A Noite das Bruxas [Crítica]

O universo compartilhado baseado nas obras literárias da consagrada autora, Agatha Christie, que conta as resoluções de casos investigativos de um dos maiores detetives do mundo, Hercule Poirot, protagonizado e dirigido por Kenneth Branagh, vai ganhando cada vez mais forma com a chegada da sua terceira adaptação pela 20th Century Studios, A Noite das Bruxas.

No entanto, o estúdio e o próprio cineasta não estão fazendo questão de terem grandes ligações entre os projetos que são abordados, como nos livros. Assim, mantendo uma linearidade no quesito de sua cosmologia, como o próprio protagonista que perdura as obras e resquícios artísticos cinematográficos imposto por Branagh, deixando-as de maneira paralela e singulares, não “forçando” conectar com uma grande expansão unificada.

A Noite das Bruxas coloca o retorno do detetive Poirot para investigar mais um mistério e dessa vez precisa solucionar um assassinato em Veneza na Itália. Durante uma sessão espírita na casa de Rosewan Drake (Kelly Reilly) no Dia das Bruxas, Joyce Reynolds (Michelle Yeoh) uma sensitiva é chamada para revelar que o fantasma da filha de Drake, estava perambulando e assombrado a casa. Mas no final do ritual, a vidente acaba sendo morta de forma enigmática e o detetive tem que resolver mais este caso. 

Em comparação aos dois longas anteriores que são: O Assassinato No Expresso Oriente (2017) e Morte no Nilo (2022), os leitores irão identificar que nessa nova adaptação algumas mudanças bem significativas foram realizadas para o filme que parte desde sua premissa, localização, personagens e condução da narrativa. Mas para toda uma mudança não houve uma completa descaracterização, no entanto pode não agradar tanto aos fãs à primeira vista.

Entretanto, o grande destaque acaba ficando com Hercule Poirot, pois temos um maior amadurecimento do personagem principal dentro desse universo como pessoa e profissional, que já havia sido relatada em seu filme antecessor, mas com novos aspectos como a relação de suas crenças já que estamos lidando com um percurso sobrenatural na narrativa.

O longa que já tem um pressuposto enraizado de sua estrutura ao ser inserido ao gênero de suspense/terror, acaba deixando o ambiente apresentado interessante para ser explorado aos olhos do espectador. Porém, nessa arqueologia da linha tênue é revogada pelo desenvolvimento dos personagens que são fracos se comparado às outras produções da franquia e o peso das consequências encontram-se inóspito em A Noite das Bruxas, mas ainda se preserva como um filme fechado dentro da franquia. 

FICHA TÉCNICA

Título: A Noite das Bruxas
Título: A Haunting in Venice
Direção:  Kenneth Branagh
Data de lançamento: 14 de setembro de 2023
20th Century Studios

Lucas Venancio @lucksre

Na Nossa Estante

Recent Posts

Meus Clientes Fantasmas [Crítica]

Meus Clientes Fantasmas é mais um dorama em que Jung Kyung-Ho (Intensivão do Amor e…

4 dias ago

Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda! [Crítica]

Duas décadas após o sucesso de Sexta-feira Muito Louca (2003), Lindsay Lohan e Jamie Lee…

1 semana ago

Do Fundo da Estante: Kiss Daddy Goodnight

Desde que me tornei fã de Uma Thurman nos anos 90, eu sempre quis assistir…

2 semanas ago

Nove Peças [Crítica do Dorama]

Nove Peças é mais um ótimo dorama de investigação policial disponível no Disney Plus. Aqui…

2 semanas ago

Abbott Elementary – Quarta Temporada [Crítica]

Abbott Elementary é indicada todo ano ao Emmy de melhor série de comédia, devido a…

3 semanas ago

Quarteto Fantástico: Primeiros Passos [Crítica]

Quarteto Fantástico: Primeiros Passos é mais que uma nova adaptação: é um tributo direto ao…

3 semanas ago