitores brasileiros direto de seu escritório.
Como surgiu a ideia de escrever O Beijo Traiçoeiro?
Erin: A ideia de casamentos arranjados para fortalecer ou unir países sempre foi um pouco fascinantes para mim, especialmente quando muitas vezes essas pessoas nem mesmo se conheciam ou se gostavam! Comecei a questionar: e se a junção de pessoas fosse feita propositalmente, com um olhar em direção a alianças e compatibilidade? Se houvesse uma guilda de mulheres que fizessem isso, elas poderiam efetivamente governar uma nação fortalecendo famílias e enfraquecendo os outros. Então pensei, como alguém poderia explorar esse sistema para obter poder? Isso foi basicamente como Demora foi formada e desenvolvida e como uma família real foi substituída por outra (o que deixou a família perdedora com rancor). Assim o sistema pode parecer ruim para as mulheres de fora, mas é bem diferente quando se olha de perto. Ele tem falhas, assim como aqueles compostos ao longo do tempo. Como eu estava construindo essa sociedade, também criei a Sage como alguém que resistiu ao matchmaking (casamento arranjado) mas que também não entendeu isso e teve muito espaço para desenvolver. Tudo apenas cresceu a partir daí. Eu não estou certa de como aconteceu.
O Beijo Traiçoeiro tem muitas cenas de espionagem e de conflitos de guerra. Você pesquisou sobre o assunto para escrever essas cenas? Ou simplesmente escreveu?
Erin: Eu tenho uma formação militar, então tenho conhecimento básico de táticas e lutas. Para espionagem, me baseei principalmente em história e como as sociedades são construídas e as guerras ganhas. Foi necessário um pouco de pesquisa, para obter alguns detalhes corretos ou realistas, como o quão rápido as pessoas podem viajar, e eu pratiquei todos os movimentos de luta que os personagens fizeram. Uma outra coisa que eu realmente tentei captar foi a relação de irmãos entre soldados.
Sage é uma mocinha forte, inteligente e determinada. Para ela é muito difícil ser uma garota, por causa da sociedade que vive que trata os destinos das mulheres como se fosse um negócio. Para você como foi falar desse assunto por meio das ações da sua protagonista?
Erin: Eu me certifiquei de que haviam muitas coisas que ela não conhecia ou entendia, mas também eram coisas escondidas das pessoas em geral. Ela aprende que há realmente uma grande quantidade de pensamento e cuidado que entra em cada match, e é quando match-makers não são usados que surgem problemas. Pode ser um negócio, mas é cuidadosamente executado e compassivo – embora eu não esteja defendendo que devemos fazer isso em nosso próprio mundo! Mesmo que Sage se torne parte do sistema e veja seus méritos, ela ainda resiste porque quer a liberdade de fazer a sua própria escolha. A ironia é que Sage é tão igual quanto qualquer outra pessoa. Darnessa viu o que era bom para ela e a levou até as formas corretas de perceber o que ela queria.
As capas brasileiras são totalmente diferentes das originais. O que você achou delas?
Erin: As capas brasileiras foram as primeiras capas estrangeiras que eu vi, e eu adorei as cores brilhantes e contratantes. Eu pensei que havia muita personalidade, conflito e outros elementos da história colocados na arte. Também é fascinante ver que tipo de imagens são mais atraentes em outras culturas. Eu me pergunto se a terceira capa será roxa e dourada, já que essas são as últimas cores opostas, e mal posso esperar para ver!
Quais são os seus autores favoritos?
Erin: Quando adolescente, amava Tamora Pierce e Robin McKinley, e eu tinha muito carinho por Michael Crichton, porque sua ciência era muito boa. Nos últimos anos, eu passei a amar Mary E. Pearson e Marie Rutkoski (eu sou muito comparada a elas, mas na verdade eu nunca tinha lido as duas até que O Beijo Traiçoeiro fosse totalmente escrito) E eu li tantos novos autores desde a publicação, seria impossível nomear todos eles aqui. Eu costumo preferir a fantasia, mas eu faria um extra e chamaria em voz alta Tanaz Bhathena e Tiffany Jackson, que escreveram romances contemporâneos assombrados.
Aqui no Brasil a editora está lançado o segundo livro A Missão Traiçoeira. O que nós leitores brasileiros podemos esperar dele?
Erin: Eu não quero contar muito porque falar sobre algumas coisas pode ser spoiler do primeiro livro para aqueles que ainda não o leram. Neste segundo livro, há muitas transições das tragédias e mentiras do primeiro livro. Sage, que achou que tinha perdoado, descobre que ela realmente não o fez. Para ambos (especialmente para ele) o amor também traz um novo conjunto de vulnerabilidades, algo que ele passou a vida inteira evitando e que também lhe causou tanta dor no primeiro livro. De muitas maneiras, este livro é aceitação de ambos sobre como eles mudaram a visão do mundo um do outro e como isso também os modifica. Não é uma coisa fácil para as pessoas tão teimosas e fortes quanto eles!
Ao encerrar a minha entrevista, perguntei se ela queria deixar um recadinho para os leitores brasileiros, Erin não apenas mandou uma mensagem, como gravou um vídeo mostrando um pouco do escritório dela. 
“ Olá Brasil, eu sou Erin Beaty. Este é o meu livro que foi lançado no Brasil, e o segundo livro também foi lançado, mas eu não tenho ainda. Não posso ir ao Brasil agora, talvez um dia. Mas eu pensei em te mostrar um pouquinho do meu escritório onde escrevo. Esta é a minha mesa e minhas guloseimas bem ali. Alguns livros que estou escrevendo e uma imagem antiga da Marinha. E bem aqui eu tenho um mapa, e este é o meu calendário. E aqui atrás é onde eu faço meus planos e eu uso um monte de notas de post-it. Isso é um monte de livros que eu preciso ler. Esse é o mundo lá fora, quente e úmido porque é Nova Orleans. De volta à mesa, e mais imagens antigas. E de volta para o computador.
Tchau”
Eu amei o vídeo, amei essa entrevista e a autora! Ela passou a ter um espaço no meu coração e se tornou uma das minhas autoras favoritas da vida, o tempo todo ela se mostrou carinhosa comigo ao responder minhas curiosidades. Ela demonstrou humildade e acima de tudo ela me concedeu o seu tempo, já que ela está na correria de mudança para outro país e mesmo assim ela me atendeu. Eu já li O beijo traiçoeiro e eu realmente adorei, achei uma leitura maravilhosa. E estou louca para começar A missão traiçoeira que acabou de chegar da editora para nós. Então para quem ainda não leu o livro da Erin, leiam, porque tenho a certeza que vocês irão gostar muito.

