Aramis, Athos, d’Artagnan e Porthos [Especial Alexandre Dumas]

Olá pessoal, aqui é a Pandora, continuando com o Especial Alexandre Dumas, hoje a Ana vai falar sobre os mosqueteiros mais queridos da literatura e do cinema: Aramis, Athos, d’Artagnan e Porthos, como se anuncia no titulo.

Espero que vocês gostem de conhecer um pouco mais sobre eles.


“De seu lado, os três mosqueteiros gostavam muito do jovem camarada. A amizade que unia esses quatro homens e a necessidade de se verem três ou quatro vezes por dia, fosse para um duelo, fosse para um negócio, fosse para um divertimento, os faziam encalçarem constantemente um ao outro como sombras; e sempre se viam os inseparáveis a se buscarem do Luxemburgo à Praça Saint-Sulpice, ou da Rua deu Vieux Colombier ao Luxemburgo.”
(Os três mosqueteiros – Capítulo VII – A vida íntima dos mosqueteiros)

Antes de começar a falar na trilogia, nada mais justo que apresentar as personagens principais, certo? Especialmente nesse caso, em que cada um dos quatro tem um personalidade bem definida, como todas as demais personagens de Dumas e talento que poucos escritores tem, aliás, creio que só Jane Austen se compare. No que me refiro a personalidades definidas, falo de personagens que, quando se conhece bem, facilmente se identifique nelas pessoas que conhecemos ou simples manias e modos de pensar. Ou, bem, talvez isso seja só coisa da minha cabeça. Não posso comentar muito, sou um ser que é capaz de analisar qualquer criatura através dos quatro fabulosos mosqueteiros de Alexandre Dumas, completo resultado das mil vezes que li o primeiro livro da trilogia e fiquei remoendo todos os recantos dos três livros… Mas chega de papo, eu vos apresento (ah, sim, vou manter os pseudônimos, nada de falar o nome deles – fora o d’Artagnan, os demais são “nomes de guerra” -, pois tais só aparecem em “Vinte anos depois”):

Aramis: “Mosqueteiro interino”, cujo objetivo é seguir a carreira religiosa, Aramis se destaca por ser o galanteador do grupo, aquele a quem as mulheres não resiste e que não resiste às mulheres. Sua protetora na alta sociedade e sua favorita (apesar dele jamais admitir isso) era aquela que se escondia no codinome de “Maria Michon”, uma simples costureira que ele dizia ser sua prima. Apesar de todo esse seu sucesso com as mulheres, Aramis nunca deixa de garantir que quer seguir a vida eclesiástica, coisa muito apoiada por seu fiel empregado Bazin. Qualquer adversário que venha a dar seus últimos suspiros depois de bater-se (bater-se é a expressão usada para referir-se a duelo com espadas, coisa tradicional da época), se tem a sorte de Aramis estar por perto, recebe sua benção e orações. Como é dito em dado momento da história, Aramis é, quando mosqueteiro, mais religioso que mosqueteiro e, quando religioso, mais mosqueteiro do que deveria. Talentosíssimo com as palavras, a grande característica de Aramis é a astúcia, observa e faz coisas que, na maioria das vezes, passam despercebidas até mesmo dos olhos sagazes dos amigos.
Aramis é inspirado em Henry ‘Aramitz, admitido entre os mosqueteiros em 1640, ao mesmo tempo em que seu compatriota Athos e muito antes de Porthos. Não se lhe conhece a carreira militar. Sabe-se, porém, que, quatro anos depois, pediu baixa e retirou-se para Béarn, onde casou.

