The Post: A Guerra Secreta [Resenha do Filme]
Conferimos a Cabine de Imprensa de The Post: A guerra secreta. |
Não sei bem o que as pessoas esperam de The Post, mas eu particularmente já esperava algo mais clichê com total heroísmo da parte dos jornalistas que tiveram a coragem de expor o governo americano sobre a guerra do Vietnã, só não esperava que Steven Spielberg conseguisse gerar tanta tensão e expectativas mesmo com a gente sabendo o fim da história que, aliás, é bom conhecida.
A Guerra do Vietnã foi o embate do Vietnã do Norte, apoiada pela União Soviética, China e outros aliados comunistas, contra o Vietnã do sul, apoiado pelos Estados Unidos, Coreia do Sul, Austrália, Tailândia, e outras nações anti-comunistas pelo mundo. A guerra durou 20 anos e um estudo acadêmico mostrava que ações americanas eram falhas, a guerra um erro, que a derrota era inevitável, mas que ainda assim presidente após presidente, continuava enviando soldados e mantendo a guerra.
O filme começa com Daniel Ellsberg (Matthew Rhys) roubando os arquivos do estudo que comprova que o governo sabia que não conseguia vencer a guerra, mas ainda continuava com ela. Tempos depois o The New York Times publica uma matéria exclusiva sobre o estudo, começando a gerar uma enorme tensão no país. Nixon se sente acuado e o jornal é proibido pela justiça de continuar as publicações, acusado de espionagem, uma vez que os documentos eram confidenciais. E é neste momento que o The Washington Post entra em jogo.
Kay Graham (Meryl Streep) é filha do fundador do jornal, mas quem o herda é seu marido. Após seu suicídio, ela passa comandar a empresa e sente toda a pressão em ocupar o cargo, principalmente porque ninguém confia muito nela. Inclusive, Kay mal fala nas reuniões, deixando que seu fiel conselheiro mostrasse as ideias que na verdade era delas. A protagonista entende que como mulher não consegue passar a autoridade necessária, mas se esforça bastante pelo bem do The Washington Post que passa por um momento bem crítico, entrando no mercado das ações. Kay é uma mulher inteligente, mas insegura, conformada e que foge bastante dos conflitos. No entanto, é aquela que vai decidir o futuro do jornal, se publica ou não o estudo do Vietnã e assim bater de frente com o governo.
A decisão de Kay é bastante influenciada pelos seus conselheiros tradicionais e pelo seu editor Ben Bradlee (Tom Hanks), um homem que é a alma do jornalismo, daqueles que se coçam loucamente para postar uma grande matéria. Ben se vê frustrado por todos os dias o The New York Times postar matérias de grande importância e o The Washington Post com problemas até para cobrir o casamento da filha de Nixon. Mas ele não desiste até conseguir os documentos sobre a guerra, o que acontece quando o seu jornalista Ben Bagdikian (Bob Odenkirk) acha a verdadeira fonte dos estudos. A partir de então temos toda uma trama em que a tensão vai crescendo gradualmente até que culmina na grande decisão de Kay de publicar a matéria ou não. Entra em jogo a acusação de espionagem, de conspiração contra o governo, a possibilidade de serem presos, de fecharem jornal, mas também a liberdade de imprensa.
Toda a questão do jornalismo investigativo é muito bem explorada e também a manipulação de informação. Kay era um mulher com muita influencia, que conhecia pessoas bem importantes e que ao publicar a matéria estaria também se indispondo com todas elas, é interessante notar o quanto as relações pessoais podem influenciar um jornalista e a mídia de modo geral. Quantos jornalistas não tentam justificar por meio de suas matérias as atitudes equívocas de outras pessoas seja por medo ou por amizade?
O tema é complexo e gera uma enorme reflexão, o que me agradou bastante, bem como a excelente atuação de Tom Hanks e principalmente Meryl Streep que com poucas palavras consegue nos mostrar com clareza a grande virada de sua personagem. No entanto, é possível perceber que existe sim um pouco de exagero nos discursos, que o clichê está bem presente nessas cenas e que a mídia está sendo pintada como a grande heroína, quando sabemos que nem sempre é assim que acontece, mas em tempos em que as ditaduras estão disfarçadas de democracias, defender a liberdade de expressão e de imprensa acaba se tornando mais necessário do que imaginávamos.
Steven Spielberg acerta no ritmo do longa, criando uma enorme expectativa para a decisão de Kay, com direito até mesmo a bons alívios cômicos. O figurino é perfeito e ambientação dos anos 70 também, cada mínimo detalhe de um jornal da época é bem explorado e colocar a sombra de Nixon com os áudios reais foi uma boa jogada do diretor.
The Post é praticamente uma homenagem ao jornalismo e uma boa mensagem sobre empoderamento feminino com uma personagem que teve uma enorme virada na trama. Ainda que o espectador já saiba o que vai acontecer, o longa consegue gerar ansiedade e uma grande tensão e termina com um excelente gancho sobre Watergate.
Trailer:
FICHA TÉCNICA
Título: The Post: A Guerra Secreta
Título original: The Post
Direção: Steven Spielberg
Data de lançamento: 25 de janeiro de 2018
Michele Lima
Oi, Mi!
Se eu for assistir esse filme vai ser por causa da diva Meryl <3
Beijos
Balaio de Babados
Oi Michele, tudo bem?
Confesso que o filme não chama muito minha atenção, mas fico feliz que tenha gostado.
Gostei da sua resenha, achei o elenco maravilhoso!
Obrigada pelo carinho. Volte sempre!
Um super beijo :*
Claris – Plasticodelic
Oi! Que tal?,
Gostei dá entrada, foi ótimo.
Acabei para seguir seu blog, você me seguiria de volta?…
Um abraço.
Obsesión por la lectura
Pretendo ver o mais rápido possível! Gosto bastante de histórias sobre jornalismo e portanto acho que vou gostar deste também.
Você acha que ele tem chance de levar o Oscar de Melhor Filme? Estou pensando nisso pois Spotlight ganhou em 2016 (gostei muito dele por sinal) e acho que tem um estilo parecido haha
Ainda tenho que ver os demais filmes da lista, mas acho que Trama Fantasma, The Post e Três Anúncios para um crime são os mais fortes da premiação (posso estar falando besteira também, nunca se sabe haha)
Ótima resenha!
Beijão =D
Oi Dora, também pensei em Spotlight, mas acho que Três anúncios para um crime leva rsrsrsrs
Oi Mi!Eu veria esse filme só por causa da dupla de atores, bom saber mais detalhes para saber o que esperar. Bjos!! Cida
Moonlight Books
Não conhecia esse filme, mas olha, fiquei bem curiosa com ele!
Beijo!
http://www.coresdovicio.com.br
Provavelmente não vou assistir, não parece ser meu tipo de filme não.
O Blog da Fênix agora é Cobaia Amiga! Para comemorar a mudança estou sorteando um presentinho para uma leitora lá no blog: http://www.cobaiaamiga.com/2018/01/sorteio-kit-cabelos.html