Ariane de Freitas

10 thoughts on “Entrevista com Erin Beaty de O Beijo Traiçoeiro

    • 20 de outubro de 2018 em 18:45
      Permalink

      Oi Carol!
      Ela e muito simpasimp mesmo! Eu ameiiiii fazer a entrevista com eka. E leia os livros dela. Você irá adorar!
      Beijos
      Ari

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  • 19 de outubro de 2018 em 14:06
    Permalink

    Oi, Ari! Tudo bom?
    Que maravilhosa essa entrevistaaaa! Gente, eu não sabia dessa formação toda fodástica da autora, que mulher incrível!
    Uma pena que a história não me conquistou como prometia. Acabei perdendo o interesse em ler o segundo volume por enquanto, mas quem sabe futuramente!

    Beijos,
    Denise Flaibam.
    http://www.queriaestarlendo.com.br

    Resposta
    • 20 de outubro de 2018 em 18:47
      Permalink

      Ei Denise!
      Estou bem. Muito obrigada pelo elogio! Ela é bem girl Power.
      Beijos
      Ari

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  • 19 de outubro de 2018 em 16:03
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    OI Ariane,

    Adorei o primeiro livro e fiquei encantada com a entrevista da autora, ela é super simpática e carinhosa.
    Quero muito ler o segundo livro.
    Bjs e uma boa semana!
    Diário dos Livros
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    • 20 de outubro de 2018 em 18:48
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      Oi Jéssica! Leia sim o segundo. Irei ler por esses dias. E ela é muito simpatica mesmo.
      Beijos
      Ari

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    • 20 de outubro de 2018 em 18:50
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      Oi Gabriela!
      Leia, eu acho que você irá adorar!
      Beijos
      Ari

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  • 20 de outubro de 2018 em 10:28
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    Oi Ari,
    Minha mãe leu o livro e adorou, está doida pelo segundo.
    Adoro quando a autora é simpática, dá até mais empolgação para ler a obra.
    Espero ter a oportunidade ainda esse ano, já que o livro está aqui em casa me esperando, rs.
    Beijos
    http://estante-da-ale.blogspot.com.br

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    • 20 de outubro de 2018 em 18:51
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      Oi Alessandra!
      Leia sim! E que bom que sua mãe leu. Isso mostra que ela tem bom gosto!
      Beijos
      Ari

      Resposta

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