Athos: O mais velho deles, aquele que tem d’Artagnan como um filho, é o coração do grupo. Com o passado mais obscuro dos três, pouco fala sobre si e sempre está disponível para ajudar aos outros. Apreciador de vinho, diz: “nunca tenho as ideias mais claras do que depois de haver bebido”. Se é o mais sensível de todos, é por vezes também o mais firme em decisões difíceis, de uma frieza única. Tão sério quanto corajoso, Porthos e Aramis podem lembrar de vê-lo sorrir, mas jamais o viram rindo. Por ser o mais velho, em diversas situações é o que dá a palavra final e sua opinião é sempre muito respeitada (Aramis só aceita conversa de “moral” de Athos e de ninguém mais). Não se nega a ajudar ninguém e, talvez se seu passado esconde a maior riqueza dos quatro, seus atos atestam a maior humildade também. Adepto das poucas palavras, seu criado, Grimaud, destaca-se por comunicar-se por gestos e olhares com o patrão, falando apenas quando estritamente necessário e ainda correndo o risco de ser advertido por Athos.
Inspirado em Armand de Sillègue d’Athos, primo segundo do Capitão de Troisville, ingressou na companhia de mosqueteiros em 1640 e morreu três anos depois, em Paris, provavelmente em consequência de uma estocada (ferimento feito com o punho da espada em uma batida). Ignoram-se outros pormenores de sua vida.

d’Artagnan: O cérebro do grupo. Especialista em armar estratégias, seja na guerra de espadas ou não, d’Artagnan aos poucos busca realizar seu grande sonho de ser um mosqueteiro reconhecido, que mereça o orgulho do rei. Mantém a frieza necessária para saber como agir em uma situação, controlando por vezes os amigos que querem entrar em ação imediatamente. Chegando a Paris com menos de vinte anos, é prontamente acolhido – depois de estabelecer contato de um modo peculiar – com os três mosqueteiros que andam sempre juntos: Porthos, Aramis e Athos. Após um início complicado, Planchet mostrou-se o mais fiel dos empregados e, posteriormente, um amigo com quem poderia contar. Como natural de um gascão, é temperamental e não aceita ofensas calado.
Baseado na vida e nos feitos de Charles de Batz Castelmore, quinto filho de Bertrand de Batz e Françoise de Montesquieu, nascido em 1620 no castelo de Castelmore, na comuna de Lupiac, que mais tarde acrescentou aos dois nomes o de d’Artagnan, domínio pertencente à família de sua mãe. D’Artagnan foi, efetiva e sucessivamente, cadete da companhia dos Guardas do Sr. des Essarts, cunhado do senhor de Tréville, mosqueteiro, tenente e capitão dos Guardas, capitão-tenente dos mosqueteiros, brigadeiro dos exércitos do rei, marechal-de-campo e governador de Lille. Dumas inspirou-se, sobretudo, nas memórias do Sr. d’Artagnan, pulicadas por Courtilz de Sandras.

Porthos: O gigante com força sobrehumana. Vaidoso e tolo, Porthos é aquele tipo de pessoa que, creio, mais se encontre nos dias de hoje: mais aparência do que conteúdo. Sempre de braço dado com Aramis, de bondoso coração, Porthos jamais se nega a ajudar os amigos, mesmo que ignore a razão do que eles lhe pedem (o que não é raro de acontecer). Por sua grande vaidade, muitas vezes são omitidas informações de Porthos, para que não haja o risco de que ele solte informações a mais do que deveria. Com certa sorte com as mulheres, devido ao seu tamanho e sua cuidada aparência, pode viver tranquilamente nas costas de alguma amante sem que isso lhe incomode o espírito, sendo esperto o suficiente pra escolher entre as mais bem casadas (leia-se, mais rica). Com uma bondade inocente ímpar, Porthos é o mais divertido de todos por não se importar em ser tolamente feliz, tendo como sonho viver na vida mansa e bem abastada, sonho que, aliás, divide com seu leal Mousqueton.
Isaac de Portau inspirou Dumas a criar Porthos. Nascido em Pau, em 1917, iniciou a carreira militar – da qual se tem poucas informações – como cadete da companhia dos Guardas do Rei. Só em 1643 é que envergou a farda dos mosqueteiros.

