O Livro de Jô – Uma Autobiografia Desautorizada

Próximo a completar 80 anos de idade, Jô Soares resolveu lançar – em novembro de 2017 – sua autobiografia. Muita gente pode torcer o nariz para o número de páginas, totalizando 528, mas se jogar a preguiça de lado pode ter a surpresa de não ver o tempo passar mergulhando nessa deliciosa leitura. Histórias para contar não faltam, desde a infância, seus pais, a trajetória artística iniciada em meados dos anos 50.
O Livro de Jô – Uma Autobiografia Desautorizada é rico em detalhes. Ninguém se salva! Amigos, colegas de profissionais, ex esposas, principalmente a mãe – grande incentivadora dos seus passos como homem e profissional. Ele realmente foi privilegiado pela vida por conhecer tanta gente bacana e muitas culturas diferentes.
É um verdadeiro passeio pelas histórias política e artística do Brasil alinhavadas com acontecimentos da carreira do Jô, que ao longo do tempo se tornou humorista, escritor, diretor, ator, pintor e músico. Tudo isso recheado com a história do Teatro e do Rádio e TV no país. Fotos de vários momentos marcantes não faltam também – a mais fofa é de quando ele era um bebê robusto com cabelos cacheados.

Algumas gargalhadas são garantidas, principalmente com as histórias do seu inesquecível amigo Ronald Golias. Também muita emoção sobre seu filho Rafael, que era autista e faleceu em 2014 vítima do câncer. E a bela declaração de amor para sua ex mulher, Flavia Junqueira (a Flavinha, carinhosamente apelidada pelo artista): “Ela é a mulher da minha vida”. E toda amizade e admiração pela saudosa Ruth Escobar que lhe deu muitas chances de trabalhos e aprendizados.

Dona Mêcha, a mãe do Jô, que nunca perdia o humor até quando passava por algum problema é sempre muito presente na obra. Um dia ela precisou amputar um dedo de cada mão por causa da trombose, de tanto fumar, e ao voltar da cirurgia, disse: “Vou exigir um desconto de 20% da minha manicure”. E assim é possível notar de onde veio essa veia ‘engraçadelha’ do artista que carrega na bagagem 23 filmes, 08 livros, 16 programas de tevê (nas emissoras SBT, Rede Globo e Record TV), entre várias peças de teatro como ator, diretor e roteirista.

Um trecho que marca bastante é sobre o reencontro do Jô com o motorista de táxi que atropelou a mãe dele, que não suportou os ferimentos e faleceu posteriormente ao ocorrido. Por obra do destino, dez anos depois aconteceu o perdão. Emocionante.
A leitura flui e às vezes é possível sentir-se dentro do livro, vivenciando tudo aquilo. Possui a essência do talentoso artista e toda sua intimidade exposta: medos, anseios, derrotas e vitórias. Memórias para nunca serem esquecidas.
Nessa primeira parte, três décadas são narradas. Em 2018 o segundo volume Jô contará muito mais, a partir da sua contratação na Rede Globo. Vale a pena esperar.
FICHA TÉCNICA
Título: O Livro de Jô – Uma Autobiografia Desautorizada
Autores: Jô Soares e Matinas Suzuki
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 528
Ano: 2017
Capa: Alceu Chiesorin Nunes
ISBN: 9788535930146 
Onde Comprar: Amazon
por Gisele Santos (Jornalista)
Twitter @giselando
Instagram @gimaquiadora

20 thoughts on “O Livro de Jô – Uma Autobiografia Desautorizada

    • 29 de janeiro de 2018 em 12:32
      Permalink

      Vale a pena. Depois que ler me fala o que achou.

      Resposta
  • 29 de janeiro de 2018 em 03:05
    Permalink

    Nossa! É um livro de muitas páginas mesmo hein hahaha. Mas pelo que você falou, parece ser mesmo interessante, e acho que gostaria de ler sim! Tenho certeza de que irei dar algumas gargalhadas sim hahaha. Um abraço!

    https://sonhoinverossimil.blogspot.com.br/

    Resposta
    • 29 de janeiro de 2018 em 12:37
      Permalink

      Tem muitas páginas mesmo, mas a gente nem sente… Quando vê… já acabou. O legal é que vem o segundo volume ainda em 2018.

      Resposta
  • 29 de janeiro de 2018 em 09:30
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    Sou fã dele, e mesmo o livro sendo enorme, com certeza vale a pena a leitura!

    Beijo!
    Cores do Vício

    Resposta
    • 29 de janeiro de 2018 em 12:38
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      Tenho admiração por ele e adorei ler e poder compartilhar aqui com vocês.

      Resposta
  • 29 de janeiro de 2018 em 12:01
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    Que delícia! Esse livro foi parar na minha mesa na redação e fiquei louca para conferir, mas passei a pauta para outro repórter. Vou TER QUE ler em breve! Fiquei extremamente curiosa, principalmente por saber que é tão enriquecedor em relação a quesitos culturais, históricos, políticos… isso dá um tom tão único e importante. Como sempre, as resenhas daqui nos engrandecendo e abrindo visões.

    semquases.com

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    • 29 de janeiro de 2018 em 12:39
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      Exatamente! É rico em detalhes. Dá gosto de ler. beijos

      Resposta
    • 29 de janeiro de 2018 em 12:39
      Permalink

      Sim, um homem muito talentoso. As histórias com a mãe dele são demais. beijocas

      Resposta
  • 29 de janeiro de 2018 em 13:57
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    Oi, Gisele!
    Apesar de não curtir muito biografias, essa parece ser uma bem engraçada até… dá vontade de conferir.
    Beijos
    Balaio de Babados

    Resposta
    • 30 de janeiro de 2018 em 10:02
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      Olá, Lu, tudo bem? Eu adoro biografias, mas muitas são superficiais. Essa do Jô amei, pois tem muitos detalhes. beijocas

      Resposta
  • 29 de janeiro de 2018 em 15:17
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    Olá Gisele, tudo bem?
    Estou com os olhos cheios de lágrima e louca para ler a autobiografia do Jô, eu gosto muito dele, e desde que coloquei na cabeça que quero ser escritora, me imaginava sendo entrevistada por ele, infelizmente seu programa não vai mais ao ar, mas talvez lendo sua autobiografia eu me sinta conhecendo ele!
    Parabéns pela resenha, beijos<

    Estante Clássica

    Resposta
    • 30 de janeiro de 2018 em 10:04
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      Nívea, tudo jóia e você? Menina, eu sou jornalista e estava desanimada. Confesso que esse livro me inspirou a voltar a tentar escrever um livro. E a melhor maneira é nos inspirarmos, ler muitas obras desse tipo. Não desista do seu sonho!!! beijocas

      Resposta
    • 30 de janeiro de 2018 em 10:04
      Permalink

      Michael, tudo jóia! Realmente é um livro bem feitinho. Vale a pena a leitura.

      Resposta
    • 30 de janeiro de 2018 em 10:05
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      Sim, ele batalhou bastante e teve muita sorte por encontrar pessoas legais (principalmente a mãe).

      Resposta
    • 30 de janeiro de 2018 em 10:06
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      Olááá, Carol, tudo bem? O que mais me chamou atenção foi a expansão das histórias. Não ficou só falando dele o tempo inteiro. Tudo bem que é uma autobiografia, mas esse foi o diferencial recheado de gratidão e saudades por parte do Jô. bjos

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