A Criada [Resenha do Filme]

O diretor Chan-Wook Park deu ao mundo o impactante Oldboy e Sede de Sangue, um dos melhores filmes sobre vampiros de todos os tempos, e toda sua legião de fãs sempre fica ansiosamente aguardando o que virá depois! Seu mais recente trabalho, A Criada, compensa a espera. 

Como se fosse uma mistura de Azul é a Cor mais Quente e Ju-Dou – Amor e Sedução com toques de Hitchcock, ficamos diante de um filme de quase duas horas e meia que não enrola, apesar dos flashbacks e reviravoltas. A roteirista Seo-Kyeong Jeong (que pode inclusive ser uma das finalistas do Oscar 2017) adapta o livro Fingersmith da escritora Sarah Waters e transpõe a ação da Inglaterra pra Coréia da década de 30 durante a ocupação japonesa, mas não se atém apenas ao que tem em mãos – gera dois plot twists que surpreendem bastante e tornam o filme totalmente imprevisível, fugindo do jogo de gato e rato/mulheres vs homens que poderia ter um resultado chato e cansativo.

A jovem e talentosa Tae-ri Kim interpreta a vigarista Sook-Hee, que se passando por uma criada com a ajuda de um golpista que se apresenta como um Conde japonês (interpretado por Jung-Woo Ha) tenta dar um golpe na frágil e milionária Hideko (em atuação superlativa da atriz Min Hee Kim) que mora com seu tio. Durante o dia, Hideko vaga tediosamente pela casa e durante a noite, já vestida como uma Gueixa, lê contos eróticos para uma plateia de senhores ricos e pervertidos que colecionam livros raros. Treinada desde criança pelo tio e sua esposa, com a chegada da nova criada, vislumbra uma chance de mudar a situação. Contar mais do que isso, estragaria qualquer das inúmeras surpresas ou qualquer revelação do passado dos personagens. 
Carregada de tensão, a trama chega a ser um triste retrato de sua época, mostrando a exploração feminina numa sociedade extremamente machista, com uma direção de arte e fotografia estupendas, o que rendeu ao filme o prêmio de Direção Artística no Festival de Cannes. O empoderamento feminino é mostrado como a única chance de sobrevivência, e mesmo já se passado tanto tempo, é duro constatar que pouco foi mudado.

O diretor Chan Wook faz aqui o seu filme mais erótico e ainda que tenha diminuído a violência quase gore dos seus trabalhos anteriores, ela está presente e ganha contornos mais psicológicos. Mesmo tendo vários prêmios de melhor filme estrangeiro de 2016, infelizmente ficou de fora da pré-lista de possíveis nomináveis ao Oscar 2017, mas ainda tem chances na categoria de Melhor Diretor, Roteiro Adaptado e toda a parte técnica. Merece muito.
Trailer:
FICHA TÉCNICA
Título: A Criada
Título Original: Agasse
Diretor: Park Chan-Wook
Data do Lançamento no Brasil: 12 de janeiro de 2017

Italo Morelli

10 thoughts on “A Criada [Resenha do Filme]

  • 21 de janeiro de 2017 em 21:00
    Permalink

    eu quero muito ver esse filme. beijos, pedrita

    Resposta
  • 21 de janeiro de 2017 em 21:33
    Permalink

    Fiquei em dúvida quando ele estava nos cinemas. Agora fiquei curiosa. Vou assistir assim que tiver oportunidade.

    Resposta
  • 22 de janeiro de 2017 em 03:16
    Permalink

    Não fazia ideia da existência desse filme. Azul é a cor Mais Quente e toques de Hitchcock… poderia ser mais interessante? Assisti ao trailer e fiquei bem interessada, vou dar uma. Acho que é o primeiro filme oriental que me chama a atenção desde Memórias de uma Gueixa.

    Beijo
    – Tami
    http://www.meuepilogo.com

    Resposta
  • 22 de janeiro de 2017 em 12:45
    Permalink

    Olá, Italo.
    Não conhecia esse filme, mas fiquei interessada principalmente por ter o empoderamento feminino como destaque. E é muito triste que a situação continue praticamente a mesma depois de tanto tempo mesmo.

    Prefácio

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  • 22 de janeiro de 2017 em 13:39
    Permalink

    Oi I!
    Não conhecia esse filme e infelizmente mesmo com a resenha não me atrair a ver o filme, acho que esse tipo gênero não me atrai muito. 🙁

    Beijinhos,
    http://www.auniversitaria.com

    Resposta
  • 22 de janeiro de 2017 em 15:23
    Permalink

    Oi, td bem?
    Eu adoro Oldboy! Adorei saber que esse filme é dele, tenho certeza que vou gostar!
    Parece ser meio forte né?
    Já anotei na lista pra ver!
    Adorei a resenha!
    Beijos
    http://www.somosvisiveiseinfinitos.com.br

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  • 22 de janeiro de 2017 em 17:57
    Permalink

    Gostei bastante do enredo e lembrou um pouco de senhora, uma obra brasileira que amo.
    Mas difere em alguns pontos, eu amei.
    Art of life and books

    Resposta
  • 22 de janeiro de 2017 em 23:24
    Permalink

    Oi
    nem conhecia esse filme e olha que gosto muito de assistir coisas com asiáticos, pena que esse filme ficou fora do oscar, pelo que falou ele pareces ser um ótimo filme, bem interessante.

    momentocrivelli.blogspot.com

    Resposta
  • 24 de janeiro de 2017 em 03:20
    Permalink

    me interessei logo de cara, o diretor me parece muito bom, a história em si perece ser bem instigante. vou assistir beijos

    Taynara Mello
    http://www.indicarlivros.com

    Resposta

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