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Logan [Resenha do filme]

*** A resenha abaixo é do Renato Zanotte autor de Foi pra estante em uma colaboração mega especial aqui no blog!
A expectativa para o filme Logan já era grande, quando anunciado que seria o último longa de Hugh Jackman no papel principal, ela aumentou muito. E junto com essa expectativa uma sensação de vazio já tomava conta dos fãs, antes mesmo da estreia.
Independente da qualidade dos outros filmes da franquia, ou da cronologia confusa dos X-Men, Hugh Jackman incorporou de tal maneira o personagem que ele fez com que Logan se tornasse uma pessoa real. E pensar que não o veremos mais, deixa-nos triste sim.
Os Quadrinhos
Não sou adepto que um filme tenha que ser idêntico ao livro ou ao quadrinho. São universos diferentes, e por isso, a maneira de contar a história é diferente. Mas existe a fonte onde esse universo irá beber e algumas coisas precisam ser respeitadas.
No filme, vemos muito do quadrinho O Velho Logan (Old Man Logan)* que se passa em um universo distópico alternativo da Marvel onde os X-Men não existem mais e há poucos mutantes ainda vivos, e Logan leva o fardo de ter sido o responsável por essa extinção da equipe (ou não). Logan está velho, cansado, seu poder de cura já não funciona mais como antes e agora ele tem uma família para cuidar. Porém, tudo isso pode mudar num piscar de olhos.
Para quem não acompanha as histórias em quadrinhos pode parecer tudo meio confuso (e é), mas o que podemos retirar de arco de histórias é o Logan que vemos na tela, tanto física, quanto psicologicamente. E a introdução da Laura (X-23) nesse universo cinematográfico foi muito bem feita. Laura teve suas primeiras aparições nos desenhos animados do Wolverine, e após foi levada para os quadrinhos. Atualmente ela que carrega o manto azul e amarelo do protagonista, já que o Wolverine clássico que conhecemos morreu meses atrás nos quadrinhos.
Há alguns meses tivemos as Guerras Secretas que alterou esse “multiverso” da Marvel, ou seja, os vários universos existentes. Por conta dessas alterações, Logan faz parte do nosso universo corrente e tem sua própria revista mensal (O Velho Logan) que divide com a nova Wolverine, Laura.
*Publicado em Wolverine #66-72 e tendo seu final em Wolverine Giant Size Old Man Logan em Setembro de 2009. Essa história passa-se no universo alternativo 807128 da Marvel, escrita por Mike Millar com ilustrações de Steve McNiven. Em 2015 essa história foi retomada, agora nas mãos de Brian Michael Bendis. Há um encadernado da história original de Millar e McNiven que foi publicada pela Editora Salvat na Coleção Oficial de Graphic Novels Marvel. Mas infelizmente está esgotado no site da editora (até o momento)
O Filme


Estamos em 2029, e os X-Men não existem mais, os que ainda restam são o próprio Logan e o Professor Charles Xavier (Patrick Stewart). O protagonista carrega o peso da idade, e isso é mostrado na ótima atuação de Jackman e na caracterização do personagem. O uso de óculos para leitura foi algo tão simples, mas ao mesmo tempo tão significativo. Estando esse detalhe no roteiro ou não, foi uma boa ideia.
Seu poder de cura não é mais o mesmo, assim como sua saúde que está debilitada, todo vigor foi deixado no passado. Atualmente Logan quer ser mais James, uma pessoa comum e apenas “sobreviver”. Um dos motivos para ele continuar seu caminho é seu mentor e amigo, Charles Xavier que necessita de cuidados. Com a ajuda do mutante Caliban (Stephen Merchant), eles cuidam de um nonagenário Xavier que precisa de medicamentos para evitar convulsões e manter a sanidade.
Em um dia de trabalho normal, Logan é encontrado por Gabriela (Elizabeth Rodriguez) que implora por sua ajuda, mas ele nega e segue seu caminho. Após esse contato, surge Donald Pierce (Boyd Holbrook) que começa a fazer perguntas sobre Gabriela, mesmo Logan não sabendo de nada e não tendo interesse algum, Pierce deixa claro que continuará seguindo as pegadas de Logan. Xavier já havia avisado Logan da existência de um novo mutante, mas Logan afirma não ter mais mutantes há mais de 25 anos. Um segundo encontro com Gabriele acontece e então Logan conhece Laura. E é a partir desse momento que a magia acontece.
O roteiro não é algo inovador ou inédito, já vimos histórias parecidas por aí. Mas o grande diferencial foi a execução, James Mangold (de Wolverine: Imortal e Os Indomáveis) dirige o filme de maneira incrível. Ele alterna momentos de calmaria com momentos de ação desenfreada que não deixa o filme chato ou pesado demais. O filme tem seu próprio tempo.
A apresentação de Laura/X-23 (Dafne Keen) foi feita de maneira suave, não jogou nada garganta á baixo do público. Ela foi tomando seu espaço aos poucos e crescendo no decorrer do filme. A interação entre Logan, Xavier e Laura cresce na medida do filme e parece que estamos fazendo parte de tudo aquilo, que estamos ao lado deles.
Patrick Stewart está novamente muito bem como Professor Xavier, ele faz a ponte entre Logan e Laura de uma maneira tão doce que é impossível não se lembrar de um avô ou tio muito querido, sem contar os momentos que ele arranca algumas risadas do público ao contrariar o ranzinza Logan ou fazer com que ele mude de ideia. Dafne Keen foi uma escolha acertada, apesar de poucas falas ela tem uma atuação gigante e sua linguagem corporal é incrível. São caras, bocas e gestos que nos fazem lembrar do bom e velho Wolverine. Impossível não amar essa garota.
E nós vamos, aos poucos, entrando nesse universo e ele nos recebendo. As emoções alternam durante o filme, vamos desde a empolgação, passando pela apreensão e tristeza. Em vários momentos ciscos caem em nossos olhos durante a sessão e é impossível controlar as lágrimas. As cenas de ação e lutas foram muito bem ensaiadas e executadas e várias cenas parecem que foram tiradas das páginas dos quadrinhos diretamente para a tela. Um presente para qualquer fã. No entanto, vale ressaltar a censura de dezesseis anos. Há cenas muito violentas, e é bom saber disso antes de levar menores para assistir.
O diretor coloca algumas referências que faz com que o fã se lembre de alguns momentos da história do Wolverine e a inserção de clássicos do cinema que ajuda no desenvolvimento de Laura, que apesar de ser considerada uma arma, não passa de uma inocente criança.
Veredito
É o encerramento digno e honesto de uma franquia. Sem nada de mirabolante, sendo sincero e emocionante. Irá atingir todo o público, desde o fã de quadrinhos até aquele que assistiu apenas aos filmes. Um filme para ser guardado na estante e ser revisto sempre que possível. Amizade, amor e família são as lições que esse belo filme nos ensina.
Trailer:
FICHA TÉCNICA
Título: Logan
Diretor: James Mangold
Data do lançamento no Brasil: 02 de março
Renato Zanotte autor do blog Foi pra estante
Na Nossa Estante

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