Psicopatas também amam? Não sei bem responder a essa pergunta, mas sei que lidar com eles não é fácil, como já diria o gênio da lâmpada de desejos da Netflix.
Havia grande expectativa em ver Kim Woo-bin e Suzy juntos novamente em Gênio dos Desejos, quase dez anos após Apaixonados de Maneira Incontrolável, e acredito que os fãs não se decepcionaram com a química entre os dois. Ela é realmente ótima.
Desde o início do dorama entendemos que a protagonista Ka-young (Suzy) é considerada uma psicopata, mas, ao contrário das séries sobre serial killers, aqui ela vive sob rigorosas regras criadas por sua avó. Oh Pan-geum (Kim Mi-kyung) nunca desistiu da neta, apesar dos julgamentos alheios. A forma como cria Ka-young faz com que ela se torne uma mulher de sucesso, que tenta se adaptar às normas da sociedade, ainda que lhe faltem emoções como empatia.
Durante uma viagem a Dubai, Ka-young encontra uma lâmpada e descobre que lá está preso Iblis (Kim Woo-bin), um gênio que também é um demônio. Curiosamente, ele culpa a protagonista por tê-lo aprisionado em uma vida passada, há quase mil anos. No passado, uma grande guerra entre anjos e gênios levou estes últimos, considerados demônios, a se curvarem aos humanos por ordem divina. Iblis, porém, se recusou. Ele odeia os humanos e tem como objetivo corromper suas almas por meio dos desejos, mas, se encontrar um humano incorruptível, será ele quem irá para o inferno. Por isso, o Anjo da Morte (Noh Sang-hyun) aguarda até hoje a chance de destruí-lo.
A dinâmica entre Iblis e Ka-young é de opostos. Ela é fria, controlada e resistente, enquanto o gênio é visivelmente emocional e está longe de ser a criatura cruel que aparenta. Iblis cometeu muitos erros no passado, muito mais por lealdade aos irmãos e por amor do que por maldade. Em alguns momentos, seu rival, o Anjo da Morte, chega a parecer mais cruel do que ele.
A história é cheia de mistérios, especialmente por causa das lacunas na memória de Iblis que envolvem Ka-young e são essenciais para compreender o passado dos dois. O enredo desenvolve bem tanto o relacionamento entre o casal quanto o convívio da protagonista com as pessoas ao seu redor, como a avó e a melhor amiga, Min Ji (Lee Joo-young). O elenco de apoio é excelente, embora pouco explorado. O arco entre Min Ji e Lee Mi-joo (a ótima Ahn Eun-jin) é um pouco esquisito, inclusive.
A ambientação da série combina perfeitamente com a fantasia proposta, e os efeitos especiais impressionam, superando até os de muitos filmes. Suzy entrega uma atuação precisa no controle emocional de Ka-young, enquanto Kim Woo-bin exibe versatilidade ao transitar entre comédia e drama. É fácil rir e se emocionar com o Iblis.
Gênio dos Desejos parecia ser apenas mais uma comédia romântica, mas o drama ganha camadas mais complexas com o passar dos episódios. Na reta final, o humor quase desaparece, dando lugar à emoção e à reflexão. Não é um dorama que reinventa o gênero, mas apresenta protagonistas incomuns e um romance mais intenso do que se poderia imaginar.
Michele Lima
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