Tudo O Que Você Podia Ser [Crítica do Filme]

Tudo o que você podia ser é dirigido por Ricardo Alves Jr. e não tem como não lembrar de Domando o Destino (2017), da cineasta Chloe Zhao. Não pela semelhança do tema, mas sim por transformar pessoas reais interpretando a si mesmas, com histórias que misturam verdade e ficção, onde atuações espontâneas à base de diálogos improvisados se convertem em pura dramaturgia.

Esse carinhoso mergulho na comunidade queer mineira conta a história de 4 amigas que se reúnem para celebrar a amizade e a despedida de uma delas que irá se mudar para Berlim, na Alemanha. São elas, Aisha (Aisha Bruno), Bramma (Bremmer Bramma), Igui (Igui Leal) e Will (Will Soares), simplesmente brilhantes em cena. Os cenários reais e as situações simples e universais, fazem de Tudo o que você podia Ser uma obra humana e comovente.

Após a introdução de cada uma delas, atuando com uma naturalidade espantosa, todas se reúnem para um jantar e em seguida partem para uma balada. Situações corriqueiras na vida de qualquer grupo de amigos, com o diferencial da abordagem a um universo pouco mostrado no cinema nacional – e sem disfarces.

Com menos de uma hora e vinte de duração, o longa não se apressa em enfileirar clichês LGBTQIA+ e sim exibir um recorte da comunidade que existe, resiste e persiste no país que mais os mata. O diretor Ricardo Alves Jr. demonstra talento para o cinema e provavelmente não entregou tudo o que sabe, deixando pra futuros trabalhos um pouco mais de suas habilidades. Infelizmente, as séries de TV usaram tanto os recursos da Sétima Arte, que filmes às vezes parecem o episódio piloto de uma temporada promissora e Tudo o que você podia Ser deixa essa impressão e um gostinho de quero mais.

FICHA TÉCNICA

Título: Todo o que você podia ser
Direção: Ricardo Alves Jr
Data de lançamento: 20 de junho de 2024
Vitrine Filmes

Italo Morelli Jr.

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