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Alien: Covenant [Resenha do Filme]

Conferimos a Cabine de Imprensa de Alien: Covenant.
Você, ávido fã do nosso alienzinho mais querido do universo de Ridley Scott, prepare-se! Pois essa será uma viagem com alguns poucos altos e uns baixos bem baixos. Se em Prometheus, de 2012, suas expectativas não foram alcançadas, mesmo com Scott detalhando-nos a origem do chamado mal em si, não é agora com Covenant que você saciará sua vontade de ter uma história convincente e muito bem amarrada sendo contada.
Dessa vez o que nos é oferecido não está necessariamente atrelado à nossa criatura com ácido nas veias e fome por hospedeiros humanos. O foco aqui é o sintético. Tanto é que Scott quis deixar bem claro logo na abertura do filme. A introdução à história de Covenant é basicamente um majestoso opositor ao que teremos a seguir: a limpidez e a alvejante tonalidade da sequência inicial nos é mostrada assim para que você, espectador, saiba bem que ao sairmos dali tudo será escuridão. Dizer que Fassbender mais uma vez está brilhante como o androide David seria, como minha avó diria, chover no molhado – e olha que nem fomos apresentados a Walter ainda. Preste atenção à pergunta final de David a seu criador no final da sequência inicial, ela pode trazer mais dicas do que a criatura sintética se tornará do que daremos conta. E até mesmo do que veremos quase duas horas depois, na finalização da história (tanto é que Wagner, o compositor clássico, e sua O ouro do Reno – a entrada dos deuses no Valhalla voltam no final).
Começamos a viagem da nave colonizadora Covenant com um acidente. E existe uma certa insistência em lidar com perdas nesse capítulo de Alien. Scott parece querer mostrar que quanto mais propensos à emoções, mais fraco o ser (não necessariamente humano aqui) é. A vulnerabilidade dos sentimentos humanos é colocado em foco outras vezes durante a expedição da Covenant. Embates serão travados, mas nenhum tão interessante e pungente quanto o de Fassbender versus ele mesmo. Quero dizer, Walter versus David.
O teor de horror tem doses exatas e certeiras – principalmente quando nosso alien está com fome. Mas nem sempre acontece dessa forma. Às vezes pode até incomodar um pouco ou chegar perto do ridículo. Não consigo definir exatamente se é uma menção à Jurassic Park (o aparecimento dos xenomorfos no meio do mato) e à Sexta Feira 13 (o casal fazendo amor no chuveiro), mas o que sentimos é um grande “precisava mesmo disso?” martelando a cabeça.
Daniels (Katherine Waterston) é uma óbvia tentativa de nos fazer pensar em Ripley (Sigourney Weaver), ainda que injusto com a primeira, já que Ripley é incomparavelmente superior no que diz respeito à uma personagem com bagagem histórica e importância dentro de uma trama que já vimos até então. Mas isso não tira o mérito de Waterston. No final das contas, saímos do cinema querendo mais – ainda que tudo o que irá acontecer fique muito claro. E não se esqueça: os maiores monstros são aqueles que, enquanto seres humanos inquietos e questionadores, criamos e não sabemos adestrar.

Trailer:

FICHA TÉCNICA
Título: Alien: Covenant
Diretor: Ridley Scott
Data do Lançamento: 11 de maio de 2017
3.0/5.0
Cristiano Santos
Na Nossa Estante

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