O Corvo [Crítica do Filme]

Filme O Corvo

Ao ficar marcado por uma representação nos cinemas, é difícil para um personagem aliado ao representante se libertar de comparações e ser desassociado pelo público em relação a quaisquer obras que sejam apresentadas posteriormente. E a figura em O Corvo não se difere desse ponto, já que o ator Brandon Lee, filho do lendário Bruce Lee, o interpretou em 1994 e faleceu, infelizmente, por um grave problema diante das filmagens do longa.

Entretanto, o ator ganhou uma forte notoriedade pela sua atuação e se estabeleceu como o símbolo de Eric Draven, mesmo sendo a primeira adaptação do quadrinho independente de sucesso, criado por James O’Barr em 1991. O título ganhou três sequências diretas e uma série de TV, mas nenhuma vingou como o primeiro projeto.

Anos se passaram e muitas especulações sobre uma reinicialização da franquia para as telonas foram cobiçadas até cair no colo de Bill Skarsgård e mesmo assim, antes de sua estreia, o novo filme já enfrentou polêmicas devido ao visual diferente dos demais. Mas será que essa nova proposta feita pelo ator e comandada por Rupert Sanders, consegue se libertar dos ares de Brandon

O novo longa se baseia na mesma premissa do filme de 94 e do quadrinho, no entanto, todas as condições para realizar essa história têm uma visão própria que se distancia de qualquer outro material feito ao Corvo. Isso por si só é a “libertação” para a cosmologia se tornar algo singular, como: simbolismos em suas repreendidas tatuagens e a essência da sintonia gótica com o ar melancólico é amenizada e mitologias são ampliadas.

A grande alma da jornada de Eric Draven é a sua motivação por vingança, a mesma brutalidade continua e as cenas de ação do protagonista são cativantes. Porém, o despertar dessa raiva é realizado em outro contexto e mais bem desenvolvido para a construção que está sendo estabelecida nesse filme. Sua alma gêmea, Shelly (FKA Twigs) tem suas próprias motivações e se enquadra melhor com toda a premissa que está sendo introduzida na história. 

Filme O Corvo (2024)
Já a segunda medula nesse percurso é o amor entre os dois, mas nesse aspecto não é bem fomentado, deixando cair sua força para o que é um dos pilares desse universo e Eric chega a duvidar de seu amor, o que acaba gerando certa controvérsia, mas é uma saída da mesmice e da aceitação pela coadjuvante. 

O animal, que é o símbolo da crença em volta do anti-heroi e também em diversas mitologias, na qual é transportado entre a terra e o mundo dos mortos, acaba sendo retratado por um “limbo” entre o céu, terra e inferno. Assim, expondo mais o porquê de Draven receber seus poderes e ao seu propósito. Bill Skarsgård, sem dúvidas, é o grande destaque da produção e tem uma sinergia bem realizada para o papel principal. 

Contudo, esse aprofundamento no mundo em que estamos embarcando acaba não prendendo tanto como deveria e isso vai perdendo o peso para o que veremos a seguir. A relação do antagonista com a narrativa é fraquíssima e não mostra uma representação de um grande vilão para os acontecimentos diante da trama, e a dualidade com o protagonista acaba se transformando em uma batalha genérica. 

Todavia, as novas ideias em torno dessa produção do personagem são criativas e conseguem se desprender da imagem única que temos do mesmo, mas com uma ambientação mais complexa e não afetuosa quanto aos que já mergulhamos nesse universo criado por James O`Barr.

  
FICHA TÉCNICA

Título: O Corvo
Título original: The Crow
Direção: Rupert Sanders
Data de Lançamento:  22 de agosto de 2024
Imagem Filmes

 

Lucas Venancio

One thought on “O Corvo [Crítica do Filme]

  • 27 de agosto de 2024 em 11:24
    Permalink

    Parece ser uma boa produção.

    Boa semana!

    O JOVEM JORNALISTA está em HIATUS DE INVERNO do dia 31 de julho à 05 de setembro, mas comentarei nos blogs amigos nesse período. O JJ, portanto, está cheio de posts legais e interessantes. Não deixe de conferir!

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    Até mais, Emerson Garcia

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