Infelizmente não consegui informações exatas sobre os pseudônimos, minha memória lembra de alguma alusão feitas nos livros, no entanto não quero arriscar falar algo irreal. As informações sobre as pessoas que inspiraram Dumas foram tiradas das notas de rodapé da minha amada edição de 1971 de “Os três mosqueteiros”, sendo o volume 7 da coleção “Os imortais da literatura universal”.


E segunda-feira que vem finalmente a Ana nos contará TUDO sobre “Os três mosqueteiros”, um dos melhores livros do multiverso.


Posts do especial publicados anteriormente:

7 thoughts on “Aramis, Athos, d’Artagnan e Porthos [Especial Alexandre Dumas]

  • 12 de outubro de 2015 em 20:02
    Permalink

    eu amei esse livro. é muito bom. divertidíssimo! beijos, pedrita

    Resposta
  • 12 de outubro de 2015 em 21:15
    Permalink

    Muito show de bola a postagem! Estou gostando dessas postagens especiais… bem elaboradas, chamativas e bem escritas.
    Beijos,
    Monólogo de Julieta

    Resposta
  • 13 de outubro de 2015 em 13:30
    Permalink

    Que massa! É o primeiro post que leio desse especial sobre Dumas. Vou ter que ler as outras agora. Lembro muito bem da Ana me falando de Dumas e de seus mosqueteiros fabulosos. Passava horas discorrendo sobre eles, em como algumas pessoas lembravam os mosqueteiros. Enfim, a Ana é uma graça falando de Dumas, especialmente dessa trilogia Os três mosqueteiros. E, obviamente, morro de vergonha de ainda não ter lido o exemplar que comprei de uma editora meio suspeita – não citarei o nome por questões éticas, enfim… Quero comprar outra edição, mais "conceituada" e de uma editora livre de processos e acusações de plágios etc (risos).
    Adorei esse post da Tchê!

    Um abraço a todos que fazem o "O que tem na nossa estante".

    Blog || Fan Page

    Resposta
  • 13 de outubro de 2015 em 14:22
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    Que delícia de postagem Ana. Amei. E tambem adorei saber que você tem a coleção dos Imortais de Literatura Universal. Já sabia de grande parte das informações que você passou mas, foi delicioso revisitar tudo isso. Esses mosqueteiros também foram meus ídolos de infância e adolescência. Adorava todos 4, cada um com sua característica mais marcante. Por sua causa eu vou ter que ler esses outros dois livros pois, só li o primeiro.
    Estou ansioso aguardando a próxima semana pra ler a continuação viu?

    Sou Alberto Valença do blog Verdades de um Ser e colaborador do Meu pequeno vício. Agora criei também um blog de viagens – O seu companheiro de viagem

    Verdades de um Ser
    O seu companheiro de viagem

    Resposta
  • 13 de outubro de 2015 em 19:43
    Permalink

    Olá, Ana.
    Estou amando esse especial sobre Os Três Mosqueteiros. Bate uma saudade aqui do livro e acho que vou até reler hehe.

    P.S.: Pandora, que bom que gostou da indicação. Eu li Marina em dois dias, não conseguia largar e depois virei fã do autor hehe.

    Resposta
  • 13 de outubro de 2015 em 20:09
    Permalink

    Oi! Tudo bem contigo?

    Minha gente, que postagem mais top das baladas! Acredita que nunca li essa trilogia do Alexandre? Creio que terei de fazer isso o mais breve possível, depois de tudo que disse a respeito.

    Obs 1: só estou um pouquinho espantada com a sua edição muito amada de 1971! CHOQUEI!
    Obs 2: antes de conferir a postagem em si, tomei um baita susto com os nomes dos personagens. São um minimamente peculiares, né?

    Um beijo,
    Doce Sabor dos Livros docesabordoslivros.blogspot.com

    Resposta

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