Maniac [Resenha da Série]

Maniac é uma série da Netflix estrelada por Emma Stone e Jonah Hill. Owen teve um surto psicótico no passado em que enxerga alguém que é igual a seu irmão e que lhe diz informações sobre o padrão do Universo. Owen acredita que poder salvar o mundo, mas foi diagnosticado com uma doença mental. Annie é uma jovem viciada em uma pílula de um laboratório famoso que a ajuda em relação a uma trauma do passado.
No mundo criado pela série, as pessoas que não possuem dinheiro podem usar os Anúncios Já e achei a ideia genial. Se você não tem dinheiro para o transporte ou para almoçar basta chamar a empresa que envia uma pessoa que paga o que você quiser, desde que a escute fazer vários anúncios. E nesse universo criado, a empresa farmacêutica NPB está pagando pessoas interessada em participar de um evento. Annie precisa muito da pílula usada pelo laboratório na etapa A do experimento, que promete curar todo e qualquer sofrimento, e faz de tudo para ser aceita . Owen está desempregado, falido e não quer a ajuda da sua família, que é bastante rica, com quem tem uma difícil relação.
Logo nos primeiros episódios percebemos que Owen é bastante subestimado pelos seus familiares, mas seu irmão é acusado de um crime e precisa dele para forjar um álibi. O protagonista também acredita que Annie é uma pessoas importante que lhe dará informações para manter o padrão do universo. Já a protagonista também tem problemas familiares que a traumatizaram para sempre. 
Cada um deles tem um motivo para entrar no experimento e lá vão passar por três etapa. A primeira, Agonia, é reviver o pior dia da vida deles com a pílula que Annie é viciada. Nessa parte da trama é que vamos entendendo as dores de cada personagem. A segunda Behavorismo, ajuda identificar pontos cegos, mecanismos de autodefesa, é a fase em que os personagens se cruzam em suas ilusões, dando um toque mais surreal na trama. Por fim, a terceira, Confrontação, a etapa da aceitação, da cura. Por meio de cada sessão vamos conhecendo melhor cada personagem. Além dos protagonistas, conhecemos um pouco dos médicos do experimentos, como a Dr.Azumi (Sonoya Mizuno) e o Dr. James (Justin Therouxe suas motivações, dando espaço também para a história dos coadjuvantes na trama.
A ambientação da série é bem interessante. O mundo é um tanto futurista, com máquinas que limpam as fezes dos cachorros na rua, realidade 3D, computadores com sentimentos, como Gertie, ao mesmo tempo que tem um estilo mais retrô, um tanto anos 80. É inevitável não se lembrar de filmes como De volta para o futuro, 2001: Uma Odisséia no Espaço, séries como Black Mirror ou Lost.
Jonah Hill está muito bem no papel de Owen e consegue expressar toda depressão, solidão e desamparo que o personagem sofre. E com certeza é um dos melhores trabalho da Emma Stone, Annie passa por diversos conflitos, sendo uma personagem perspicaz e com um drama forte na história. 
É importante ressaltar que no segundo episódio Annie coloca Dom Quixote como meta de leitura, depois passa por um moinho de vento e durante a série percebemos várias referências explícitas à obra de Cervante. Owen é uma pessoa que cria ilusões e inimigos que não existem, acredita ser um herói que pode salvar as pessoas, exatamente como Dom Quixote e isso coloca Annie como uma espécie de Sancho Pança, mais inteligente do que se imagina à princípio, responsável por cuidar de Dom Quixote, mesmo não acreditando em suas ilusões.
Os primeiros episódios são mais longos, depois na etapa B em que a roteiro se torna um pouco mais arrastado, a duração é mais curta. A série nos prende do início ao fim com os dois protagonistas com uma história interessante para contar, afinal, queremos saber se as ilusões de Owen são de fato apenas criação de sua mente. O que seu irmão fez no passado? O que aconteceu com a irmã de Annie? As pílulas de fato curam? Até que ponto Gertie pode interferir no experimento?


Maniac foi claramente pensada para ganhar prêmios, tem uma alta qualidade de produção, excelente atores e uma boa trama, em que às vezes as informações são passadas em pequenos detalhes. O roteiro aborda temas extremamente interessantes, jogando com a realidade e ficção o tempo tempo, falando sobre ética, avanços medicinais, tecnológicos e principalmente sobre os sentimentos humanos, solidão e como lidar com a dor. É uma série instigante, vale a pena conferir.
Trailer

FICHA TÉCNICA
Título: Maniac
Criadores: Cary Joji Fukunaga, Patrick Somerville
Diretor: Cary Joji Fukunaga
Data de lançamento: 21 de setembro de 2018
Nota: 4,5/5
Netflix
Michele Lima

7 thoughts on “Maniac [Resenha da Série]

  • 30 de setembro de 2018 em 14:43
    Permalink

    Oi, Mi!
    Ainda não assisti essa série, mas ela está na lista.
    Esse lance do roteiro arrastado me brochou um pouco..
    Beijos
    Balaio de Babados

    Resposta
  • 30 de setembro de 2018 em 16:43
    Permalink

    Oii Mi

    A trama parece mesmo ser excelente, esses pequenos detalhes prendem o expectador de verdade e os atores são maravilhosos, realmente o tipo de série que promete ganhar prêmios e visibilidade. Adorei a ambientação futurista e ja fiquei intrigada, vou assistir com certeza.

    Beijos

    http://www.derepentenoultimolivro.com

    Resposta
  • 1 de outubro de 2018 em 00:32
    Permalink

    Oi, Mi!
    Ainda não assisti, mas está na minha lista. Vi algumas pessoas que não gostaram muito e isso acabou me dando uma desanimada, porém ainda quero tentar. Espero que me agrade.
    Beijinhos,

    Galáxia dos Desejos

    Resposta
  • 1 de outubro de 2018 em 07:00
    Permalink

    Um amigo me disse que é ruim, porém muita gente está falando bem… Acho que vou dar uma chance assim que der XD
    Ótima resenha, me deixou com vontade de ver =D

    Resposta

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