Magnatas do Crime [Crítica da Série]

Comecei a assistir Magnatas do Crime (The Gentlemen) depois do hype, mas agora entendi porque a série do Guy Ritchie na Netflix fez tanto sucesso, acredito até que mais do que o filme. Com sua direção dinâmica, como sempre, o diretor nos apresenta uma história cheia de intrigas e quanto mais o protagonista tenta ficar longe dos crimes, mais ele se afunda neles!

Estou falando de Edward (Theo James), o filho caçula de um duque e ex-militar. Quando seu pai morre, a herança não vai para o irmão mais velho, Freddy (Daniel Ings), que é realmente um babaca desmiolado, mas fica com Edward. Além da difícil missão de administrar as terras, o protagonista descobre que seu pai mantinha um acordo com a família de criminosos, os Glass. Eles usam a parte de baixo do terreno deles para fabricar maconha. Edward precisa manter o acordo até porque seu irmão Freddy deve para outros mafiosos, mas quando tudo parecia que se resolveria, as coisas se complicam novamente. Freddy num surto mata um dos criminosos de cocaína e precisa esconder o asasssinato. Com isso, Edward tem a ajuda de Susie Glass (maravilhosa Kaya Scodelario), a líder da família enquanto o pai está preso.

Susie é uma figura interessante, elegante e fria, por algum motivo ela se dá bem com Edward e está sempre ajudando  a sair das enrascadas. Os dois acabam se tornando ótimos sócios. No entanto, Edward ainda persiste em deixar a vida do crime e livrar as terras da família do tráfico de drogas, tarefa nada fácil. A cada episódio a gente vê o portagonista se afundando mais no crime organizado.

Além da ação, a trama entrega uma história ansiosa porque a cada ato de Edward mais crimes aparecem e mais interessante fica. Queremos saber como ele vai se livrar de tantos problemas! E na reta final a tensão aumenta porque o protagonista precisa lidar com vários mafiosos ao mesmo tempo, sempre com seu querido irmão atrapalhando tudo.

Magnatas do Crime só tem 8 episódios e isso é bom porque a história em alguns momentos já fica repetitiva. Mas a narrativa é ótima em ocultar a violência mais escrachada, com Suzie e Edward sempre preferindo resolver tudo sem muito sangue. A questão das classes sociais na Inglaterra está muito bem inserida de maneira direta e outras vezes mais discretas, com duques e criminosos lado a lado. Mais uma vez Guy Ritchie mescla bem a ação, a violência e o humor de modo perspicaz, diria até que elegante. Só faltou um episódio final melhor.

Michele Lima

Na Nossa Estante

View Comments

Recent Posts

Genie – A Magia do Natal [Crítica]

Genie é um filme baseado no longa britânico Bernard and the Genie, de 1991 e…

2 dias ago

Banco Central sob Ataque [Crítica]

Com a temática de roubo, só que dessa vez baseado em fatos reais, e atores…

5 dias ago

Demon Slayer: Arco do Treinamento Hashira [Crítica]

A quarta temporada de Demon Slayer, Arco do Treinamento Hashira, chegou na Netflix dublada e…

1 semana ago

A Diplomata – Segunda Temporada [Crítica]

A segunda temporada de A Diplomata não demorou tanto para chegar no catálogo da Netflix,…

2 semanas ago

Agatha Desde Sempre [Crítica da Série]

Kathryn Hahn roubou a cena várias vezes em WandaVision e segue espectacular em Agatha Desde…

2 semanas ago

Conectadas [Resenha Literária]

A primeira vez que vi um livro da Clara Alves foi num estande da editora…

3 semanas ago

Nós usamos cookies para melhorar a sua navegação!