Saltburn [Crítica do Filme]
Um dos filmes mais polêmicos de 2023, Saltburn nem teria tanta repercussão se fosse lançado nos anos 90. Faz tanto tempo que cenas de sexo foram limadas das produções Hollywoodianas, que as novas gerações nem acreditam que Instinto Selvagem foi rodado em 1992.
Para tanto, as redes sociais e seus engajamentos colocaram Saltburn na roda das polêmicas, como se nunca tivessem acessado um XVídeos da vida. Longe do explícito, mas com plasticidade suficiente para não receber o rótulo de soft porn, o segundo filme da diretora Emerald Fennell (do muito bom Doce Vingança) apresenta uma trama nada inédita onde o esquisitão Oliver Quick (Barry Keoghan) é um jovem estudante da Universidade de Oxford, que se vê encantado pelo mundo elitista de seu colega de classe, Felix Catton (Jacob Elordi), após ser convidado para passar um verão com sua família de malucos em Saltburn.
Na pegada do já clássico moderno Parasita (personagem pobre introduzido num ambiente de personagens ricos), Saltburn é um deleite visual com cenários e fotografia de muito bom gosto pra disfarçar a história batida, com seus diálogos “modernos” e situações “inusitadas”, como as já engajadas cenas da banheira e do cemitério. Quem já tem alguma bagagem fílmica na memória afetiva, vai terminar Saltburn com aquela sensação de que nada se cria, tudo se copia.
A presença sempre creep de Barry Keoghan (especialista em tipos perturbados) e os talentosos Jacob Elordi (astro em ascensão) e Rosamund Pike é que fazem a diferença e justificam uma espiada em Saltburn.
Diferente de estreia promissora em Doce Vingança, Emerald Fennell quis apostar no choque porque sabe o poder do Tik Tok, Kwai e X com um pouco de patrocínio. Conseguiu ser assunto nas bocas dos influencers de plantão, porém decepcionou em termos de qualidade e evolução de sua carreira.
Resumindo, Saltburn é uma perda de tempo embalada para presente.
FICHA TÉCNICA
Título: Saltburn
Direção: Emerald Fennell
Data de lançamento: 22 de dezembro de 2023
Amazon Prime Video